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a necessidade de incentivo para os bombeiros voluntários

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Cogitou-se que sua criação f<strong>os</strong>se autorizada em cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> até cem mil<br />

habitantes. Outro parâmetro po<strong>de</strong>ria ser o <strong>de</strong> cinqüenta mil habitantes, que é o limite <strong>para</strong><br />

guardas municipais <strong>de</strong>sarmadas. Embora não haja correlação direta entre as ativida<strong>de</strong>s,<br />

certamente é um parâmetro que po<strong>de</strong>ria ser adotado <strong>para</strong> várias situações, ao invés <strong>de</strong> se<br />

estabelecer parâmetr<strong>os</strong> divers<strong>os</strong> <strong>para</strong> tanto. É <strong>de</strong> se inferir, contudo, que haja cida<strong>de</strong>s com mais<br />

<strong>de</strong> cinqüenta mil habitantes que não p<strong>os</strong>suam corporação do corpo <strong>de</strong> bombeir<strong>os</strong> militar. Talvez<br />

haja até algumas com mais <strong>de</strong> cem mil nessa situação.<br />

Então, a solução i<strong>de</strong>al seria permitir a criação das corporações <strong>de</strong><br />

voluntári<strong>os</strong> em qualquer cida<strong>de</strong> que não p<strong>os</strong>sua corpo <strong>de</strong> bombeir<strong>os</strong> oficial. Mas vam<strong>os</strong> mais<br />

além: por que não permitir a livre criação <strong>de</strong> corp<strong>os</strong> <strong>de</strong> bombeir<strong>os</strong> voluntári<strong>os</strong> em qualquer lugar,<br />

mesmo on<strong>de</strong> existe corpo <strong>de</strong> bombeir<strong>os</strong> militar? Qual seria a justificativa <strong>para</strong> a restrição à<br />

coexistência <strong>de</strong> corporações oficiais e <strong>de</strong> voluntári<strong>os</strong> <strong>para</strong> o mesmo fim, multiplicando mei<strong>os</strong> e<br />

recurs<strong>os</strong> human<strong>os</strong>? Fazendo uma analogia simples, po<strong>de</strong>m<strong>os</strong> proibir a existência <strong>de</strong> escolas<br />

particulares gratuitas, embora haja as públicas? H<strong>os</strong>pitais beneficentes, atuando no mesmo local<br />

que <strong>os</strong> públic<strong>os</strong>? A resp<strong>os</strong>ta é não! Pois o mesmo se aplica a<strong>os</strong> corp<strong>os</strong> <strong>de</strong> bombeir<strong>os</strong> voluntári<strong>os</strong>,<br />

que não obstante po<strong>de</strong>rem contar com subsídi<strong>os</strong> <strong>de</strong> origem pública, quase sempre são<br />

aut<strong>os</strong>sustentáveis e executam tarefa meritória, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor social, que integra as comunida<strong>de</strong>s<br />

e eleva o espírito <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> e participação, pelo conteúdo moral e cívico que perpassa a<br />

<strong>de</strong>dicação ao serviço voluntário.<br />

Crem<strong>os</strong> não ser admissível a alegação <strong>de</strong> que a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bombeir<strong>os</strong><br />

seja típica <strong>de</strong> Estado e, assim sendo, apenas corporações oficiais p<strong>os</strong>sam exercê-la. Trata-se <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong> própria <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa civil, acessível a tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> cidadã<strong>os</strong> <strong>de</strong> bem, o que se comprova <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> alguma calamida<strong>de</strong> que assola qualquer país do mundo. O formato militar d<strong>os</strong> corp<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />

bombeir<strong>os</strong> no Brasil é mera circunstância, não <strong>necessida<strong>de</strong></strong>. As características <strong>de</strong> hierarquia e<br />

disciplina, próprias das corporações militares ou policiais e necessária <strong>para</strong> o efetivo cumprimento<br />

<strong>de</strong> sua missão, é perfeitamente assimilável pel<strong>os</strong> bombeir<strong>os</strong> voluntári<strong>os</strong>, que as cultivam<br />

espontaneamente, ainda que sob pena <strong>de</strong> sanções d<strong>os</strong> respectiv<strong>os</strong> regiment<strong>os</strong>.<br />

Certamente há tentativas <strong>de</strong> se adotar sistema misto, como <strong>os</strong> bombeir<strong>os</strong><br />

comunitári<strong>os</strong>, geralmente formad<strong>os</strong> por funcionári<strong>os</strong> municipais, isto é, não passam <strong>de</strong><br />

bombeir<strong>os</strong> oficiais sob outra roupagem, <strong>os</strong> quais, reconhecem<strong>os</strong>, sabidamente executam tarefa<br />

meritória. Além disso, são inteiramente subordinad<strong>os</strong> a<strong>os</strong> corp<strong>os</strong> <strong>de</strong> bombeir<strong>os</strong> militares. Assim,<br />

trata-se <strong>de</strong> tentativa <strong>de</strong> suplantar a inexistência <strong>de</strong> bombeir<strong>os</strong> oficiais, sem, entretanto, estimular o<br />

surgimento <strong>de</strong> bombeir<strong>os</strong> voluntári<strong>os</strong> propriamente dit<strong>os</strong>. A alternativa racional seria p<strong>os</strong>sibilitar<br />

a existência <strong>de</strong>ssas corporações oficiais na esfera municipal. E ainda que bem executem seu<br />

trabalho, faltam-lhes duas características essenciais <strong>para</strong> tanto: ou a da carreira, do bombeiro<br />

oficial ou a da vocação, do bombeiro voluntário.<br />

A viabilida<strong>de</strong> d<strong>os</strong> bombeir<strong>os</strong> voluntári<strong>os</strong> foi lembrada, na 54ª sessão<br />

extraordinária da Câmara d<strong>os</strong> Deputad<strong>os</strong>, em 31 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2009, sob a presidência do<br />

Deputado Paulo Bornhausen, na oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discussão sobre a <strong>de</strong>fesa civil no país. Na<br />

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