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Sacha Baron Cohen - Fonoteca Municipal de Lisboa

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O Hôtel <strong>de</strong> la Plage, on<strong>de</strong> o Sr. Hulot passou férias em 1953<br />

contra uma <strong>de</strong>cisão das autorida<strong>de</strong>s<br />

locais que preten<strong>de</strong> tirar do mapa<br />

(literalmente) o nome da localida<strong>de</strong>.<br />

As novas placas instaladas na cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> St. Nazaire, <strong>de</strong> que Saint-Marcsur-Mer<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

administrativamente, omitem<br />

quaisquer referências à estância -<br />

on<strong>de</strong> uma estátua do Sr. Hulot, em<br />

tamanho real, continua a vigiar os<br />

banhistas. Algumas das antigas<br />

placas foram roubadas antes da<br />

<strong>de</strong>molição; muitas das novas foram<br />

vandalizadas. Dominique Guiet,<br />

cuja mãe assistiu às filmagens <strong>de</strong><br />

“As Férias do Sr. Hulot” durante o<br />

Verão <strong>de</strong> 1951, explicou ao<br />

“Guardian” que “Saint-Marc-sur-<br />

Mer tem a sua própria história e os<br />

seus próprios hábitos”,<br />

absolutamente distintos dos da<br />

região circundante.<br />

O “timing” da medida enfureceu<br />

particularmente os habitantes da<br />

al<strong>de</strong>ia: 2009 está a ser um ano Tati<br />

em França, com uma<br />

retrospectiva e uma exposição<br />

na Cinemateca e o<br />

lançamento <strong>de</strong> cópias<br />

restauradas <strong>de</strong> alguns dos<br />

seus filmes.<br />

Vikram Seth<br />

mais um bom<br />

partido<br />

O indiano Vikram Seth<br />

está a escrever uma<br />

sequela para o seu<br />

romance mais<br />

Vikram Seth:<br />

salto quântico<br />

para a Índia<br />

contemporânea<br />

celebrado, o monumental “Um<br />

Bom Partido”, que em Portugal foi<br />

publicado pela Editorial Presença.<br />

Já há “plot” - Lata, a heroína <strong>de</strong><br />

“Um Bom Partido”, é agora uma<br />

avô em busca da noiva i<strong>de</strong>al para o<br />

neto. A Penguin, que terá o livro cá<br />

fora em 2013 (se tudo correr bem:<br />

“Um Bom Partido” <strong>de</strong>morou <strong>de</strong>z<br />

anos a ser escrito), anunciou que<br />

Seth vai trazer a narrativa para o<br />

presente, “acompanhando assim<br />

algumas das enormes mudanças<br />

sociais e económicas que a Índia<br />

atravessou nos últimos 60 anos”.<br />

Em entrevista à Reuters, Seth<br />

explicou que não lhe interessava<br />

voltar a fazer um romance<br />

histórico e que este salto quântico<br />

lhe permitirá reflectir sobre a Índia<br />

do pós-in<strong>de</strong>pendência.<br />

Wen<strong>de</strong>rs <strong>de</strong>ixa cair<br />

projecto Pina Bausch<br />

Quando Pina Bausch morreu<br />

inesperadamente, há pouco mais<br />

<strong>de</strong> uma semana, Wim Wen<strong>de</strong>rs<br />

estava a trabalhar num filme <strong>de</strong><br />

animação 3D sobre a coreógrafa. Já<br />

não está: o realizador <strong>de</strong>cidiu não<br />

dar continuida<strong>de</strong> ao projecto, pelo<br />

menos para já. O trabalho <strong>de</strong> préprodução<br />

foi interrompido e<br />

“Pina” está em “standby”.<br />

Depois do luto,<br />

a produtora <strong>de</strong><br />

Wen<strong>de</strong>rs, Neue<br />

Road Movies,<br />

e a<br />

companhia<br />

<strong>de</strong> Pina<br />

Bausch, o Tanztheater<br />

Wuppertal, retomarão o contacto<br />

para <strong>de</strong>cidir se é oportuno<br />

terminar o filme. Quando foi<br />

apresentado, em Maio, Wen<strong>de</strong>rs<br />

<strong>de</strong>clarou que a animação era a<br />

única técnica à altura da<br />

fisicalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pina Bausch: “O<br />

