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la<strong>do</strong> <strong>do</strong> fluxo <strong>do</strong> discurso social e da fixação <strong>do</strong> dito em formas pesquisáveis<br />

caracterizam a etnografia. Ou, noutros termos, enfatizará uma dimensão<br />

antropológica <strong>do</strong> problema, na medida em que, trata de uma estrutura de<br />

significação – contexto normativo e conceitual <strong>do</strong>s agentes da PM – que exerce<br />

certa influência sobre uma base social – a PMCE 2 . Nesse senti<strong>do</strong>, entende-se com<br />

Geertz que:<br />

olhar as dimensões simbólicas da ação social — arte, religião,<br />

ideologia, ciência, lei, moralidade, senso comum — não é afastar-se<br />

<strong>do</strong>s dilemas existenciais da vida em favor de algum <strong>do</strong>mínio<br />

empírico de formas não-emocionalizadas; é mergulhar no meio delas<br />

(1978, p. 40). (negrito nosso)<br />

Ademais, embora sem saber se isto é possível, de um mo<strong>do</strong> geral, procurouse<br />

ter em mente, durante a confecção <strong>do</strong> texto, a harmonização entre as liberdades<br />

individuais, os direitos humanos e as possibilidades de restrições impostas pela<br />

coletividade através da PM para a manutenção da vida comunitária. Lembran<strong>do</strong> que:<br />

[...] as duas coisas só são possíveis juntas: só pode haver uma vida<br />

comunitária mais livre de perturbações e tensões se to<strong>do</strong>s os<br />

indivíduos dentro dela gozarem de satisfação suficiente; e só<br />

pode haver uma existência individual mais satisfatória se a<br />

estrutura social pertinente for mais livre de tensão, perturbação<br />

e conflito. A dificuldade parece estar em que, nas ordens sociais que<br />

se nos apresentam, uma das duas coisas sempre leva a pior (ELIAS,<br />

1994, p. 17). (negrito nosso)<br />

1.1 Relevância <strong>do</strong> tema<br />

A polícia, observa Dominique Monjardet, foi definida ora como instrumento<br />

de <strong>do</strong>minação por excelência <strong>do</strong> poder, isto é, da classe <strong>do</strong>minante, ora como<br />

instrumento especializa<strong>do</strong> de aplicação da lei. Essas imagens não são exatas e<br />

tanto numa como na outra, a concepção da polícia é puramente instrumental e<br />

dependente da visão de um agente passivo e dócil, instrumentaliza<strong>do</strong> pelo poder ou<br />

pela sociedade (2003, p. 151).<br />

No mesmo senti<strong>do</strong>, Bretas observa que:<br />

Desde a historiografia progressista, que buscava ressaltar as<br />

benéficas inovações <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s constituí<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong> século<br />

2 Lembremos que, em Geertz, a interpretação parte da escolha das estruturas de significação e sua<br />

base social, entre as quais se estabelece um ir e vir hermenêutico.<br />

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