Ano 10 n.2 maio/agosto 2001 - Senac

Foto: Adriano Von Markendorf
Verbas do Bird para a Mata Atlântica
Um acordo firmado entre o governo brasileiro e o grupo de doadores dos
países mais ricos do mundo, o G7, traz boas perspectivas para a sobrevivência
da Mata Atlântica. O Programa Piloto para Proteção das Florestas
Tropicais Brasileiras (PPG7), do Banco Mundial, conta com recursos da
ordem de US$ 115 milhões para, até 2005, estancar o desmatamento nos
7,3% de remanescentes deste bioma. Projetos de setores públicos ou da
iniciativa privada poderão solicitar financiamento, desde que se enquadrem
em uma das quatro diretrizes do programa: proteção da biodiversidade,
uso sustentável dos recursos naturais (excluindo qualquer atividade madeireira),
recuperação de áreas degradadas e monitoramento e pesquisa.
Entre as prioridades para investimento estão ampliação e consolidação de
um sistema integrado de unidades de conservação, estabelecimento de
incentivos para áreas de conservação privadas e criação de áreas de
conservação municipais. As iniciativas poderão ser voltadas também para
a recuperação de áreas, principalmente para a formação de corredores
ecológicos e recomposição de regiões de mananciais, matas ciliares e
entornos de áreas de preservação.
Amazônia: licença para desmatamento
A partir de agora, os proprietários de terra dos sete estados da Amazônia Legal
(Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Amapá, Pará e Mato Grosso) deverão
possuir licenciamento ambiental para realizar qualquer atividade na região. A
licença estabelecerá os limites da propriedade, as áreas de reserva legal (partes
da mata nativa que devem ser preservadas), e as de proteção permanente,
como encostas de morro e margem de rios, que não podem perder a vegetação.
No entanto, o documento não significa que o proprietário está livre para desmatar.
Para isso ele precisará de uma autorização específica do Ibama. E o órgão estará
monitorando, através de fotos de satélites, as modificações nas propriedades
com o passar do tempo.
Nos estados de Mato Grosso e Acre esta medida vem sendo implementada com
bons resultados. Um estudo do WWF (Fundo Mundial para a Natureza) mostra
que, apesar da crescente perda de mata nativa por desmatamentos, é possível
utilizar apenas um quinto das florestas existentes para atender a demanda mundial
por madeira e derivados.
Embalagem para
lixo nuclear
O lixo nuclear pode permanecer
radioativo durante séculos, mas
até agora os tonéis usados para
armazená-los têm uma vida útil
prevista de apenas 100 anos.
Cientistas norte-americanos, no
entanto, acreditam que podem
ter encontrado uma forma melhor
para guardar, com segurança, um
material tão perigoso por
milhares de anos. O Laboratório
Nacional de Los Alamos tem a
solução para os bastões de
combustível já utilizados pelas
empresas norte-americanas de
energia nuclear (que os cientistas
chamam de lixo nuclear de alto
nível), que guardam uma
radiação que não desaparece na
natureza. Eles testaram um
conjunto de materiais de óxidos
de cerâmica cristalina, que
demonstrou ter grande resistência
à radiação. Os cientistas
acreditam que combinando lixo
radioativo com óxidos cristalinos
de fluorite de cerâmica poderiam
produzir um material que,
embora radioativo, nunca
contaminaria o meio externo.
Eles precisam, por enquanto,
encontrar a combinação química
certa para produzir um cristal de
cerâmica durável o suficiente
para estocar material nuclear por
longos períodos.
Senac e Educação Ambiental 25 Ano 10 • n.2 • maio/agosto de 2001