Ano 10 n.2 maio/agosto 2001 - Senac
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Minas Gerais<br />
vai estudar raios<br />
Buscar saídas para proteger a<br />
população e a rede de energia<br />
elétrica dos raios é o principal<br />
objetivo do recém-inaugurado<br />
Núcleo de Desenvolvimento<br />
Científico e Tecnológico em<br />
Descargas Atmosféricas. Localizado<br />
em Belo Horizonte, o núcleo<br />
é resultado de uma parceria<br />
entre a Universidade Federal de<br />
Minas Gerais (UFMG) e a Companhia<br />
Energética de Minas<br />
Gerais (Cemig). Em 2000, as<br />
descargas elétricas na atmosfera<br />
mataram mais de <strong>10</strong>0<br />
pessoas e só nos dois primeiros<br />
meses deste ano já somam 43<br />
as vítimas de raios no país. Além<br />
de prestar serviços a empresas,<br />
o núcleo permitirá uma <strong>maio</strong>r<br />
capacitação científico-tecnológica<br />
de estudantes. O relevo<br />
montanhoso e a concentração<br />
de minérios fazem de Minas o<br />
quarto estado mais atingido por<br />
raios no país. Mas as descargas<br />
elétricas também têm aspectos<br />
positivos. Elas quebram as<br />
móleculas de oxigênio e nitrogênio,<br />
o que propicia o equilíbrio<br />
da camada de ozônio.<br />
Pólos de Educação<br />
Ambiental<br />
O Programa Nacional de Educação<br />
Ambiental, do Ministério do Meio<br />
Ambiente, está percorrendo todos os<br />
estados para divulgação do projeto de<br />
implantação dos Pólos de Educação<br />
Ambiental e Difusão de Práticas Sustentáveis,<br />
a mais nova iniciativa do ministério<br />
nesta área. A proposta é que em cada<br />
estado haja uma troca entre os representantes<br />
dos governos locais, organizações<br />
não-governamentais, instituições<br />
da área acadêmica, entre outros segmentos,<br />
e o MMA, sobre os projetos de<br />
Educação Ambiental desenvolvidos na<br />
área, o processo de implantação dos<br />
pólos e das Agendas 21 locais.<br />
O Pólo Norte está derretendo<br />
O Pólo Norte está começando a derreter, informaram pesquisadores da<br />
Universidade de Harvard (EUA) que visitaram o local recentemente. A espessa<br />
camada de gelo que durante milhões de anos cobriu o Oceano Polar Ártico está<br />
virando água. Pelo menos por enquanto, uma faixa degelada, de 1,6 quilômetro<br />
de largura, se abriu bem no topo do mundo – algo possivelmente nunca visto<br />
antes por seres humanos e mais um sinal de que o aquecimento global pode ser<br />
real e estar afetando o clima do planeta. Os cientistas afirmam que a última vez<br />
que o pólo degelou foi há mais de 50 milhões de anos. O oceanógrafo James J.<br />
McCarthy, diretor do Museu de Zoologia Comparativa de Harvard e co-líder de<br />
um grupo que trabalha para a Comissão Intergovernamental sobre Mudanças<br />
Climáticas, patrocinada pela ONU, foi conferencista num cruzeiro turístico ao<br />
Ártico a bordo de um quebra-gelo russo no início de abril. Numa viagem<br />
semelhante, seis anos atrás, o quebra-gelo penetrou numa calota glacial de 1,8<br />
metro a 2,7 metros de espessura no Pólo Norte.<br />
Aquecimento global: falta vontade política<br />
De acordo com os cientistas que compõem o Painel Intergovernamental sobre<br />
Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU, o mundo já teria como melhor controlar a<br />
emissão de gases do efeito estufa com a tecnologia existente. Os avanços<br />
tecnológicos para controlar o aquecimento global, principal conseqüência desses<br />
gases, se desenvolveram mais rapidamente do que o previsto. O que está faltando<br />
é vontade política dos países industrializados para colocá-los em prática. Técnicas<br />
como a criação de células de combustível de hidrogênio, turbinas a vento, motores<br />
de carro mais eficientes e econômicos e técnicas especiais de queima de dióxido<br />
de carbono são elogiadas pelos cientistas. Todas elas representam a possibilidade<br />
de controle da emissão desses gases no planeta, principalmente o dióxido de<br />
carbono (CO 2<br />
), o mais prejudicial ao clima. A ONU vê o relatório do IPCC como<br />
uma forma de pressionar os países industrializados a ratificar o Protocolo de<br />
Kioto, assinado em 1997, que propõe a diminuição de 5% da emissão dos gases<br />
pelos países desenvolvidos, entre 2008 e 2012.<br />
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo:<br />
uma proposta brasileira<br />
Os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) surgiram a partir de uma<br />
proposta brasileira apresentada na 3ª Conferência das Partes, em 1997, em<br />
Kioto, Japão. Pelo mecanismo, as empresas de países industrializados que<br />
quiserem investir em projetos de tecnologias limpas ou de reflorestamento nos<br />
países em desenvolvimento poderiam abater da cota nacional de emissões de<br />
CO 2<br />
a quantidade de carbono que deixaria de ser emitida com esses projetos.<br />
As cotas foram estabelecidas pelo Protocolo de Kioto, mas até hoje não foram<br />
colocadas em prática. Além de ser o autor da proposta de Desenvolvimento<br />
Limpo, o Brasil também criou recentemente (março de <strong>2001</strong>) o Centro de Estudos<br />
Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, resultado de uma<br />
parceria entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), através da<br />
Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia – Coppe, e a<br />
Universidade de São Paulo (USP). A iniciativa visa identificar projetos que se<br />
enquadrem no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Estima-se que o<br />
mercado para tais projetos vá movimentar US$ 90 bilhões por ano, sendo 5%<br />
desse montante aqui no Brasil. Um dos primeiros projetos a que o centro vai se<br />
dedicar avaliará o aproveitamento energético a partir do lixo.<br />
<strong>Ano</strong> <strong>10</strong> • <strong>n.2</strong> • <strong>maio</strong>/<strong>agosto</strong> de <strong>2001</strong> 26 <strong>Senac</strong> e Educação Ambiental