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Vinhos, restaurantes, lojas, eventos, dicas, humor - Jornal Vinho & Cia

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O melhor<br />

do Novo Mundo<br />

“Beto Acherboim<br />

buscou durante 00<br />

o melhor do Novo<br />

Mundo. Comparou com<br />

o Velho Mundo, bebeu,<br />

falou sobre uvas brancas...<br />

Bem... Acompanhe...<br />

Não há como esconder as mudanças<br />

e transformações em torno do<br />

mundo do vinho. Mais especificamente<br />

do terroir.<br />

Este termo, no início utilizado somente<br />

por produtores do Velho Mundo (principalmente<br />

da Bourgogne e da Alsácia – alguns,<br />

divertidamente chamados de terroiristes)<br />

ganhou uma série de novos adeptos.<br />

A situação era muito simples: enquanto<br />

os produtores do Velho Mundo, em sua<br />

grande maioria, ocupavam-se em rotular<br />

<strong>Vinho</strong> & <strong>Cia</strong> - No. 48<br />

seu vinho como único e exclusivo (não<br />

há, por exemplo, um vinho como o Romanèe<br />

Conti, com seu terroir particular),<br />

logicamente cobrando caro por isso, os<br />

produtores do Novo Mundo aproveitavam<br />

para massificar as vendas com produtos<br />

mais baratos, uniformizando o gosto do<br />

vinho, tornando-o cada vez mais fácil<br />

de se beber, e, logicamente, faturando,<br />

aumentando seus lucros e organizando-se<br />

em grandes corporações, preparando-se<br />

para a grande virada.<br />

Eis que, de repente, nos deparamos<br />

com produtores Novo-Mundistas (chilenos,<br />

argentinos, californianos, sulafricanos,<br />

australianos, neozelandeses e<br />

brasucas) apostando suas fichas em vinhos<br />

de terroir...<br />

O que aconteceu? Descobriram que<br />

sua visão estratégica estava equivocada?<br />

Perceberam que os europeus é que estavam<br />

certos, investindo e mantendo sua tradição<br />

de apostar em vinhos de terroir?<br />

Nada disso. Raciocínio simples. Uma<br />

vez consolidada sua marca (ou seu país,<br />

como produtor de bons vinhos, confiáveis)<br />

a hora agora é de agredir o seu concorrente.<br />

Mostrar que nem só de vinho barato<br />

vivem estes produtores.<br />

E o que aconteceu com o produtor<br />

europeu (Velho-Mundista)? Inverteu a<br />

balança e foi mostrar ao “Novo-Mundista”<br />

que também sabe fazer vinho de bom<br />

custo-benefício...<br />

Moral da história?<br />

Todo mundo saiu ganhando... e todo<br />

mundo saiu perdendo!<br />

BeBendo...<br />

De quantas degustações já participamos,<br />

pelo jornal, em <strong>eventos</strong> diversos e<br />

em nossas confrarias, em que ao degustar<br />

às cegas temos gratas surpresas quando<br />

vinhos teoricamente menos valorizados<br />

e “pontuados” derrubam verdadeiros<br />

ícones.<br />

Lembro-me muito bem de uma, acho<br />

que em 1999 ou 2000, onde um Cabernet<br />

australiano “detonou” um dos grandes<br />

ícones do mundo do vinho, um Sassicaia,<br />

obviamente porque estava pronto. O grande<br />

Sassicaia, tadinho, não agüentou o tranco no<br />

dia. Ah, se eu repetisse aquela degustação<br />

hoje, com os mesmos vinhos das mesmas<br />

safras, aposto meu braço que o Sassicaia<br />

devolvia a pancada com juros. A explicação<br />

para isso? Tudo tem sua hora...<br />

A rAinhA BrAnCA<br />

Acredita-se que existam duas rainhas<br />

no mundo das uvas viníferas: a tinta – Cabernet<br />

Sauvignon – e a branca – Chardonnay.<br />

Mas, rainha? Por que esse título?<br />

Alguns – me incluo neste grupo – acreditam<br />

que é pelo fato de serem uvas de<br />

fácil trato, e, por consequência, de fácil<br />

Novo Mundo<br />

adaptação aos diversos tipos de solo,<br />

clima, e métodos de vinificação.<br />

A Chardonnay, uva branca originária<br />

da região da Borgonha, na França, realmente<br />

adapta-se bem em diversas situações.<br />

Exatamente por esse motivo, ela é<br />

plantada em todo o mundo.<br />

Comprovado. Em todos os países produtores<br />

de vinho no mundo há algum viticultor<br />

fazendo algo com a Chardonnay.<br />

A outrA BrAnCA<br />

A outra uva branca de destaque, igualmente<br />

originária da França, supostamente<br />

de Bordeaux, é a Sauvignon Blanc, também<br />

conhecida como Fumé Blanc.<br />

Individualmente, tem ótimas qualidades.<br />

Nas principais regiões, seus diferentes<br />

terroirs e suas características tornam<br />

seus vinhos distintos, únicos.<br />

No Chile é a uva branca mais plantada<br />

no país, e tem qualidade muito boa,<br />

principalmente nas regiões mais frias (San<br />

Antonio e Casablanca).<br />

Nos EUA é conhecida como Fumé<br />

Blanc (nome dado por Robert Mondavi,<br />

para criar um apelo diferenciado), ela vem<br />

crescendo em importância, e tem características<br />

entre os vinhos de Bordeaux<br />

e do Loire (obviamente sem alcançar o<br />

nível destes).<br />

A Nova Zelândia é o país onde a Sauvignon<br />

Blanc alcançou sua mais perfeita<br />

expressão, em função de seu terroir. Lá<br />

os vinhos elaborados com essa uva têm<br />

estrutura perfeita, combinando pujança e<br />

elegância.<br />

Beto Acherboim<br />

São-paulino<br />

beto@jornalvinhoecia.com.br<br />

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