14.10.2014 Views

View - Universidade Estadual do Ceará

View - Universidade Estadual do Ceará

View - Universidade Estadual do Ceará

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Mas, no dizer de Giddens, esta noção também faz parte de um <strong>do</strong>s dilemas<br />

teóricos da Sociologia, relativo à forma como interpretamos as atividades humanas e<br />

as instituições sociais, consistente em saber em que medida da relação entre a ação<br />

humana e a estrutura social resulta constrangimentos sociais exerci<strong>do</strong>s sobre as<br />

nossas ações pelas sociedades nas quais estamos inseri<strong>do</strong>s. Ou seja, ―trata-se de<br />

saber até que ponto seremos atores humanos criativos, com um controle ativo das<br />

condições das nossas vidas, ou se a maioria <strong>do</strong> que fazemos será resulta<strong>do</strong> de<br />

forças sociais exteriores ao nosso controle‖ (GIDDENS, 2004, p. 668).<br />

Aliás, a escolha de uma dessas perspectivas é um ponto de partida<br />

interpretativo para os diversos trabalhos <strong>do</strong>s quadros da sociologia. Dessa forma,<br />

Weber e os interacionistas simbólicos, por exemplo, realçam a importância <strong>do</strong>s<br />

componentes ativos e criativos <strong>do</strong> comportamento humano. Outros, a exemplo de<br />

Durkheim, colocam o acento na natureza constrange<strong>do</strong>ra das influências sociais<br />

sobre as nossas ações (ibidem). Nesse senti<strong>do</strong>, adverte Giddens:<br />

Ação e estrutura surgem normalmente como antônimos, tanto na<br />

literatura sociológica como filosófica. Colocan<strong>do</strong> a questão em<br />

termos genéricos, poder-se-ia afirmar que as escolas de pensamento<br />

que se tem vin<strong>do</strong> a preocupar com a acção ou têm presta<strong>do</strong> pouca<br />

atenção às concepções da explicação estrutural e da causalidade<br />

social, ou, então, não encontraram ainda um mo<strong>do</strong> de lidarem com<br />

estas, falhan<strong>do</strong> igualmente no equacionamento da relação entre a<br />

teoria da acção e os problemas da transformação institucional (2000,<br />

p. 3).<br />

Por isso, conclui o autor, que o interacionismo simbólico, tradição sociológica<br />

que mais importância conferiu à observação da vida social enquanto construção<br />

ativa por atores intencionais e cognoscíveis, não conseguiu desenvolver com<br />

sucesso modelos de análise institucional, em face de seu foco no sujeito. Já o<br />

funcionalismo e o estruturalismo conferiram prioridade ao objeto sobre o sujeito, ou,<br />

à estrutura sobre a ação (2000, p. 4-5).<br />

Não é demais lembrar que, a exacerbação de qualquer dessas perspectivas<br />

pode conduzir, respectivamente, a um subjetivismo ou objetivismo prejudiciais à<br />

análise <strong>do</strong>s fenômenos sociais. No nosso caso, como estamos convenci<strong>do</strong>s de que<br />

as estruturas militares pesam mais sobre as condutas individuais <strong>do</strong>s integrantes <strong>do</strong><br />

grupo, <strong>do</strong> que no caso de instituições civis, corremos o risco de descaminhar por<br />

excessos objetivistas.<br />

49

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!