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Mar-Abr - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

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134Monteiro MLRFigura 7: Tomografia <strong>de</strong> coerência óptica <strong>de</strong> paciente com neuropatia tabaco-álcool evi<strong>de</strong>nciando perda das fibras no setor temporal<strong>de</strong> ambos os olhos (setas)<strong>de</strong> forma grave com preservação das fibras não cruzadasgeralmente apresentam sinais característicos ao fundo<strong>de</strong> olho. As fibras que cruzam no quiasma tem seuscorpos celulares na retina nasal e são lesados enquantoque as fibras da hemirretina temporal, que penetram odisco óptico superior e inferiormente são preservadas. Arepresentação oftalmoscópica da perda <strong>de</strong> fibras nervosasda hemirretina nasal é conhecida como atrofia embanda do nervo óptico, on<strong>de</strong> se observa pali<strong>de</strong>z do discoóptico nos setores nasal (correspon<strong>de</strong>ndo às fibras daretina nasal periférica) e temporal (correspon<strong>de</strong>ndo àsfibras maculares nasais) associada à rarefação do aspectoestriado da CFNR nos mesmos setores. (70)Mikelberg e Yi<strong>de</strong>giligne relataram que, embora ocorraà preservação das fibras da retina temporal que penetramo disco óptico pelas arcadas superior e inferior,existe perda axonal significativa também nestas arcadas,uma vez que parte das fibras nervosas <strong>de</strong>stes setorestambém se originam da retina nasal, cujas fibras são acometidasno quiasma óptico( 71) (Figura 8).Clinicamente, a atrofia em banda do nervo ópticoem pacientes com compressão quiasmática po<strong>de</strong> ser utilizadacomo parâmetro para o prognóstico visual. Assim,enquanto que os pacientes que apresentam atrofiado nervo óptico po<strong>de</strong>m mostrar algum grau <strong>de</strong> recuperaçãoda acuida<strong>de</strong> visual e do campo visual após tratamentoa<strong>de</strong>quado, os pacientes que não apresentam estesinal <strong>de</strong>vem apresentar recuperação completa ou muitoacentuada das funções visuais. Entretanto, a observaçãoclínica da AB do nervo óptico nas síndromesquiasmáticas é um dado semiológico subjetivo e qualitativoe sua importância como parâmetro <strong>de</strong> prognósticovisual é mais fi<strong>de</strong>digna quando avaliada por um examinadorexperiente. Os métodos que avaliam a integrida<strong>de</strong>anatômica ou funcional da via óptica são promissorespara avaliação do prognóstico visual nas síndromescompressivas e sua importância é <strong>de</strong>vido à possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> recuperação pós-tratamento das funções visuaisnas afecções compressivas da via óptica. Por outro lado,o padrão <strong>de</strong> perda na atrofia em banda po<strong>de</strong> representarum mo<strong>de</strong>lo para avaliar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer instrumentoem medir a perda da CFNR, especialmentenas regiões nasal e temporal do DO.Usando este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> perda neural, conduzimosum estudo prospectivo para avaliar <strong>de</strong>sempenhodiagnóstico do GDx em pacientes com hemianopsia temporalbem estabelecida e AB do nervo óptico secundáriaa compressão quiasmática, a fim <strong>de</strong> avaliar a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong>ste instrumento para i<strong>de</strong>ntificar o padrão típico<strong>de</strong> perda <strong>de</strong> fibras nervosas observadas nesses pacientes.Os valores da CFNR medidos pelo GDx nos olhoscom atrofia em banda do nervo óptico foram significativamentediferentes das do grupo controle em todas asregiões, menos a temporal. O banco <strong>de</strong> dados presenteno software aparelho, não conseguiu i<strong>de</strong>ntificar a maioriadas anormalida<strong>de</strong>s nas regiões temporal e nasal empacientes, apesar do fato <strong>de</strong> que estas áreas são claramenteanormais nos olhos com atrofia do nervo óptico.Os resultados <strong>de</strong>ste estudo foram importantes pois chamarama atenção para o fato <strong>de</strong> que a avaliação daCFNR com a polarimetria a laser (GDx) <strong>de</strong>ve ser interpretadacom cautela no estudo <strong>de</strong> doenças oculares quelevam à perda axonal predominantemente nas áreasnasal e temporal do disco óptico.Rev Bras Oftalmol. 2012; 71 (2): 125-38

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