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— Parece que são elas que me encontram.<br />

— Você disse que as ajuda a descobrir o verdadeiro eu; como?<br />

Ele respirou fundo e disse:<br />

— Só existe um modo. Cada um de nós tem de recuar à própria experiência<br />

familiar, ao tempo e lugar da infância, e reexaminar o que ocorreu. Assim que<br />

tomamos consciência de nosso drama de controle, podemos nos concentrar na verdade<br />

mais profunda de nossa família, no lado bom por assim dizer, além do conflito por<br />

energia. Assim que encontramos essa verdade, ela energiza nossas vidas, pois essa<br />

energia diz quem somos, o caminho em que estamos, o que estamos fazendo.<br />

— Foi isso que Sanchez me disse — eu disse. — Gostaria de saber mais sobre<br />

como encontrar essa verdade.<br />

Ele puxou o fecho ecler de seu casaco, protegendo-se do frio do entardecer.<br />

— Espero que possamos conversar sobre isso mais tarde — disse. — Agora eu<br />

gostaria de ir cumprimentar o padre Sanchez.<br />

Olhei para as ruínas e ele acrescentou:<br />

— Fique à vontade para apreciar o lugar. Eu o vejo lá em casa mais tarde.<br />

Na hora e meia seguinte eu andei pelo sítio antigo. Parava em determinados<br />

pontos, sentindo-me mais flutuante que em outros. Pensava fascinado na civilização<br />

que construíra aqueles templos. Como haviam removido aquelas pedras para c alto e<br />

arrumado umas sobre as outras daquela forma? Parecia impossível.<br />

Quando meu intenso interesse pelas ruínas começou a passar, meus<br />

pensamentos se voltaram para minha situação pessoal. Embora minhas circunstâncias<br />

não tivessem mudado, sentia menos medo agora. A confiança de Sanchez me<br />

tranqüilizara. Eu fora estúpido em desconfiar dele. E já gostava do padre Carl.<br />

Ao escurecer, voltei ao caminhão e à casa de padre Carl. Quando cheguei lá, vi<br />

dois homens parados um ao lado do outro. Ao entrar ouvi risos. Os dois estavam<br />

ocupados na cozinha, preparando o jantar. Padre Carl me saudou e me levou até uma<br />

cadeira. Sentei-me preguiçosamente em frente a um grande fogo na lareira e olhei em<br />

volta.<br />

A sala era grande e revestida de largas tábuas. Vi outros dois aposentos, quartos<br />

de dormir aparentemente, ligados por um corredor estreito. A casa era iluminada com<br />

lâmpadas de baixa voltagem, e julguei detectar o zumbido fraco de um gerador.<br />

Quando os preparativos terminaram, fui convidado a me sentar a uma mesa de<br />

madeira rústica. Sanchez fez uma rápida oração e comemos, os dois homens<br />

continuando a conversar. Depois nos sentamos juntos perto do fogo.<br />

— Padre Carl falou com Wil — disse Sanchez.<br />

— Quando? — perguntei, imediatamente excitado.<br />

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