Ano 10 n.2 maio/agosto 2001 - Senac
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Algas para<br />
seqüestrar carbono<br />
Trilhas suspensas<br />
O Parque Nacional da Serra dos<br />
Órgãos, no estado do Rio de<br />
Janeiro, ganhará em breve uma<br />
trilha suspensa que passa entre<br />
a copa das árvores. Construída<br />
praticamente sem causar impacto<br />
ambiental, pois aproveitou<br />
uma antiga tubulação que trazia<br />
água do Rio Paquequer, a trilha<br />
terá placas explicativas ao longo<br />
de seus 600 metros. O visitante<br />
poderá ver bem de perto<br />
aspectos interessantes da rica<br />
vegetação de Mata Atlântica do<br />
Parque, além de espécies raras<br />
e ninhos de pássaros.<br />
Essa não é a primeira trilha do<br />
gênero. A Reserva Biológica de<br />
Una, na Bahia, possui dentro de<br />
seu ecoparque uma passarela<br />
entre a copa das árvores, com<br />
cerca de 200 metros de extensão.<br />
Localizada na Costa do<br />
Descobrimento (BA), a reserva<br />
é considerada pelos cientistas<br />
uma das áreas mais importantes<br />
do planeta para conservação<br />
ambiental.<br />
Foto: Vanor Correia<br />
Diversos grupos de pesquisa estão<br />
buscando uma maneira de<br />
“capturar” ou “seqüestrar” o excesso<br />
de gás carbônico da atmosfera.<br />
Uma das possibilidades é a<br />
utilização de algas, já que essas<br />
plantas usam grande quantidade<br />
do gás em seu ciclo vital, no<br />
processo de fotossíntese. Pesquisadores<br />
da Universidade de<br />
San Marcos, na Califórnia, estão<br />
estudando o uso de algas unicelulares<br />
marinhas (existentes<br />
em todos os mares do mundo)<br />
para a absorção do carbono em<br />
grandes quantidades. Eles estão<br />
verificando se elas podem ser<br />
cultivadas em tanques artificiais<br />
e quais as variáveis ambientais<br />
que aceleram ao máximo o ritmo<br />
do crescimento.<br />
A Nasa também vem desenvolvendo<br />
pesquisa sobre algas.<br />
Em 1997, lançou ao espaço o<br />
sensor Sea-viewing Wide Fieldof-View<br />
(Sea WiFS), que dá uma<br />
volta completa ao redor da Terra<br />
a cada dois dias. Segundo<br />
informações do Sea WiFS,<br />
durante o pico do El Niño (que<br />
desencadeou uma intensificação<br />
do processo de fotossíntese das<br />
algas), entre 1997 e 1998, foram<br />
consumidas 111 bilhões de toneladas<br />
de carbono anuais pelas<br />
plantas terrestres e aquáticas.<br />
Recentemente, a Nasa publicou<br />
os resultados preliminares do<br />
que é considerado o mais<br />
completo estudo já feito sobre as<br />
plantas marinhas e terrestres.<br />
Brasileiros<br />
descobrem<br />
beija-flor raro<br />
Uma espécie de beija-flor considerada<br />
extinta foi identificada por<br />
dois brasileiros, a 3.500 metros<br />
de altitude, nos Andes, entre a<br />
Colômbia e a Venezuela. É o<br />
beija-flor-pico-espada, ave com<br />
um bico de 12cm de comprimento,<br />
<strong>maio</strong>r que seu corpo.<br />
O ambientalista Johan Dalgas<br />
Frisch e seu filho Christian encontraram<br />
a ave por acaso. Em<br />
uma primeira viagem à região,<br />
ele viu a coruba, planta que é polinizada<br />
pelo beija-flor, e concluiu<br />
que deveria haver exemplares<br />
da ave por ali. Então, retornou<br />
meses depois, na época da<br />
floração da planta, e não apenas<br />
viu o beija-flor-pico-espada, como<br />
o fotografou.<br />
O mais interessante é que a<br />
imagem desta espécie só era<br />
conhecida por um impressionante<br />
desenho no deserto de<br />
Nazca, no Peru, feito há mais de<br />
três mil anos por índios précolombianos.<br />
Os desenhos de<br />
Nazca se tornaram mundialmente<br />
famosos por sua grandiosidade,<br />
só podendo ser vistos a<br />
1.500 metros de altura. Até hoje,<br />
especula-se sobre quem os teria<br />
feito e alguns acreditam ser obra<br />
de extraterrestres.<br />
<strong>Ano</strong> <strong>10</strong> • <strong>n.2</strong> • <strong>maio</strong>/<strong>agosto</strong> de <strong>2001</strong> 18 <strong>Senac</strong> e Educação Ambiental