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—Veja você mesmo—ele respondeu. — Está vendo-a.<br />

Apontava para o leste. A quilômetros de distância, eu via duas cristas que<br />

corriam paralelas pelo que pareciam vários quilômetros, e depois convergiam,<br />

formando um desenho em V. No espaço entre as duas cristas ficava o que dava a<br />

impressão de ser uma aldeola, e no vértice, no ponto onde as duas cristas se<br />

encontravam, a montanha erguia-se abrupta e terminava num cume rochoso. O cume<br />

parecia um pouco mais alto que a crista onde estávamos, e a área em torno de sua base<br />

muito mais verde, como coberta de exuberante folhagem.<br />

— Aquela área verde? — perguntei.<br />

— É—respondeu Wil. — E como Viciente, porém mais poderosa e especial.<br />

— Especial como?<br />

— Facilita uma das outras visões.<br />

— Como? — perguntei.<br />

Ele ligou o jipe e deu marcha à ré na estrada.<br />

— Aposto — disse — que você vai descobrir. Nenhum de nós falou muito mais<br />

durante uma hora ou por aí assim, e então eu me desliguei para dormir.<br />

— Acorda — ele disse. — Estamos chegando em Cula.<br />

Aprumei-me no assento. À frente, num vale onde duas estradas se juntavam,<br />

havia uma aldeola. Nos dois lados estavam as duas cristas que tínhamos visto. Suas<br />

árvores pareciam tão grandes quanto as de Vidente, e espetacularmente verdes.<br />

— Preciso lhe dizer uma coisa antes de entrarmos ali — ele disse. — Apesar da<br />

energia desta floresta, a cidade é muito menos civilizada que outras regiões do Peru. É<br />

conhecida como o lugar onde se consegue informação sobre o Manuscrito, mas na<br />

última vez que estive aqui, estava cheia de tipos gananciosos, que não sentiam a<br />

energia e não compreendiam as visões. Queriam só o dinheiro ou o reconhecimento<br />

que ganhariam pela descoberta da Nona.<br />

Olhei a aldeia. Consistia de quatro ou cinco ruas e avenidas. Casas de madeira<br />

maiores alinhavam-se ao longo das duas ruas principais que se cruzavam no centro da<br />

cidade, mas as outras ruas eram pouco mais que becos ladeados por pequenas<br />

moradias. Estacionados nos cruzamentos das ruas transversais, via-se talvez uma<br />

dezena de veículos e caminhões para estradas de terra.<br />

— Por que toda essa gente aqui? — perguntei. Ele sorriu confiante.<br />

— Porque este é um dos últimos lugares para gente se abastecer de gasolina e<br />

suprimentos, antes de entrar mais fundo nas montanhas.<br />

Ligou o jipe e entrou devagar na cidade, depois parou diante de uma das casas<br />

maiores. Não consegui ler os anúncios, mas pelos produtos na vitrine supus que<br />

fossem gêneros alimentícios e ferragens.<br />

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