aprendizag<strong>em</strong> (Goetz, et. al, 2007), surgiu a teoria controlo-valor, que aborda a questão das<strong>em</strong>oções de uma forma mais alargada, relacionando <strong>em</strong>oções de actividades, como prazer naaprendizag<strong>em</strong>, tédio durante a instrução ou ira sobre as exigências da tarefa (Pekrun, 2009).A teoria controlo-valor, proposta por Pekrun (2006, 2009), é uma teoria que forneceuma estrutura integrativa, na <strong>em</strong> medida que incorpora pressupostos de outras teorias e queserve para analisar os antecedentes e os efeitos das <strong>em</strong>oções de realização <strong>em</strong> ambientesacadémicos (Pekrun, 2006). Esta teoria surgiu do confronto de diferentes teorias sobre as<strong>em</strong>oções, como a teoria atribucional de Weiner (1985, cit. por Pekrun, 2009), os modelos de<strong>em</strong>oções relacionados com o stress <strong>em</strong> ambientes de realização de Folkman e Lazarus (1985,cit. por Pekrun, 2009), a abordag<strong>em</strong> da expectativa-valor <strong>em</strong> relação às <strong>em</strong>oções de Pekrun(1992, cit. por Pekrun, 2009) e de Turner e Schallert (2001, cit. por Pekrun, 2009) e osmodelos que envolv<strong>em</strong> os efeitos das <strong>em</strong>oções na aprendizag<strong>em</strong> e <strong>des<strong>em</strong>penho</strong> (Pekrun,2009).A teoria controlo-valor é baseada na pr<strong>em</strong>issa de que as avaliações subjectivas dasactividades de realização, relacionadas com <strong>em</strong>oções de realização, como prazer, frustração etédio, experienciadas durante a aprendizag<strong>em</strong>, e os seus resultados, relacionados com<strong>em</strong>oções de realização, como alegria, orgulho, ansiedade, desesperança, vergonha e ira,relativamente ao sucesso ou ao insucesso, são fundamentais para o despertar de <strong>em</strong>oções derealização (Pekrun, 2006, 2009).Segundo Pekrun (2006, p.317) “de uma perspectiva educacional, avaliações tambémsão importantes, uma vez que pod<strong>em</strong> ser assumidas para mediar o impacto de factoressituacionais e pod<strong>em</strong> ser alvo de intervenções educativas destinadas a promover odesenvolvimento <strong>em</strong>ocional positivo”.A teoria controlo-valor é também baseada no controlo e no valor, que sãoconsiderados dois grupos de avaliações que possibilitam um melhor entendimento do papeldas <strong>em</strong>oções nos ambientes de aprendizag<strong>em</strong>, isto é, são importantes para a realização dastarefas e explicam o despertar das <strong>em</strong>oções no processo de aprendizag<strong>em</strong> (como alegria,aborrecimento e frustração) e nos seus resultados (como alegria, orgulho, ansiedade,esperança, vergonha, desesperança e ira) (Goetz et al., 2007; Pekrun, 2006, 2009). O controlodiz respeito à controlabilidade percebida de acções e resultados relacionados com a realização(Pekrun, 2009), ou seja, como o aluno acha que é naquela disciplina, se é bom ou mau e o5
valor refere-se à importância subjectiva das actividades e dos resultados de realização(Pekrun, 2009), ou seja, o grau de importância que o aluno atribui àquela disciplina, se éimportante ou não para ele tirar boas notas naquela disciplina.Nas investigações realizadas sobre a teoria controlo-valor, os seus pressupostos foramtestados <strong>em</strong> amostras de diferentes culturas e de diferentes idades, nomeadamente <strong>em</strong>estudantes universitários (do curso de estatística e do curso de psicologia) al<strong>em</strong>ães e norteamericanos(Pekrun, Elliot & Maier, 2006) e também <strong>em</strong> estudantes al<strong>em</strong>ães e chineses do 8ºano de escolaridade (na disciplina de mat<strong>em</strong>ática) (Frenzel, Thrash, Pekrun & Goetz, 2007,cit. por Pekrun, 2009). Os estudos de Pekrun, Elliot e Maier (2006), difer<strong>em</strong> também no quediz respeito ao conteúdo do curso (as <strong>em</strong>oções vivenciadas por um aluno de estatística, sãodiferentes das <strong>em</strong>oções que um aluno de psicologia vivencia), onde participantes al<strong>em</strong>ãesobtiveram níveis equivalentes de orgulho e vergonha, mas níveis menores de prazer,esperança e tédio e níveis maiores de ira, ansiedade e desespero, do que os participantesamericanos, para os vários tipos de curso que foram estudados.Um dos “contributos” da teoria controlo-valor foi a taxonomia tridimensional das<strong>em</strong>oções de realização, na qual as <strong>em</strong>oções pod<strong>em</strong> ser agrupadas de acordo como o objectofoco, que pode ser a actividade ou o resultado, com a sua valência (positiva vs. negativa ouagradável vs. desagradável) e de acordo com o seu grau de activação (activa vs. desactiva)(Pekrun, 2006; Pekrun, 2009; Pekrun, Goetz, Frenzel & Perry, 2011).Através da taxonomia tridimensional proposta pela teoria controlo-valor, pode-severificar que as <strong>em</strong>oções de realização são agrupadas de acordo com as suas propriedadesformais, podendo assumir várias formas e podendo funcionar tanto <strong>em</strong> relação às actividades,como aos resultados de realização (Pekrun, 2009). As <strong>em</strong>oções de realização pod<strong>em</strong>, então,ser agrupadas de acordo com a sua valência - positiva vs. negativa ou agradável vs.desagradável -, e com o seu grau de activação - activo vs. desactivo (Pekrun, 2006),resultando <strong>em</strong> quatros grupos: <strong>em</strong>oções positivas de activação (prazer, esperança e orgulho);<strong>em</strong>oções positivas de desactivação (alivio); <strong>em</strong>oções negativas activas (ira, ansiedade evergonha) e <strong>em</strong>oções negativas de desactivação (tédio e desanimo) (Pekrun, Frenzel, Goetz &Perry, 2007).Um ex<strong>em</strong>plo é o caso da ira, que pode ser classificada como sendo uma <strong>em</strong>oção deactividade, se se relacionar com as exigências da tarefa e como o grau de esforço na6
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