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Sacha Baron Cohen - Fonoteca Municipal de Lisboa

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Exposições<br />

Uma<br />

incessante<br />

<strong>de</strong>riva<br />

A galeria enquanto jangada:<br />

um projecto <strong>de</strong> António <strong>de</strong><br />

Sousa. ” Óscar Faria<br />

Acerca da sobrevivência<br />

De António <strong>de</strong> Sousa.<br />

Porto. Galeria Extéril. R. do Bonjardim, 1176. T. Até<br />

18/7. Só por marcação via exteril@gmail.com.<br />

Outros.<br />

mmmmn<br />

Aos 27 anos, Henry David Thoreau<br />

<strong>de</strong>cidiu construir uma cabana nas<br />

margens do lago glaciar Wal<strong>de</strong>n,<br />

on<strong>de</strong> viveu isoladamente durante<br />

dois anos, entre 1845 e 1847. Dessa<br />

experiência resultou aquele que é o<br />

seu livro mais conhecido: “Wal<strong>de</strong>n<br />

ou a vida nos bosques” (Antígona,<br />

2009), publicado em 1854. Como<br />

nota Júlio Henriques, é nesse<br />

território que o escritor norteamericano<br />

irá apren<strong>de</strong>r “que a arte<br />

<strong>de</strong> escrever e a arte <strong>de</strong> viver são<br />

inseparáveis.” O responsável pela<br />

revisão e adaptação do livro para<br />

português, trabalho realizado a partir<br />

da tradução <strong>de</strong> Astrid Cabral,<br />

sublinha ainda que neste texto<br />

Thoreau se mostra “como exemplo<br />

<strong>de</strong> uma possível vida vivida ‘com<br />

simplicida<strong>de</strong> e inteligência’.”<br />

Próximo <strong>de</strong> Emerson, a quem<br />

pertencia o terreno on<strong>de</strong> ergueu a<br />

cabana, e do pensamento<br />

transcen<strong>de</strong>ntalista, Thoreau escreveu<br />

ainda “A <strong>de</strong>sobediência civil” (1849),<br />

on<strong>de</strong> <strong>de</strong>screve a sua passagem pela<br />

prisão após ter recusado pagar<br />

impostos, atitu<strong>de</strong> justificada pela sua<br />

posição contrária quer à guerra que<br />

opunha os EUA ao México, quer à<br />

Espaço<br />

Público<br />

Este espaço vai ser<br />

seu. Que filme, peça <strong>de</strong><br />

teatro, livro, exposição,<br />

disco, álbum, canção,<br />

concerto, DVD viu e<br />

gostou tanto que lhe<br />

apeteceu escrever<br />

A jangada parece assumir não só uma função <strong>de</strong><br />

espaço <strong>de</strong> resistência, mas também <strong>de</strong> comentário<br />

ao actual momento da arte<br />

escravatura. Essa experiência levou-o<br />

a reflectir sobre as relações entre o<br />

indivíduo e o Estado, propondo o<br />

direito à auto-governação como<br />

modo <strong>de</strong> enfrentar os abusos do<br />

po<strong>de</strong>r. O ensaio, que se inicia com a<br />

célebre frase “o melhor governo é o<br />

que governa menos”, inclui ainda<br />

esta passagem: “Num governo que<br />

aprisiona qualquer pessoa<br />

injustamente, o verda<strong>de</strong>iro lugar <strong>de</strong><br />

um homem justo é também na<br />

prisão”<br />

Estes dois textos<br />

encontram-se entre o<br />

material utilizado por<br />

António <strong>de</strong> Sousa<br />

(Matosinhos,<br />

1966) para<br />

preparar a<br />

aMaumMedíocremmRazoávelmmmBommmmmMuito BommmmmmExcelente<br />

sobre ele, concordando<br />

ou não concordando<br />

com o que escrevemos?<br />

Envie-nos uma nota até<br />

500 caracteres para<br />

ipsilon@publico.pt. E<br />

nós <strong>de</strong>pois publicamos.<br />

intervenção que apresenta na Galeria<br />

Extéril, um projecto <strong>de</strong> Teixeira<br />

Barbosa com <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> existência e<br />

sintetizado na frase “produzir o<br />

máximo com o mínimo” – o ponto<br />

em comum entre os trabalhos<br />

mostrados é uma estrutura portátil,<br />

um cubo com 2x2x2 metros; até<br />

2005, as exposições tinham lugar<br />

numa antiga fábrica ocupada, na<br />

zona do Marquês, no Porto.<br />

Intitulada “Acerca da sobrevivência”,<br />

a proposta actual preten<strong>de</strong> dotar o<br />

espaço expositivo <strong>de</strong> uma imaginada<br />

mobilida<strong>de</strong> – a arquitectura préexistente<br />

foi colocada sobre paletes<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, às quais o artista<br />

