Ano 10 n.2 maio/agosto 2001 - Senac
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Guardiões das águas<br />
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro está recrutando<br />
agentes nas próprias comunidades para cuidar da limpeza e preservação dos rios<br />
da cidade. O projeto Guardiões dos Rios começou com o rio dos Macacos, que<br />
corta o Horto e o Jardim Botânico e se estenderá pelos rios Maracanã, na Tijuca;<br />
o Piraquê, em Guaratiba; o Canal das Tachas, no Recreio; e o Anil, em Jacarepaguá.<br />
Serão recrutados 40 agentes (pessoas que estejam desempregadas), que<br />
receberão 1,5 salário-mínimo para retirar lixo e entulho de obras dos leitos<br />
dos rios, fazer o replantio de árvores e impedir novas agressões. No caso do<br />
Canal das Tachas e do Rio do Anil, também caberá aos guardiões retirar as<br />
gigogas, plantas que se proliferam no espelho d´água por causa do despejo<br />
de esgoto. Os guardiões serão treinados durante um mês na Escola Politécnica<br />
de Saúde e usarão uniformes.<br />
À exceção do Piraquê, todos os rios contemplados no projeto transbordam com<br />
as chuvas, devido ao assoreamento. Os guardiões não poderão combater<br />
diretamente esse problema, retirando areia do leito, mas poderão contribuir para<br />
evitá-lo, recuperando a vegetação das margens, o que impedirá erosões e mais<br />
deslizamentos. A retirada do lixo também contribuirá para diminuir as enchentes.<br />
Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Paes, um dos<br />
principais objetivos do projeto é mudar a forma como as pessoas encaram os<br />
rios, que são sempre vistos como um problema. Para isso, será feito um trabalho<br />
paralelo de educação ambiental com as comunidades para que elas respeitem as<br />
regras de conservação.<br />
Coleta seletiva gera<br />
empregos<br />
O estado do Ceará está investindo na coleta seletiva que, desde<br />
1997, tem sido mote para criação de novos postos de trabalho para a<br />
população carente em Fortaleza (CE). O Projeto Reciclando – Seja<br />
um cidadão ecológico, baseado na gestão compartilhada do lixo,<br />
tem trazido resultados satisfatórios. Mensalmente, 2 mil<br />
trabalhadores, com ganhos entre R$ 150 e R$ 340, coletam e fazem<br />
a triagem de mais de 230 toneladas de recicláveis. Nem mesmo<br />
uma ínfima parcela desse material fica encalhada nos galpões: tudo<br />
é comprado pelo Sindiverde – Sindicato das Empresas de Resíduos<br />
Sólidos Domésticos e Industriais do estado do Ceará, o primeiro<br />
do gênero no país preocupado com o desenvolvimento do<br />
setor.<br />
Para alavancar a indústria de reciclagem, o governo<br />
do Ceará chamou os vários atores sociais para<br />
participarem do Projeto Reciclando – Seja um<br />
cidadão ecológico. Nos dez centros comunitários,<br />
localizados em bairros da periferia de Fortaleza, foram montados<br />
galpões de triagem e feita a capacitação de pessoas interessadas em<br />
trabalhar como coletores.<br />
O Sindiverde, que atualmente reúne 26 empresas, assumiu o compromisso<br />
de comprar todos os recicláveis coletados, transformando-os<br />
em novos produtos. Entre os itens “verdes” produzidos estão<br />
utensílios domésticos de plástico e caixas de papelão.<br />
<strong>Ano</strong> <strong>10</strong> • <strong>n.2</strong> • <strong>maio</strong>/<strong>agosto</strong> de <strong>2001</strong> 32 <strong>Senac</strong> e Educação Ambiental