josé tadeu tavernard lima o planejamento estratégico ... - TST
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versão do planejador tradicional, o diagnóstico é a verdade sobre uma<br />
realidade, vista com rigor de um analista que domina a teoria econômica. Só se<br />
reconhece um ator – o governo do Estado – e todos os demais são agentes<br />
com condutas predizíveis. Só haverá uma explicação se houver um ator<br />
interessado em explicar.<br />
Ocorre que os elementos de uma política/projeto/ação que explicam<br />
impactos distintos são inúmeros e diferenciados, o que torna quase nula a<br />
possibilidade de isolamento supracitado.<br />
Por isso, o conhecimento e a informação pertinentes e úteis para a<br />
gestão de intervenções complexas em problemas quase-estruturados não<br />
serão produzidos por equipes multidisciplinares. Estas são capazes apenas de<br />
captar evidências e indícios parciais e indiretos, que podem ser selecionados e<br />
entendidos pelos conceitos fragmentados e técnicas reducionistas fornecidos<br />
pelas disciplinas compartimentadas.<br />
Para descobrir o que há de errado no conceito de diagnóstico, é preciso<br />
tentar aplicá-lo a um jogo com dois ou mais adversários. A aplicação do<br />
conceito, nesse caso, é o único modo de descobrir que, em um jogo real, as<br />
explicações dos jogadores adversários nunca são iguais e que não se resolve o<br />
problema ao dizer que uma dessas explicações é verdadeira e as outras falsas.<br />
Conhecer a complexidade dos processos quase-estruturados exige a<br />
produção de conceitos e teorias que correspondam à sua natureza; que sejam<br />
capazes de lidar com o difuso, o impreciso, o insuficiente, o relacional, as<br />
misturas de qualidade com quantidade, a ação criativa e imprevista, a<br />
subjetividade e os interesses dos atores sociais, e a incerteza daí resultante.<br />
O <strong>planejamento</strong> situacional, embora simplifique a realidade,<br />
selecionando o que é relevante para os atores sociais, nega-se a deformá-la<br />
em seus traços mais importantes, como a criatividade e subjetividade dos<br />
atores sociais; a multiplicidade de recursos escassos e as diversas<br />
racionalidades; a coexistência de atores com visões e objetivos distintos, que<br />
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