adicionou outros materiais (fios,<br />

garrafas <strong>de</strong> água em plástico, uma<br />

cana com uma camisa a<br />

<strong>de</strong>sempenhar a função <strong>de</strong> uma<br />

ban<strong>de</strong>ira, etc.), <strong>de</strong> modo a sugerir<br />

uma jangada.<br />

Segundo Michel Foucault, o barco,<br />

pedaço flutuante <strong>de</strong> espaço, é a<br />

heterotopia por excelência; é aí,<br />

nesse lugar <strong>de</strong> contestação não só<br />

mítica, mas também real dos<br />

territórios em que vivemos, que se<br />

situa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XVI, a “maior<br />

reserva <strong>de</strong> imaginação.” Através da<br />

transformação da galeria em jangada<br />

somos convidados a ocupar um lugar<br />

vazio, o do náufrago. Pensar a partir<br />

<strong>de</strong>ssa condição extrema e tantas<br />

vezes solitária – o filósofo alemão<br />

Hans Blumenberg <strong>de</strong>fine a<br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> como “naufrágio com<br />

espectador” – potencia o<br />

aparecimento <strong>de</strong> imagens<br />

provenientes <strong>de</strong> acontecimentos que<br />

vão do <strong>de</strong>saparecimento no mar da<br />

fragata Medusa, assunto pintado por<br />

Géricault entre 1817 e 1818 aos<br />

balseros cubanos, passando pelas<br />

tentativas <strong>de</strong> travessia do estreito <strong>de</strong><br />

Gibraltar por cidadãos africanos que<br />

<strong>de</strong>sejam trabalhar na Europa.<br />

A jangada parece assumir não só<br />

uma função <strong>de</strong> espaço <strong>de</strong> resistência<br />

– é nessas construções precárias que<br />

os sobreviventes aos diferentes<br />

<strong>de</strong>sastres jogam as suas vidas –, mas<br />

também <strong>de</strong> comentário ao actual<br />

momento da arte, cada vez mais<br />

necessitada <strong>de</strong> um lugar solitário,<br />

flutuante ou não, para evitar o<br />

naufrágio presente, entrevisto nas<br />

diferentes formas como hoje o fazer<br />

artístico se confun<strong>de</strong>, é confundido,<br />

com objectivos alheios – o turismo<br />

cultural, as indústrias criativas, os<br />

leilões, os fundos <strong>de</strong> investimento, ,<br />

a <strong>de</strong>coração <strong>de</strong> hotéis, a<br />

gastronomia, etc. Como escreve<br />

António <strong>de</strong> Sousa no curto texto que<br />

associa à sua intervenção: “Num<br />

contexto político, económico e<br />

cultural <strong>de</strong> crise, já <strong>de</strong> si adverso à<br />

experiência, este simbiótico corpo<br />

sobrevive <strong>de</strong>vido à sua estranha<br />

natureza e à sua incessante <strong>de</strong>riva.”<br />

Agenda<br />

Inauguram<br />

Retratos, 10 Anos do<br />

Microcrédito em Portugal<br />

Porto. Centro Português <strong>de</strong> Fotografia - Ca<strong>de</strong>ia da<br />

Relação do Porto. Campo Mártires da Pátria. Tel.:<br />

222076310. Até 31/08. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb.,<br />

Dom. e Feriados das 15h às 19h. Inaugura 11/7 às 16h.<br />

Projecto 09<br />

De vários autores.<br />

Porto. Centro Português <strong>de</strong> Fotografia - Ca<strong>de</strong>ia da<br />

Relação do Porto. Campo Mártires da Pátria. Tel.:<br />

222076310. Até 30/08. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb.,<br />

Dom. e Feriados das 15h às 18h. Trabalho final dos<br />

Estudantes do Curso <strong>de</strong> Tecnologia da Comunicação<br />

Audiovisual ESMAE/IPP. Inaugura 11/7 às 16h.<br />

Fotografia, Ví<strong>de</strong>o.<br />

Continuam<br />

Feijoeiro<br />

De João Pedro Vale.<br />

<strong>Lisboa</strong>. MNAC - Museu do Chiado. R. Serpa<br />

Pinto, 4. Tel.: 213432148. Até 30/10. 3ª a Dom. das<br />

10h às 18h. No Piso 1.<br />

Depois do Dilúvio<br />

De Gao Xingjian.<br />

Sintra. Sintra Museu <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna Colecção<br />

Berardo. Av. Heliodoro Salgado. T. 219248170. Até<br />

27/9. 3ª a dom. das 10h às 18h.<br />

Dan Flavin na Colecção Panza<br />

De Dan Flavin.<br />

<strong>Lisboa</strong>. Museu Colecção Berardo. Pç. do Império -<br />

CCB. Tel.: 213612878. Até 30/08. 6ª das 10h às 22h<br />

(última admissão às 21h30). 2ª a 5ª, Sáb. e Dom. das<br />

10h às 19h (última admissão às 18h30).<br />

Serralves 2009 - a Colecção<br />

De vários autores.<br />

Porto. Museu <strong>de</strong> Serralves. R. Dom João <strong>de</strong> Castro,<br />

