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estruturação e a dualidade <strong>do</strong> estrutural. Conforme explica Lallement:<br />

Como estão persuadi<strong>do</strong>s de que, apesar de tu<strong>do</strong>, as estruturas<br />

pesam seriamente sobre a ação social, mas como não aceitam<br />

igualmente fixar-se em uma falsa oposição de tipo individualismoholismo,<br />

muitos sociólogos olham as coisas de mo<strong>do</strong> a não<br />

hipertrofiar nem este nem aquele <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is pólos indivíduosociedade.<br />

Esta perspectiva se acha amplamente presente na<br />

sociologia estrutural de Peter Blau, na teoria da estruturação de<br />

Anthony Giddens ou ainda na obra evolutiva composta por Pierre<br />

Bourdieu (2004, p. 174-175). (negrito nosso)<br />

A singularidade epistemológica <strong>do</strong> trabalho de Giddens consiste na<br />

pressuposição de um vínculo entre ação e estrutura por meio de um processo<br />

dialético de construção e reconstrução da realidade. Em Giddens, conforme já<br />

registramos, a vida social é caracterizada pelo fluxo de processos recíprocos de<br />

constituição da sociedade e de seus grupos pelos agentes e destes por aquelas<br />

pluralidades.<br />

O traço marcante dessa perspectiva é a ideia segun<strong>do</strong> a qual, na relação<br />

entre indíviduo e coletividade a ação individual e suas mais variadas motivações e<br />

as estruturas sociais e seus efeitos sobre as condutas individuais coexistem num<br />

processo contínuo de influência mútua. Noutros termos, a teoria da estruturação:<br />

[...] tem por explícita ambição superar a oposição entre<br />

subjetivismo e objetivismo. Para isto, Giddens reconhece logo de<br />

início que os agentes sociais são <strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s de competências:<br />

conhecem o mun<strong>do</strong> em que atuam, são capazes de ações racionais<br />

e intencionais, podem explicar os atos realiza<strong>do</strong>s... No entanto,<br />

essas ações se vêem capturadas nas redes múltiplas e difíceis de<br />

<strong>do</strong>minar <strong>do</strong> inconsciente e das conseqüências não intencionais da<br />

ação. Além disso, constata Giddens, a atividade social mais<br />

corriqueira de to<strong>do</strong>s os dias é menos determinada por motivações<br />

diretas <strong>do</strong> que pela rotina [...] (Lallement, 2004, p. 177). (grifos<br />

nosso)<br />

Segun<strong>do</strong> Cohen, os aspectos da teoria da estruturação que enfatizam a<br />

práxis social representam uma divergência em relação às teorias e tradições teóricas<br />

reinantes, ao privilegiar o agente sem negligenciar as circunstâncias coletivas<br />

historicamente herdadas. Por isso, uma das contribuições mais significativas dessa<br />

Cf. COHEN, Ira J. Teoria da estruturação e práxis social. In: Giddens, A.; Turner, J. (Orgs.). Teoria<br />

social hoje. São Paulo: Editora Unesp, 1999, pp. 393-446, p. 394.<br />

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