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"Quanto mais beleza vemos, mais evoluímos. Quanto mais evoluímos, mais alto<br />
vibramos. A Nona Visão nos revela que, em última análise, nossa percepção e<br />
vibração aumentadas nos abrirão um céu que já está diante de nós. Apenas não<br />
podemos vê-!o.<br />
"Sempre que duvidamos de nosso próprio caminho, ou perdemos a visão do<br />
processo, temos de nos lembrar para onde estamos evoluindo, o que significa todo o<br />
processo de viver. Alcançar o céu na Terra é a razão de estarmos aqui. E agora<br />
sabemos como se pode fazer isso... como será feito."<br />
Calou-se um instante.<br />
— A Nona fala que existe a Décima Visão. Acho que ela deve revelar...<br />
Antes que pudesse concluir, uma rajada de metralhadora lascou os ladrilhos de<br />
pedra perto de nossos pés. Todos nos jogamos no chão, as mãos erguidas. Nenhum de<br />
nós falou quando os soldados chegaram e confiscaram os papéis, e levaram cada um<br />
de nós para um lado diferente.<br />
As primeiras semanas após minha captura foram passadas em terror constante. Meu<br />
nível de energia caiu dramaticamente quando um oficial após outro me interrogaram<br />
ameaçadoramente sobre o Manuscrito.<br />
Banquei o turista idiota e aleguei ignorância. Afinal, era verdade que eu não<br />
tinha a menor idéia de quem, entre os outros padres, tinha cópias, ou do quanto se<br />
tornara generalizada a aceitação pública do documento. Aos poucos, minha tática<br />
funcionou. Com o passar do tempo, os soldados pareceram cansar-se de mim, e me<br />
passaram para um grupo de autoridades civis, que adotaram um método diferente.<br />
Tentaram convencer-me de que minha viagem ao Peru fora uma loucura desde o<br />
início, loucura porque, segundo elas, o Manuscrito nunca existira na realidade.<br />
Argumentaram que as Visões na verdade tinham sido inventadas por um pequeno<br />
grupo de padres com a intenção de fomentar revolta. Diziam que eu fora ludibriado, e<br />
eu os deixava falar.<br />
Depois de algum tempo, as conversas tornaram-se quase cordiais. Todos<br />
passaram a me tratar como uma vítima inocente dessa trama, uma vítima ianque que<br />
lera demasiadas histórias de aventuras e se vira perdido num país estrangeiro.<br />
E como minha energia estava muito baixa, era possível que eu me tornasse<br />
vulnerável a essa lavagem cerebral, se não houvesse ocorrido outro fato. Fui<br />
transferido de repente da base militar onde estava preso para um complexo<br />
governamental perto do aeroporto de Lima, onde também estava detido o padre Carl.<br />
A coincidência me devolveu parte de minha confiança.<br />
Eu caminhava no pátio aberto quando o vi pela primeira vez, sentado num<br />
banco, lendo. Fui até lá, contendo meu entusiasmo e esperando não atrair muita<br />
atenção das autoridades dentro do prédio. Quando me sentei, ele ergueu os olhos e<br />
sorriu.<br />
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