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esponsável por suas proezas aparentemente impossíveis, de quebrar tijolos com as<br />

mãos e ficar sentados impassíveis num lugar com quatro homens tentando removêlos.<br />

E todos nós já vimos atletas fazerem movimentos espetaculares, contorcendo-se,<br />

virando-se e pairando no ar de modos que desafiam a gravidade. Tudo isso é resultado<br />

dessa energia oculta a que temos acesso.<br />

— Claro, ela não será realmente aceita até que um número maior de pessoas<br />

possa vê-la de fato.<br />

— Você já a viu? — perguntei.<br />

— Vi alguma coisa — ele respondeu. — Na verdade depende do que eu tenha<br />

comido.<br />

— Como assim?<br />

— Bem, as pessoas aqui que vêem logo esses campos de energia comem<br />

sobretudo legumes. E em geral comem apenas as plantas de alta potência que elas<br />

próprias cultivam.<br />

Ele apontou o balcão de comidas.<br />

— Isso é parte deles, embora, graças a Deus, sirvam um pouco de peixe e aves<br />

para caras velhos como eu, viciados em carne. Mas se me obrigo a comer diferente,<br />

sim, consigo ver alguma coisa.<br />

Perguntei-lhe por que não mudava a alimentação por períodos de tempo mais<br />

longos.<br />

— Não sei — respondeu. — Hábitos antigos são difíceis de matar.<br />

A fila andou e pedi apenas legumes. Nós três nos juntamos a uma mesa maior<br />

de convidados e conversamos informalmente durante uma hora. Depois Wil e eu<br />

fomos até o jipe pegar nossas coisas.<br />

— Você viu os tais campos de energia? — perguntei. Ele sorriu e balançou a<br />

cabeça.<br />

— Meu quarto é no primeiro andar — disse. — O seu é no terceiro. Quarto 306.<br />

Pode pegar sua chave na recepção.<br />

O quarto não tinha telefone, mas um empregado da hospedaria que vi no saguão<br />

me garantiu que alguém bateria em minha porta às cinco da manhã em ponto. Deiteime<br />

e fiquei pensando alguns minutos. A tarde tinha sido longa e cheia, e compreendi<br />

o silêncio de Wil. Ele queria que eu experimentasse a Terceira Visão por mim mesmo.<br />

Quando menos esperava, alguém batia na porta. Olhei para meu relógio: cinco<br />

horas da manhã. Quando o empregado tornou a bater, eu disse: "Obrigado" numa voz<br />

bastante alta para ele ouvir, depois me levantei e olhei pela pequena janela de caixilho<br />

de madeira. O único sinal da manhã era um pálido fulgor para os lados do leste.<br />

Cruzei o corredor, tomei um chuveiro, me vesti às pressas e desci. O restaurante<br />

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