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teoria, além da reconciliação entre ação e coletividades, ―é a de desembaraçar a<br />

teoria social <strong>do</strong>s dilemas que são inerentes tanto ao positivismo quanto às teorias da<br />

ação social‖ (1999, p. 395).<br />

Pois, embora Giddens não encaminhe a teoria da estruturação ―para um<br />

embate com os princípios positivistas‖ (COHEN, 1999, p. 396), ele ―infringe as<br />

injunções positivistas contra os postula<strong>do</strong>s metafísicos‖ (idem, p. 398) e se nega a<br />

atribuir ―ação ou consequência a forças ou qualidades metafísicas hipostatizadas‖<br />

(idem, p. 399). Assim, ao iniciar a teoria da estruturação ao longo de linhas<br />

ontológicas flexíveis que permitem carrear várias concepções teóricas para o mesmo<br />

objeto, Giddens se enquadra numa outra percepção ontológica. De forma que:<br />

A ontologia estruturacionista está voltada exclusivamente para os<br />

potenciais constitutivos da vida social: as capacidades humanas<br />

genéricas e as condições fundamentais mediante as quais o curso e<br />

os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s processos e eventos sociais são gera<strong>do</strong>s e<br />

molda<strong>do</strong>s numa multiplicidade de maneiras empiricamente<br />

discerníveis. A ausência de hipostatização na teoria da estruturação<br />

é evidente na extensão em que Giddens evita impor quaisquer<br />

restrições substantivas aos seus conceitos ontológicos. Esses<br />

conceitos não atribuem prioridade trans-histórica a práticas ou<br />

processos específicos e produção e reprodução social [...]<br />

(COHEN, 1999, p. 402). (negrito nosso)<br />

Enfim, no pensamento de Giddens, a PM enquanto grupo humano<br />

determina<strong>do</strong>, influencia a conduta <strong>do</strong>s indivíduos policiais singulariza<strong>do</strong>s. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, é pela interação e combinação das ações <strong>do</strong>s policiais militares que se tem a<br />

configuração, a manutenção ou alteração <strong>do</strong> universo societário da PM.<br />

Ressalte-se, porém, que em instituições militarizadas como a PM, a<br />

impressão que se tem é que há algum desequilíbrio nessa relação – as dimensões<br />

estruturais da instituição parecem pesar mais sobre a conduta <strong>do</strong>s policiais<br />

singulares <strong>do</strong> que a ação destes para a manutenção ou alteração <strong>do</strong> universo sóciomilitar<br />

da PM.<br />

Isso decorre em parte das limitações sistêmicas <strong>do</strong> grupo em relação à<br />

sociedade como um to<strong>do</strong>, e, em parte, das resistências criadas pelo ethos policial<br />

militar a mudanças nos valores militares. Contu<strong>do</strong>, deve-se destacar que, embora o<br />

ethos policial militar seja um fator importante para a reprodução <strong>do</strong> sistema policial<br />

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