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"Quando se apaixonam, os dois indivíduos estão dando energia um ao outro<br />

inconscientemente, e se sentem flutuantes e eufóricos. É o barato incrível a que todos<br />

chamamos estar "apaixonado". Infelizmente, como eles esperam que esse sentimento<br />

venha da outra pessoa, se desligam da energia universal e começam a contar cada vez<br />

mais com a energia um do outro — só que agora parece não haver energia bastante, e<br />

assim eles deixam de dar energia um ao outro e recaem em seus dramas, numa<br />

tentativa de controlar um ao outro e puxar a energia do outro para si. Nesse ponto, o<br />

relacionamento degenera na luta por poder habitual."<br />

Ela hesitou um momento, como para verificar se eu entendera, e acrescentou:<br />

— Reneau me disse que nossa suscetibilidade a esse tipo de vício pode ser<br />

descrita em termos psicológicos, se isso ajuda você a entender.<br />

Balancei mais uma vez a cabeça para que ela continuasse.<br />

— Reneau diz que o problema começa em nossa primeira família. Devido à<br />

disputa de energia ali, nenhum de nós era capaz de concluir um processo psicológico<br />

importante. Não podíamos integrar nosso outro lado sexual.<br />

— Nosso o quê?<br />

— No meu caso — ela prosseguiu — não pude integrar meu lado masculino. No<br />

seu, o lado feminino. O motivo de podermos nos viciar em alguém do sexo oposto é<br />

que nós próprios ainda precisamos acessar essa energia sexual oposta. Veja, a energia<br />

mística, que podemos canalizar como uma fonte interna, é ao mesmo tempo feminina<br />

e masculina. Podemos eventualmente nos abrir para ela, mas quando começamos a<br />

nos envolver, temos de ser cuidadosos. O processo de integração leva algum tempo.<br />

Se nos ligamos prematuramente a uma fonte humana para obter nossa energia<br />

masculina ou feminina, bloqueamos o fornecimento espiritual.<br />

Eu disse que não tinha compreendido.<br />

— Pense como essa integração deveria funcionar numa família ideal — ela<br />

explicou — e depois talvez entenda o que quero dizer. Em qualquer família, a criança<br />

deve primeiro receber energia dos adultos. Em geral, a identificação e a interação com<br />

a energia do pai, do mesmo sexo, se realiza com facilidade, mas receber energia do<br />

outro dos pais pode ser mais difícil, por causa da diferença de sexo.<br />

"Vamos usar uma filha como exemplo. Toda menina pequena sabe que quando<br />

primeiro tenta integrar seu lado masculino é porque está extremamente atraída pelo<br />

pai. Ela o quer por perto e em intimidade consigo o tempo todo. O Manuscrito explica<br />

que o que ela quer na verdade é energia masculina — porque essa energia masculina<br />

complementa seu lado feminino. Dessa energia masculina, ela recebe uma sensação<br />

de plenitude e euforia. Mas acha, erroneamente, que o único meio de possuir essa<br />

energia é possuir sexualmente o pai e conservá-lo perto fisicamente.<br />

"Interessantemente, como intui que essa energia na verdade deve ser dela<br />

própria, e que deve ser capaz de comandá-la à vontade, ela quer dirigir o pai como se<br />

ele fosse parte de si mesma. Acha que ele é mágico e perfeito, e capaz de satisfazer<br />

todos os seus caprichos. Numa família não muito ideal, isso cria um conflito de poder<br />

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