josé tadeu tavernard lima o planejamento estratégico ... - TST
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2. Contextualizando o Tribunal Superior do Trabalho<br />
2.1 A visão dos magistrados brasileiros<br />
Um Judiciário eficiente e respeitado é um dos alicerces da estabilidade<br />
econômica, política e social. No Brasil, ocorre que o Judiciário vem<br />
apresentando sérios problemas (Faria, 1997). De fato, a despeito do grande<br />
aumento dos gastos públicos com a Justiça, esta permanece lenta e distante<br />
da grande maioria da população (Pinheiro, 2001). Em parte, isso se explica<br />
pelo também vertiginoso crescimento da demanda por serviços judiciais, o que<br />
faz com que os juízes brasileiros continuem obrigados a julgar milhares de<br />
processos todo ano.<br />
Pinheiro (2003) desenvolveu uma pesquisa cujo objetivo foi o de,<br />
aprendendo com as opiniões dos próprios magistrados, chegar a propostas<br />
com significativo potencial de resolver os atuais problemas, em particular<br />
aqueles com conseqüências mais negativas para a economia.<br />
No que se refere ao caso brasileiro, é consensual que as deficiências do<br />
Judiciário decorrem de causas profundamente arraigadas – isto é, de um perfil<br />
institucional e administrativo historicamente sedimentado. A lentidão e o caráter<br />
pesadamente burocrático e formalista de seu funcionamento teriam, hoje, a<br />
permanência praticamente de um traço cultural.<br />
Com o intuito de entender o Judiciário brasileiro para, posteriormente,<br />
contextualizá-lo ao método PES (Planejamento Estratégico Situacional), não<br />
deixa de surpreender, o contraste que se observa entre, de um lado, o grau de<br />
insatisfação com o Judiciário e a importância e urgência que se atribui a<br />
melhorar o seu funcionamento e, de outro, o pouco conhecimento disponível<br />
sobre esse poder. 1<br />
Nos poucos estudos disponíveis, Pinheiro (2003) identificou como uma<br />
das causas potenciais para a morosidade da Justiça, a carência de recursos.<br />
1 Dos três ramos do governo, o Judiciário, segundo Pinheiro (2003), é, certamente, o menos estudado. E<br />
essa constatação se aplica tanto às ciências sociais das democracias avançadas como àquelas do Terceiro<br />
Mundo. Nas últimas, no entanto, a situação é mais séria, já que praticamente não há tradição de estudos<br />
científicos sobre o Judiciário – lacuna especialmente grave no caso do Brasil.<br />
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