cinema bidimensional não é capaz<br />

<strong>de</strong> captar o trabalho <strong>de</strong>la, tanto<br />

emocional como esteticamente”.<br />

“Pina”, o filme, está em “stand-by”<br />

tiver sido assassinado?<br />

confessado em 1973 Mike<br />

Jeffery, presumível autor<br />

moral do crime, “manager”<br />

<strong>de</strong> Hendrix e personagem<br />

<strong>de</strong> percurso nebuloso:<br />

serviu os serviços secretos<br />

britânicos no canal do Suez,<br />

dava-se com a máfia<br />

americana e tinha<br />

conhecimentos na CIA e no<br />

FBI. Jeffery já não po<strong>de</strong>rá<br />

confirmar a história -<br />

morreu num aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

avião, um mês <strong>de</strong>pois da<br />

alegada confissão.<br />

O motivo para o assassinato,<br />

investiga o “Times”, seriam<br />

as dívidas monstruosas que<br />

Jeffery vinha acumulando.<br />

Dividas que se veria<br />

impossibilitado <strong>de</strong> saldar se<br />

Hendrix, <strong>de</strong>scontente com<br />

as <strong>de</strong>cisões do “manager”<br />

(em 1967 meteu-o numa<br />

digressão <strong>de</strong>sastrosa com os<br />

Monkees; em 1968, tentou<br />

impedi-lo <strong>de</strong> lançar o álbum<br />

duplo “Electric Ladyland”;<br />

em 1969 pretendia obrigá-lo<br />

a contratar músicos brancos<br />

para a sua banda), levasse<br />

em frente a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> o<br />

<strong>de</strong>spedir. Um seguro <strong>de</strong> vida<br />

<strong>de</strong> Jimi Hendrix, no valor <strong>de</strong><br />

dois milhões <strong>de</strong> dólares e<br />

revertendo em nome <strong>de</strong><br />

Mike Jeffery, que este<br />

celebrara algum tempo<br />

antes, como era norma no<br />

meio, po<strong>de</strong>ria ser a sua<br />

salvação. Como escreve o<br />

“Times”, Jimi vivo não<br />

valeria nada ao seu quase<br />

ex-manager. Morto, é fazer<br />

as contas.<br />

James Wright conta que, à<br />

altura, o medo que Jeffery<br />

lhe incutia o impediu <strong>de</strong><br />

revelar a confissão.<br />

Acrescenta que se manteve<br />

calado após a sua morte por<br />

receio <strong>de</strong> ser directamente<br />

implicado no caso.<br />

Entre os entrevistados no<br />

artigo do “Times”, figuras<br />

próximas do guitarrista, as<br />

reacções divi<strong>de</strong>m-se. Alguns<br />

reconhecem que po<strong>de</strong><br />

existir um fundo <strong>de</strong> verda<strong>de</strong><br />

nas alegações <strong>de</strong> Wright.<br />

Outros, mesmo recordando<br />

o fundo sinistro <strong>de</strong> Jeffery,<br />

negam peremptoriamente<br />

que possa ter or<strong>de</strong>nado o<br />

crime. Joe Boyd, o histórico<br />

produtor que, em 1973,<br />

realizou o primeiro<br />

documentário <strong>de</strong>dicado a<br />

Jimi Hendrix, é um <strong>de</strong>les.<br />

Isto até lhe serem revelados<br />

os relatórios médicos e as<br />

memórias do polícia e dos<br />

enfermeiros que acorreram<br />

ao quarto <strong>de</strong> hotel londrino<br />

naquele 17 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong><br />

1970 – a história é contada<br />

em “The Final Days of Jimi<br />

Hendrix”, <strong>de</strong> Tony Brown,<br />

publicado em 1997.<br />

Segundo eles, a porta do<br />

quarto estaria escancarada,<br />

sugerindo uma saída<br />

apressada, e Hendrix<br />

completamente vestido, o<br />

que contraria a tese oficial,<br />

segundo a qual teria<br />

ingerido uma quantida<strong>de</strong><br />

exagerada <strong>de</strong> comprimidos<br />

para conseguir dormir<br />

durante várias horas. Mais:<br />

o autor da autópsia<br />

<strong>de</strong>scobriu-lhe uma gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> álcool nos<br />

pulmões, mas pouco tinha<br />

sido, à altura da morte,<br />

absorvida pela corrente<br />

sanguínea – o que vai ao<br />

encontro da tese <strong>de</strong><br />

assassinato.<br />

O agora sexagenário James<br />

Wright não <strong>de</strong>dica gran<strong>de</strong><br />

espaço a toda esta história<br />

no seu novo livro, centrado<br />

na sagrada trinda<strong>de</strong> “sexo,<br />

drogas & rock’n’roll”. Dela,<br />

mais sexo, menos droga,<br />

sabemos praticamente tudo.<br />

Já uma teoria da<br />

conspiração, para mais bem<br />

montada, com pormenores<br />

aparentemente credíveis, é<br />

sempre um festim para os<br />

cultores da mitologia pop. Já<br />

fazia falta uma assim para<br />

Hendrix. Ei-la. Mário Lopes<br />

Ípsilon • Sexta-feira 10 Julho 2009 • 3

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