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tive a oportunidade de realizar estu<strong>do</strong>s no campo da sociologia. Os estu<strong>do</strong>s em<br />

Direito Constitucional no programa de pós-graduação em direito da <strong>Universidade</strong><br />

Federal <strong>do</strong> Ceará e as lições de sociologia no programa de pós-graduação em<br />

Políticas Públicas e Sociedade da <strong>Universidade</strong> <strong>Estadual</strong> <strong>do</strong> Ceará ampliaram a<br />

imagem que eu tinha das distorções provocadas pelo modelo militariza<strong>do</strong> de polícia<br />

para as políticas públicas de preservação da ordem.<br />

Antes dessas experiências, porém, desde que participei de um curso de<br />

Sociologia da Polícia, promovi<strong>do</strong> pelo Laboratório de Direitos Humanos, Cidadania e<br />

Ética da UECE em parceria com o Núcleo de Estu<strong>do</strong>s da Cidadania, Conflito e<br />

Violência Urbana da UFRJ eu já havia começa<strong>do</strong> a refletir sobre a possibilidade de<br />

desenvolvimento de um trabalho que tratasse <strong>do</strong> ethos próprio <strong>do</strong> grupo policial<br />

militar.<br />

1.3 Formulação <strong>do</strong> problema<br />

A Polícia Militar é uma instituição voltada para a pacificação social, que tem<br />

uma missão específica no quadro <strong>do</strong>s serviços públicos estatais. Contu<strong>do</strong>, seu<br />

modelo institucional militariza<strong>do</strong> parece ser inadequa<strong>do</strong> para a delicada tarefa de<br />

gestão da ordem, que reclama uma postura mais democrática e pedagógica de seus<br />

agentes <strong>do</strong> que autoritária e reativa.<br />

Alguns estudiosos afirmam que, esse tipo de atuação <strong>do</strong>s policiais militares<br />

decorre de ethos liga<strong>do</strong>s à PM. Contu<strong>do</strong>, não se encontra uma argumentação<br />

teórica mais sólida que estabeleça a relação entre o ethos da PM e a práxis policial<br />

militar. Em face disso, a pergunta de partida 4 da presente dissertação é em que<br />

consiste o ethos policial militar e como se estabelecer uma relação entre ele e as<br />

ações <strong>do</strong>s agentes da PM?<br />

Essa questão é pertinente porque, segun<strong>do</strong> Geertz, ―o homem é um animal<br />

amarra<strong>do</strong> a teias de significa<strong>do</strong>s que ele mesmo teceu‖ (1978, p. 15). Portanto, a<br />

4 Segun<strong>do</strong> QUIVY e CHAMPENHOUDT ―a pergunta de partida constitui normalmente um primeiro<br />

meio para por em prática uma das dimensões essenciais <strong>do</strong> processo científico: a ruptura com os<br />

preconceitos e as noções prévias‖. Para ser adequada, uma pergunta de partida deve ser ―precisa e<br />

ampla ou aberta; unívona e concisa; realista; evidenciar os desafios <strong>do</strong>s fenômenos estuda<strong>do</strong>s; não<br />

deve ser moraliza<strong>do</strong>ra e evitar idéias pré-concebidas‖. Cf. QUIVY, Raymond; CHAMPENHOUDT, Luc<br />

Van. Manual de Investigação em Ciências Sociais. Tradução de João Minhoto Marques, Maria<br />

Amália Mendes e Maria Carvalho. Lisboa: Gradiva, 2005, p. 34-43.<br />

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