Vinhos, restaurantes, lojas, eventos, dicas, humor - Jornal Vinho & Cia
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Circuito do <strong>Vinho</strong><br />
O Argentina: melhor<br />
“Fernando Quartim<br />
tem hoje a dura<br />
profissão de rodar<br />
<strong>restaurantes</strong> em São Paulo<br />
e no mundo para descobrir<br />
vinhos e sabores. Ele fez<br />
isso em 00 , e...<br />
No reduto italiano do Tatuapé em<br />
São Paulo — quem sabe por<br />
reminiscências do português<br />
Brás Cubas — Anselmo Neves e Sérgio<br />
Ferreira decidiram criar o primeiro restaurante<br />
lusitano na região, denominando-o<br />
Bacalhoeiro (foto).<br />
Sem dúvida que com esse sugestivo<br />
nome a especialidade da casa é bacalhau.<br />
São várias as modalidades. Seguem-lhes<br />
os peixes, uma Lula na Cataplana, maravilhosa,<br />
e frutos do mar, assim como<br />
também carnes e aves... Sobremesas conventuais,<br />
naturalmente, tudo nas melhores<br />
tradições portuguesas.<br />
Ambiente muito elegante, sempre<br />
lembrando motivos portugueses, desde<br />
os azulejos de estilo até duas grandes<br />
oliveiras, frente à “parede jardim” de uma<br />
de suas diversas salas.<br />
O requinte do Bacalhoeiro permite<br />
a escolha de ambientes descontraídos<br />
como o bar-balcão, a área da biblioteca<br />
enogastronômica, local para degustações,<br />
salas aconchegantes e, o que um cunhado<br />
meu chama de “criancil”, isto é, um local<br />
à prova de som, onde a infanto-garotada<br />
pode se divertir à vontade! Para elas um<br />
cardápio infantil, a brinquedoteca, videogames<br />
e, nos finais de semana, monitores.<br />
Brincadeira organizada! E o que é melhor,<br />
sossego do outro lado para a apreciação<br />
dos maravilhosos pratos e dos vinhos de<br />
uma Carta de fazer água na boca!<br />
dos <strong>restaurantes</strong><br />
Bem pequeno<br />
Com minha filha, que já é casada, fomos,<br />
ela, genro e minha mulher, jantar no<br />
restaurante Vito. Meu genro se encarregou<br />
de “cavar” a reserva, tarefa nada fácil,<br />
considerando a grande procura e o pequeno<br />
espaço disponível. O Vito é pequeno,<br />
bem pequeno mesmo, tem por volta de<br />
sete ou oito mesas, o que cria um ambiente<br />
aconchegante e muito agradável.<br />
Os sócios André e Pedro, auxiliados<br />
pela gerente Ana Cândido e pelo sommelier<br />
Gustavo, fazem um atendimento<br />
primoroso.<br />
Para harmonizar comida e vinho, o<br />
Vito apresenta uma carta de vinhos bem<br />
representativa, tanto dos italianos como de<br />
outros países, sobrepreços comportados<br />
e acessíveis a diversas exigências, desde<br />
exemplares para uma comemoração aos<br />
vinhos para o dia comum. São aproximadamente<br />
70 rótulos, bem cuidados pelo<br />
Gustavo.<br />
JAponês Com BrAnCos?<br />
Confesso que na maioria das vezes<br />
que escolhi vinho para acompanhar uma<br />
refeição em restaurante japonês fiquei entre<br />
os brancos. Como eu adoro os Sushis,<br />
e talvez por falta de imaginação, criei um<br />
paradigma: vinho em restaurante japonês<br />
é branco!<br />
Recentemente recebi um convite de<br />
minha amiga Alessandra Casolato, da<br />
CH2A, para uma degustação que me<br />
deixou, de início, muito curioso.<br />
Dizia o convite que o Provence Club<br />
Brasil e o restaurante Aizomê convidavam<br />
para uma “experiência enogastronômica”<br />
de harmonização dos rosés de Provence<br />
com o melhor da cozinha japonesa na instigante,<br />
criativa e personalíssima releitura<br />
da culinária tradicional do Japão realizada<br />
pelo chef Shin Koike.<br />
Estavam ali os ingredientes necessários<br />
para o desafio perfeito. E eu estava<br />
cético, com uma ligeira desconfiança<br />
cultural a respeito dos rosés e com meu paradigma<br />
brancófilo. Tudo estava reunido<br />
em uma proposta em que Shin completava<br />
o outro componente de sua personalidade:<br />
a ousadia!<br />
Mudei meus conceitos e quebrei meu<br />
paradigma!<br />
explosão de prAzeres<br />
No restaurante Eñe, Sergio e Javier<br />
têm, no dia-a-dia, nada menos do que a<br />
dedicação e a técnica oriental do Chef Flávio<br />
Miyamura, o “japa” para os amigos. O<br />
salão é gerenciado pelo velho amigo Danny<br />
Obregon. Nas taças, e guardando a adega de<br />
110 rótulos em 400 garrafas, está o sommelier<br />
Souza. A carta de vinhos é espanhola,<br />
exceção aos champagnes. Os sobrepreços<br />
estão em torno de 50%, diria médios.<br />
Gostaria de dedicar um capítulo<br />
especial à proposta do Eñe sobre harmonização!<br />
No cardápio, uma sugestão: menu degustação<br />
surpresa, harmonizado em taças!<br />
Aceitei, recomendo e atesto que foi<br />
uma das mais belas sequências de pratos<br />
(sete, mais sobremesa!) e vinhos que já<br />
experimentei, satisfez os cinco sentidos<br />
numa explosão de prazeres genésicos<br />
que induzem ao belo, que clamam por<br />
observações, comentários e confortam<br />
a alma!<br />
Fernando Quartim<br />
Vice-Presidente da SBAV-SP<br />
quartim@jornalvinhoecia.com.br<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 48