210. Tel.: 226156500. Até 27/09. 3ª a 6ª das 10h às<br />

17h. Sáb., Dom. e Feriados das 10h às 20h.<br />

Ombro a Ombro: Retratos<br />

Políticos<br />

<strong>Lisboa</strong>. MUDE - Museu do Design e da Moda. R.<br />

Augusta 24. Tel.: 218886117. Até 13/09. 6ª e Sáb. das<br />

10h às 22h. 3ª a 5ª e Dom. das 10h às 20h.<br />

Vermelho ou Azul/Red or Blue<br />

De Daan van Gol<strong>de</strong>n.<br />

<strong>Lisboa</strong>.<br />

Culturgest.<br />

R. Arco do<br />

Cego -<br />

Edifício da<br />

CGD. Tel.:<br />

217905155. Até<br />

06/09. 2ª, 4ª, 5ª<br />

e 6ª das 11h às<br />

19h (última<br />

admissão às<br />

18h30). Sáb.,<br />

Dom. e Feriados<br />

das 14h às 20h<br />

(última admissão às<br />

19h30).<br />

Colecção #1 - Ana<br />

Jotta<br />

<strong>Lisboa</strong>. Culturgest. R. Arco<br />

do Cego - Edifício da CGD.<br />

Tel.: 217905155. Até<br />

06/09. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das<br />

11h às 19h (última<br />

admissão às 18h30).<br />

Sáb., Dom. e Feriados<br />

Retratos <strong>de</strong> políticos no MUDE<br />

das 14h às 20h (última admissão às 19h30).<br />

Colecção #2 - Francisco<br />

Tropa<br />

<strong>Lisboa</strong>. Culturgest. R. Arco do Cego - Edifício da<br />

CGD. Tel.: 217905155. Até 06/09. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das<br />

11h às 19h (última admissão às 18h30). Sáb., Dom. e<br />

Feriados das 14h às 20h (última admissão às<br />

19h30).<br />

MARZLIVE<br />

De Julian Rosefeldt, Johanna Billing,<br />

Matt Stokes, Jens Wagner, Michaela<br />

Eichwald, Kai Althoff, Ralf Schauff,<br />

Iain Forsyth, Jane Pollard.<br />

<strong>Lisboa</strong>. MARZ - Galeria. R. Reinaldo Ferreira, 20A.<br />

Tel.: 915769723. De 26/06 a 30/07. 3ª a Sáb. das 12h<br />

às 20h. De 26/6 a 2/7: Julian Rosefeldt. De 3/7 a 9/7:<br />

Johanna Billing. De 10/7 a 16/7: Matt Stokes. De 17/7<br />

a 23/7: Jens Wagner, Michaela Eichwald, Kai Althoff<br />

e Ralf Schauff. De 24/7 a 30/7: Iain Forsyth e Jane<br />

Pollard.<br />

Gao Xingjian<br />

<strong>Lisboa</strong>. Galeria Graça Brandão. R. dos Caetanos, 26A<br />

(Bairro Alto). Tel.: 213469183. Até 31/07. 3ª a Sáb. das<br />

11h às 20h.<br />

Salla Tykkä<br />

Vila do Con<strong>de</strong>. Solar - Galeria <strong>de</strong> Arte Cinemática.<br />

Solar <strong>de</strong> S. Roque. Tel.: 252646516. Até 06/09. 3ª,<br />

4ª e 5ª das 14h30 às 18h. 6ª das 14h30 às 00h.<br />

Sáb. das 10h às 00h. Dom. das 10h às 18h. 17º<br />

Curtas Vila do Con<strong>de</strong> Festival Internacional <strong>de</strong><br />

Cinema.<br />

Wish We Could Tell<br />

De Joana Hadjithomas, Khalil Joreige.<br />

Vila do Con<strong>de</strong>. Teatro <strong>Municipal</strong>. Av. Dr. João<br />

Canavarro. Tel.: 252646516. Até 30/07. 2ª a Dom.<br />

das 14h às 00h. 17º Curtas Vila do Con<strong>de</strong> Festival<br />

Internacional <strong>de</strong> Cinema.<br />

Quantos Artistas um Artista<br />

po<strong>de</strong> ser<br />

De João Paulo Feliciano.<br />

Castelo Branco. 102-100 Galeria <strong>de</strong> Arte. R. <strong>de</strong><br />

Santa Maria, 100. Tel.: 933180211. Até 01/08. 3ª a<br />

6ª das 15h às 19h. Sáb. das 10h30 às 19h.<br />

Lições <strong>de</strong> Música, Vol. II<br />

De João Paulo Feliciano.<br />

Porto. Galeria Fernando Santos. R. Miguel<br />

Bombarda, 526/536. Tel.: 226061090. Até 30/07. 3ª<br />

a 6ª das 10h às 19h30. 2ª e Sáb. das 15h às 19h30.<br />

46 • Sexta-feira 10 Julho 2009 • Ípsilon

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