Ano 10 n.2 maio/agosto 2001 - Senac

feitas pelos Estados Unidos, melhoria
da imagem ou simplesmente conscientização.
Esses são alguns dos
fatores que aumentaram o interesse
das empresas por questões ambientais
e favoreceram a expansão
desse mercado.
“O problema da escassez de energia
elétrica, o aumento da poluição do ar
e a falta de planejamento das indústrias
no tratamento de esgoto
estão vindo à tona num momento
crucial. Hoje em dia, o profissional
precisa ter uma visão do sistema e não
mais se limitar apenas à solução de
um problema isolado”, comenta
Cláudio Luiz de Souza, gerente do CEA.
“Queremos formar profissionais com
esse perfil”, completa.
O Centro também dedica sua atuação
à educação comunitária, saúde ocupacional,
técnicas de intervenção,
estudos de epidemiologia e padrões
de consumo.
Entre os cursos oferecidos pelo Centro
de Educação Ambiental destacam-se:
a graduação em Tecnologia em
Gestão Ambiental, e os técnicos em
Unidades de Conservação, Segurança
do Trabalho e Meio Ambiente. Há
também os cursos livres de aperfeiçoamento,
com curta duração, em
torno de 16 horas, para profissionais
que já atuam na área.
Além disso, o Senac-SP pretende oferecer
mais cursos em nível de
graduação (Química, Biologia e
Engenharia Ambiental). O bacharelado
em Química Tecnológica, com ênfase
em meio ambiente, será oferecido a
partir de 2002, assim como alguns
cursos de pós-graduação e especializações
(Sistemas de Informações
Geo-referenciadas, Biologia, Química,
Higiene do Trabalho, Ergonomia –
estudo da qualidade de vida dentro do
ambiente de trabalho – e Engenharia
de Meio Ambiente).
Além das aulas teóricas, o Centro
proporciona aulas práticas em vários
laboratórios: Química Orgânica e
Inorgânica, Geoprocessamento, Física
Instrumental, Biologia, Análise Instrumental
e Informática. Os alunos
aprendem técnicas para detectar
componentes tóxicos no meio ambiente,
encontrados principalmente
em grandes metrópoles como São
Paulo. “O mundo chegou a um estágio
em que precisamos de pessoas muito
bem preparadas para resolver os
problemas que o homem criou”,
observa Souza.
A importância da
conscientização
A falta de conscientização em relação
às questões ambientais resulta em
graves conseqüências não só para o
ecossistema, mas também para o ser
humano. “As pessoas têm que parar
de ver o meio ambiente
como algo
externo.
O meio ambiente é o lugar em que
vivemos, é o que está a nossa volta.
Temos de parar de achar que isso só
diz respeito à matança das baleias ou
ao desmatamento da Amazônia”,
analisa a professora Mônica Simons.
Para ela, educação ambiental é muito
mais que uma disciplina, é uma filosofia
de vida que permeia tudo e está
presente em todas as outras disciplinas.
Na sua opinião, é preciso
trabalhar pela “sacralização” da vida, ou
seja, para quebrar a relação utilitária da
natureza e encará-la como algo sagrado.
“Dessa forma, as pessoas vão sentir
necessidade de preservar o meio em
que elas vivem”, afirma Monica.
Para Daniel Calderazzo, 23 anos, aluno
do curso de Tecnologia em Gestão
Ambiental, “as pessoas se esqueceram
do ambiente em que vivem e
dos recursos naturais que estão se
esgotando”. Ele pretende fazer um
projeto de desenvolvimento sustentável
para pequenas comunidades,
que mostre como ter boa qualidade
de vida utilizando equipamentos para
captação de água da chuva, aquecimento
de ambientes pela energia
solar e captação de energia por meio
de minihidrelétricas.
Calderazzo já havia feito o curso técnico
de Guarda-Parques no Senac:
“Durante o curso e a vivência nessa
área, percebi a carência por profissionais
especializados em meio
ambiente”, comenta.
Para os próximos dois anos, o Centro
de Educação Ambiental tem planos de
editar publicações científicas e de
idéias inovadoras, de desenvolver
programas para estrangeiros interessados
nas atividades do CEA, de
estimular os alunos da graduação a
trabalhar para o terceiro setor, e de
detectar as necessidades das comunidades
em relação ao meio
ambiente e à saúde ocupacional, entre
outras atividades.
Senac e Educação Ambiental 47 Ano 10 • n.2 • maio/agosto de 2001