Vinhos, restaurantes, lojas, eventos, dicas, humor - Jornal Vinho & Cia
Vinhos, restaurantes, lojas, eventos, dicas, humor - Jornal Vinho & Cia
Vinhos, restaurantes, lojas, eventos, dicas, humor - Jornal Vinho & Cia
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Velho Mundo<br />
O melhor<br />
do Velho Mundo<br />
“Da França, Itália,<br />
Espanha, Portugal e<br />
demais países, Walter<br />
Tommasi pegou em 00<br />
muita informação sobre o<br />
Velho Mundo. Acompanhe<br />
aqui algumas borbulhantes<br />
Os aficionados do mundo do vinho<br />
já estão se acostumando a discutir<br />
sobre o que é melhor ! <strong><strong>Vinho</strong>s</strong> do<br />
Velho ou do Novo Mundo, e certamente<br />
muitos já tomaram sua posição.<br />
Por escrever sobre o Velho Mundo<br />
vocês já devem ter deduzido que minha<br />
preferência já está clara, certo? Certo, mas<br />
não 100%. Se eu estivesse perdido em<br />
uma ilha solitária e o gênio da lâmpada<br />
me desse só uma escolha, certamente seria<br />
um vinho do Velho Mundo, e confesso que<br />
teria uma certa dificuldade em escolher o<br />
meu exemplar pela riqueza dos diferentes<br />
terroirs! Um elegante e longevo Borgonha?<br />
Um arredondado Bordeaux? O rei do<br />
Piemonte, o potente Barolo? O tradicional<br />
Brunello? Um delicioso Douro, um maravilhoso<br />
Rioja? Difícil escolha, certo? Bem,<br />
pelo menos para mim que aprecio todos.<br />
Mas, afinal, o que diferencia os vinhos do<br />
Velho e os do Novo Mundo?<br />
Se você pensou o terroir, certíssimo! E<br />
o que é o terroir? Mesmo que muitos possam<br />
não concordar, para mim terroir é a expressão<br />
da tradição, e é composto por elementos<br />
que não dependem da mão do homem, ou<br />
seja: topografia, tipo de solo e clima.<br />
14<br />
remédio de BolhAs<br />
Queria escrever sobre Champagne,<br />
mas sem me tornar repetitivo e falar sobre<br />
as Damas de Champagne,<br />
os condes de Champagne,<br />
o método Champenoise, o<br />
Charmat, enfim, não queria<br />
nem história nem tecnicalidades.<br />
Queria escrever coisas<br />
positivas e sobre o prazer<br />
que o champagne traz a<br />
quem o consome. Então, lá<br />
vai: vejam o que descobri<br />
em minhas pesquisas.<br />
Em 2007 duas universidades<br />
(Reading e Cagliari)<br />
publicaram resultados de<br />
suas pesquisas; e sabe o que<br />
elas dizem? Que o consumo<br />
moderado de champagne<br />
pode ajudar no combate a<br />
derrames, mal de alzheimer<br />
e doença de Parkinson.<br />
Com base nisso, sugiro você conversar<br />
com o seu médico e perguntar de qual<br />
“laboratório Maison” ele vai receitar o<br />
próximo remédio de bolhas. Mas tome cuidado<br />
para não aceitar produtos genéricos<br />
(há há há!). Eu particularmente vou falar<br />
com o Dr. Oswaldo Borges, pois tenho<br />
total confiança em seu expertise médicoenogastronômico<br />
(?!?). Mas, cá entre nós,<br />
ainda estou curioso para saber o que me<br />
faria melhor? A Blanc de Blanc, a Blanc<br />
de Noir ou a tradicional? Alguém se prontifica<br />
a iniciar esta pesquisa comigo?<br />
odisseiA 2001<br />
Na degustação Odisseia 2001 colocamos<br />
frente a frente os 5 Premier Grand<br />
Cru Classé da famosa classificação de 1855<br />
organizada a pedido do imperador Napoleão<br />
III. Por ordem de serviço degustamos:<br />
Château Lafite, Château Mouton Rothshild,<br />
Château Margaux, Château Haut Brion, e<br />
Château Latour, um desfile de ícones do<br />
Bordeaux que povoam a cabeça de muitos<br />
de nós apreciadores dos bons vinhos.<br />
Ribera del Duero, em Zamora, Espanha<br />
A safra de 2001 não gerou muitas<br />
expectativas por vir em seguida a um<br />
ano excepcional, o 2000, mas também<br />
por sofrer atrasos na colheita devido a<br />
problemas climatológicos que impactaram<br />
na maturação das uvas, nesse ano<br />
mais lenta do que o padrão da região. O<br />
impacto dessa variação foi sentida especialmente<br />
na estrutura dos vinhos tintos,<br />
que passaram a apresentar características<br />
mais elegantes. Por outro lado, a região de<br />
Sauternes foi amplamente beneficiada, e a<br />
safra dos seus vinhos doces foi a melhor<br />
dos últimos 75 anos, e foi com um exemplar<br />
do Château D’Yquem, que mereceu<br />
100 pontos do crítico Robert Parker e da<br />
Revista Wine Spectator, que encerramos<br />
nossa noitada.<br />
Estou seguro que esta degustação ficará<br />
na memória de todos os participantes<br />
e será tema de longas conversas e até<br />
mesmo de referência em trocas de idéias<br />
sobre vinhos de alta estirpe, afinal poucas<br />
pessoas tem o privilégio de participar de<br />
algo tão especial.<br />
duero<br />
Existe um rio que se Baco vivesse<br />
certamente por lá passaria o resto de sua<br />
vida: Duero ou Douro, você pode escolher<br />
o nome. Ele mata a sede e alimenta<br />
suas margens tanto na Espanha como em<br />
Portugal, permitindo que as regiões como<br />
Ribera Del Duero, Toro, Rueda e Douro<br />
brilhem no cenário mundial dos vinhos.<br />
Os vinhos da Ribera Del Duero me<br />
encantam. Na Espanha são considerados,<br />
junto com os da Rioja, como os vinhos<br />
de maior qualidade e maior longevidade;<br />
e ainda que sua uva predominante seja a<br />
mesma, a Tempranillo, existe uma diferença<br />
brutal entre eles. Os da Ribera del<br />
Duero são mais modernos, frutados e estruturados,<br />
mas sem perder a elegância.<br />
Walter Tommasi<br />
Enófilo<br />
tommasi@jornalvinhoecia.com.br<br />
<strong>Vinho</strong>&<strong>Cia</strong> - No. 48