Geometria fractal e aplicações - Faculdade de Ciências
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coor<strong>de</strong>nadas ficam estabelecidas medindo a distância angular entre os diferentes lugares e as<br />
duas principais linhas <strong>de</strong> referência: o equador e o semimeridiano <strong>de</strong> Greenwich. Dizemos<br />
então que a superfície da Terra tem duas dimensões pois é possível com duas coor<strong>de</strong>nadas<br />
(latitu<strong>de</strong> e longitu<strong>de</strong>) localizar com exactidão qualquer lugar.<br />
E se quisermos localizar um satélite no espaço<br />
Uma vez que o satélite não se encontra sobre a superfície terrestre, o recurso às duas<br />
dimensões da superfície terrestre não é suficiente.<br />
É necessário recorrer a uma terceira<br />
coor<strong>de</strong>nada (altitu<strong>de</strong>) para quantificar a altura do satélite em relação à superfície terrestre.<br />
Assim, para localizarmos um ponto específico na órbita <strong>de</strong> um satélite precisamos <strong>de</strong> três<br />
quantida<strong>de</strong>s: a latitu<strong>de</strong> e longitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um ponto da Terra acrescidas da altitu<strong>de</strong> em que o<br />
satélite se encontra acima <strong>de</strong>sse ponto.<br />
O próximo passo é a quarta dimensão.<br />
e não estão erradas.<br />
Algumas pessoas po<strong>de</strong>m pensar no tempo<br />
De facto a Terra existe no tempo, fazendo da sua superfície algo<br />
tridimensional (se quisermos encontrar um navio <strong>de</strong>vemos saber a sua latitu<strong>de</strong>, longitu<strong>de</strong><br />
e a que horas foram calculadas). Assim como o Espaço passa a ser quadri-dimensional<br />
(precisamos saber a que horas o satélite passará num ponto com <strong>de</strong>terminadas latitu<strong>de</strong>,<br />
longitu<strong>de</strong> e altitu<strong>de</strong>).<br />
Matematicamente, não há problema em <strong>de</strong>finir o espaço quadri-dimensional. Na verda<strong>de</strong>,<br />
Riemann 1 , <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a existência <strong>de</strong> outras geometrias referentes a espaços conceptuais<br />
que <strong>de</strong>nominou ”varieda<strong>de</strong>s”, com dimensões a variar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> zero a infinito.<br />
Durante várias gerações após Eucli<strong>de</strong>s 2 , o comprimento, a largura e a altura <strong>de</strong>terminaram<br />
o conceito <strong>de</strong> dimensão cujo valor é um número inteiro positivo. Des<strong>de</strong> então, a<br />
<strong>de</strong>finição matemática <strong>de</strong> dimensão, variou ao longo dos tempos, sendo <strong>de</strong>scrita por vários<br />
matemáticos à medida que surgiam “obstáculos” como por exemplo o aparecimento das<br />
curvas que preenchem o quadrado.<br />
É neste sentido que <strong>de</strong>screvemos, em seguida, o conceito<br />
1 Georg Friedrich Bernhard Riemann (1826-1866), matemático alemão que fez contribuições importantes<br />
para a análise e para a geometria diferencial.<br />
2 Eucli<strong>de</strong>s (330 a.C.-260 a.C), foi um dos primeiros geómetras e é reconhecido como um dos matemáticos<br />
mais importantes.<br />
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