Vinhos, restaurantes, lojas, eventos, dicas, humor - Jornal Vinho & Cia
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<strong>Vinho</strong> é Arte<br />
O melhor<br />
do vinho como arte<br />
“Do Rio Grande do<br />
Sul, Maria Amélia<br />
nos trouxe em 00<br />
uma visão do vinho como<br />
sendo arte. Com os amigos,<br />
nas estações do ano, festas,<br />
cores, uvas...<br />
O<br />
vinho é uma bebida que convida<br />
à arte, ao amor, às amizades e ao<br />
bem-estar. Por mais pesquisas<br />
científicas que se divulguem a respeito<br />
dos benefícios do vinho para a saúde,<br />
acho que a que afirma que as pessoas que<br />
apreciam vinho possuem um estilo de vida<br />
diferenciado seja de fato a mais benéfica.<br />
Não sou médica, sou enóloga, mas gosto<br />
de observar as pessoas que fazem parte<br />
do mundo do vinho, as que convivo em<br />
meu dia-a-dia. A cultura do vinho é antistress.<br />
Afinal, o vinho (quando bebido com<br />
moderação) traz amigos, bons momentos,<br />
compromissos sociais, cultura, viagens...<br />
4<br />
Quem aprecia bons vinhos, geralmente<br />
aprecia boa música, o que traz sensação<br />
de relaxamento, alegria. Relacionar notas<br />
e momentos... Sinatra e um grande vinho<br />
do Napa Valley, um tango moderno e um<br />
Malbec, ou um Champagne e sua música<br />
preferida... Ah!...<br />
outono<br />
Poucas estações do ano brincam com os<br />
sentidos como o outono. O outono começa<br />
trazendo os primeiros aromas do inverno,<br />
as lareiras começam a ser utilizadas. Aqui<br />
no Rio Grande do Sul a brisa começa a ser<br />
mais fria, as noites já convidam a um vinho,<br />
quem sabe chocolate, e ao sair à noite<br />
há de se prever um agasalho. Para mim o<br />
outono é a estação de redescobertas. O<br />
tom das folhas é encantador: subir a serra,<br />
ver o Vale dos Vinhedos com seu colorido<br />
multicor é emocionante. São tons laranja,<br />
vermelhos, amarelos, cobrindo as colinas<br />
feito uma colcha bordada, que não há como<br />
definir onde começa ou termina.<br />
diA do vinho<br />
Uma data para comemorar, dia Estadual<br />
do <strong>Vinho</strong>. O Rio Grande se vestiu<br />
de festa no primeiro final de semana de<br />
junho. Degustações, exposições, cursos:<br />
vinícolas abriram suas portas, a mídia<br />
exaltou com orgulho o vinho brasileiro,<br />
uma lei estadual que homenageia o brindar,<br />
comemorar e também todos os envolvidos<br />
com esta bebida mágica. Quem<br />
trabalha com vinho vivencia emoções,<br />
alegrias, safras boas e ruins.<br />
Gosto de analisar nossa história, como<br />
o vinho entrou na vida do brasileiro. Não<br />
surgiu como negócio, muito menos com<br />
investidores, nem tecnologias, nem estudos.<br />
Esse fenômeno aconteceu em toda a<br />
América Latina: italianos, tendo o vinho<br />
como parte da alimentação, colonizaram<br />
Mendoza e outros vilarejos argentinos,<br />
algumas cidades do Chile, o que foi fator<br />
fundamental para implantação da cultura<br />
da uva. O hábito surgiu da forma de viver<br />
do terroir, de onde vieram os primeiros<br />
imigrantes. Foi uma busca incessante<br />
desses imigrantes por não perder a identidade<br />
de quem eram, de onde vieram, das<br />
lembranças do pouco que restava naquele<br />
tempo de miséria e fome que assolava<br />
parte da Europa.<br />
vinhos rosés<br />
Apaixonantes, instigantes, diferentes,<br />
polêmicos: são muitas<br />
as versões e estilos dos vinhos<br />
rosés e as formas que os apreciadores os<br />
visualizam, os percebem.<br />
Habituais companheiros dos happy<br />
hours à beira do Mediterrâneo, principalmente<br />
no berço onde são identidade,<br />
na Provence, são a moda que aos poucos<br />
começa a conquistar os brasileiros.<br />
Na Cote D’Azur, a área litorânea<br />
francesa reconhecida pela sofisticação, o<br />
lugar mais cobiçado entre a “high society”<br />
mundial durante a alta temporada, é<br />
comum ver as pessoas bebendo rosé de<br />
diferentes maneiras: vem servido em jarra,<br />
até mesmo com gelo. Outros preferem o<br />
serviço clássico, na garrafa tradicional,<br />
taças deslumbrantes.<br />
uvAs exótiCAs<br />
Exóticos, desconhecidos, raros...<br />
Enfim, são inúmeros os termos usados<br />
para descrever vinhos e uvas pouco convencionais.<br />
Exótico é o termo aplicado ao “que<br />
não é natural do local” ou “diferente”.<br />
Muitas vezes refere-se a clássicos, dos<br />
quais conhecemos apenas a região, onde<br />
pouco se divulga o nome da uva; em<br />
outras, a uvas desaparecidas, que, com<br />
pesquisa e muito trabalho, são resgatadas,<br />
e os vinhos são elaborados com técnicas<br />
mais modernas e passam a ser parte do<br />
nosso dia-a-dia.<br />
Uma das variedades mais aclamadas<br />
como exótica é a Syrah. A lista de sugestões<br />
de uvas raras é enorme. Poderíamos<br />
citar a Parellada, da Espanha, o Sangiovese<br />
cultivada na Argentina, Chasselas,<br />
típica da Suiça, e até a Arinarnoa e Rebo<br />
(destas duas conheci vinhos e vinhedos<br />
na propriedade da família Bettu, em<br />
Garibaldi).<br />
O que vale é provar esta diversidade,<br />
fugir do convencional e se deliciar com<br />
este enorme e maravilhoso mundo do<br />
vinho, com todos os sabores que a rica<br />
natureza oferece.<br />
Maria Amélia Duarte Flores<br />
Enóloga<br />
maria.amelia@jornalvinhoecia.com.br<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 48