10.07.2015 Views

Mar-Abr - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Mar-Abr - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Mar-Abr - Sociedade Brasileira de Oftalmologia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Avaliação da camada <strong>de</strong> fibras nervosas da retina nas afecções neuroftalmológicas da via óptica anterior133Figura 6: Fotografia <strong>de</strong> paciente com neuropatia óptica tabaco-alcool com pali<strong>de</strong>z e perda da camada <strong>de</strong> fibras nervosas retinianas nosetor temporal <strong>de</strong> ambos os olhos<strong>de</strong>mais quadrantes. (64) Com o tempo a elevação da CFNRnormaliza e geralmente persiste o afilamento temporal.(65) Recentemente avaliamos 3 pacientes com perdavisual progressiva associada a alcoolismo e carêncianutricional através da TCO-TD. (66) Dois pacientes <strong>de</strong>monstraramperda acentuada da CFNR no setor temporaldo disco óptico em correspondência com o escotomacecocentral que apresentavam (Figura 7).No entanto, um terceiro paciente tinham medidasda CFNR <strong>de</strong>ntro dos limites da normalida<strong>de</strong> ou até mesmoaumentada em alguns setores, com base nos dadosnormativos do aparelho, <strong>de</strong> forma semelhante ao que jáfoi observado em outras neuropatias tóxicas. (66) Estesachados indicam que <strong>de</strong> forma análoga ao que se observana fase aguda da NOHL e <strong>de</strong> algumas neuropatiastóxicas o aumento da CFNR nas fases iniciais po<strong>de</strong> dificultara observação <strong>de</strong> eventual perda neural associadaque só será percebida quando da redução do e<strong>de</strong>maaxonal na fase crônica. Este conhecimento é importantepara evitar confusão diagnóstica.Neuropatia óptica traumáticaA neuropatia óptica traumática (NOT) é umacondição grave que po<strong>de</strong> ser uni ou bilateral e po<strong>de</strong> ocorrerpor mecanismo direto ou indireto. Traumatismo diretoresulta <strong>de</strong> lesões penetrantes na órbita enquanto queo trauma indireto resulta <strong>de</strong> traumatismo fechado noqual a onda <strong>de</strong> choque atua no canal óptico levando àperda visual. A perda visual geralmente ocorre associadaa lesões frontais ou temporais. Po<strong>de</strong> haver melhoravisual, particularmente no trauma indireto do nervoóptico, mas isso nem sempre ocorre.Na fase aguda, no caso dos traumatismos posterioresna órbita ou ao nível do canal óptico, o DO tem aspectonormal. Algumas semanas <strong>de</strong>pois ocorre atrofia progressivadas fibras nervosas o que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>monstradoclinicamente e com o uso do polarímetro <strong>de</strong> varredura alaser ou pelo uso da TCO. (67,68) Em um estudo recente observandosequencialmente 3 pacientes com trauma indiretodo nervo óptico que foram avaliados semanalmentepor 5 semanas e também ao redor da décima segundasemana após o trauma. Todos os pacientes apresentaramredução progressiva da CFNR evi<strong>de</strong>nciada na segundasemana após o trauma e se acentuando na quarta semanamas se tornando mais acentuada 12 semanas <strong>de</strong>pois. (68)Na fase crônica, portanto, existe atrofia das fibras e donervo óptico com perda irreversível da visão em diferentesgraus <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da gravida<strong>de</strong> da lesão. Nos casosgraves a pali<strong>de</strong>z do disco óptico se torna aparente 3 a 4semanas após o trauma e progri<strong>de</strong> para atrofia completa.Em casos mais leves a pali<strong>de</strong>z ocorre mais tar<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>ser discreta. Na fase crônica a escavação do disco éincomum mas po<strong>de</strong> ocorrer. Observa-se perda difusa daCFNR que po<strong>de</strong> ser quantificada pela polarimetria <strong>de</strong>varredura a laser ou pela TCO. (68)Lesões do quiasma ópticoLesões compressivas do quiasma óptico são maiscomumente <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> tumores hipofisários. Outrascausas incluem os craniofaringeomas, meningiomasupraselar e aneurismas. A característica clínica maisimportante é o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> hemianopsiabitemporal <strong>de</strong>corrente do acometimento preferencial dasfibras cruzadas. (69) As alterações no disco óptico estãoausentes no começo do quadro e se manifestam quandoexiste lesão axonal irreversível. A disposição das fibrasnervosas da retina no quiasma óptico é responsável pelopadrão da perda axonal na compressão quiasmática. Asfibras da retina temporal atravessam diretamente oquiasma óptico em direção ao trato óptico ipsilateral,enquanto as fibras da retina nasal cruzam o quiasmaóptico para o trato óptico contralateral.Lesões quiasmáticas extensas acometendo a porçãomediana do quiasma e afetando as fibras cruzadasRev Bras Oftalmol. 2012; 71 (2): 125-38

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!