Mar-Abr - Sociedade Brasileira de Oftalmologia
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122Kara-Junior N, Santhiago MR, Espindola RFTabela 3Estimativa das <strong>de</strong>spesas (por consultas) durante oacompanhamento pós-operatório, no HCFMUSPGastos FACO (R$) EECP (R$)Recursos humanos:Médicos 3,06 3,06Não médicos 0,60 0,60Espaço físico e consumo <strong>de</strong> água 3,90 3,90e energia elétricaTotal para cada consulta 7,56 7,56Total para o acompanhamentopós-operatório completo 22,68 39,08FACO - Facoemulsificação (total <strong>de</strong> 3 consultas <strong>de</strong> pós-operatório), EECP - extraçãoextracapsular (total <strong>de</strong> 5,17 consultas <strong>de</strong> pos-operatório)Tabela 4Comparação do custo médio total para a socieda<strong>de</strong>com o acompanhamento pós-operatórioSujeito FACO (US$) EECP (US$)Empregadores 25.55 25.73Pacientes 155.00 171.74Previdência Social 6.57 51.15Total 187.12 248.62FACO - Facoemulsificação, EECP - extração extracapsular (p=0,10)Ressaltaram ainda que as avaliações estimandovantagens econômicas da cirurgia <strong>de</strong> catarata por FACOem relação à EECP, realizadas em países <strong>de</strong>senvolvidos,não <strong>de</strong>vem ser utilizadas para Sistemas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>países em <strong>de</strong>senvolvimento (15) . Tal constatação po<strong>de</strong> seraplicada ao estudo realizado por Loo et al. na Malásia,em que foi relatado gasto cirúrgico <strong>de</strong> US$ 905.25 com aEECP e <strong>de</strong> US$ 1,127.74 com a FACO, <strong>de</strong>vido, principalmente,ao pequeno número <strong>de</strong> cirurgias <strong>de</strong> catarata realizadasnaquele hospital (16) .Porém, em hospitais que realizam gran<strong>de</strong> número<strong>de</strong> cirurgias <strong>de</strong> catarata é possível reduzir custos. NoHospital <strong>de</strong> Olhos H.V. Desai, na Índia, são realizadasanualmente mais <strong>de</strong> 10.000 cirurgias <strong>de</strong> catarata. Estudos<strong>de</strong> gastos cirúrgicos nessa instituição estimam que ocusto da cirurgia por FACO seja <strong>de</strong> US$ 69.40 e porEECP <strong>de</strong> US$ 15.82, uma diferença <strong>de</strong> US$ 53.58 (17) .Embora alguns autores relatem que a utilização<strong>de</strong> tecnologia sofisticada, aplicada na promoção da saú<strong>de</strong>ocular no Sistema Público <strong>de</strong> países em <strong>de</strong>senvolvimento,seja inviável, especialmente com relação à cirurgiada catarata, a qual consome uma expressiva parcelado orçamento <strong>de</strong>stinado à saú<strong>de</strong> pública (16) , este estudo<strong>de</strong>monstrou que, para a realida<strong>de</strong> do HC-FMUSP, a técnica<strong>de</strong> FACO é economicamente viável, oferecendovantagens econômicas para o hospital (13) .É sabido que mudanças no contexto político-administrativaspo<strong>de</strong>m influenciar a viabilida<strong>de</strong> econômicados procedimentos. Em 2006, o Ministério da Saú<strong>de</strong><strong>de</strong>scontinuou a Campanha Nacional <strong>de</strong> Catarata (CNC)sob alegação <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> verbas para custear o númeroadicional <strong>de</strong> cirurgias (“extrateto”). Os hospitais voltarama ter cotas limitadas para a realização dos procedimentoscirúrgicos. Essa medida causou impacto negativona progressão do número <strong>de</strong> cirurgias realizadas anualmenteno país, reduzindo assim, a utilização da capacida<strong>de</strong>instalada para cirurgia <strong>de</strong> catarata nos hospitaispúblicos e voltando a impor mais uma barreira ao acessoda população necessitada à cirurgia corretiva: a limitaçãoda oferta cirúrgica.Neste contexto, Kara-Junior et al. constataram queao reduzir a eficiência do CCA realizando-se, por exemplo,8 FACOs por sala, o custo fixo por cirurgia passaria aser <strong>de</strong> R$ 73,51 e o lucro do hospital seria <strong>de</strong> R$ 100,87Rev Bras Oftalmol. 2012; 71 (2): 115-24