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Relações filogenéticas, biogeografia histórica e evolução da ...

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Capítulo 2florestas tropicais na América do Sul (Burnham e Johnson, 2004; Rull, 1999; Jaramillo e Dilcher, 2000; Wilfe col., 2003). Além disso, muitas <strong>da</strong>s linhagens atuais desse clado estão associa<strong>da</strong>s com ambientesflorestais. Portanto, os papagaios e afins podem ter evoluído exclusivamente na América do Sul,associados a esses ambientes.No início do Oligoceno, uma expansão de áreas abertas e savanas pode ter acontecido naAmérica dos Sul. As evidências dessa aridificação são o registro de diversificação de plantas de ambientessecos nesse período (Pennington e col., 2004) e o registro fóssil animal com uma fauna de mamíferosdomina<strong>da</strong> por herbívoros hipsodontes, que em geral são associados a ambientes de savana (Flynn eWyss, 1997). A aridificação <strong>da</strong> América do Sul foi atribuí<strong>da</strong> ao soerguimento <strong>da</strong> porção central dos Andes,que impediu a passagem <strong>da</strong>s correntes úmi<strong>da</strong>s do Pacífico para o interior do continente (Hooghiemstra evan der Hammer, 1998). Possivelmente, a grande diversificação (entre 22-34 ma) do grupo <strong>da</strong>s araras,maracanãs e afins (clado C), ocorreu em resposta a essa diversificação de ambientes secos, uma vez quemuitas linhagens atuais desse grupo ocupam ambientes com características semelhantes.Apesar de não haver evidências a partir dos <strong>da</strong>dos apresentados aqui, ou a partir de outras fontes,membros dos clados dos pequenos periquitos (clado A) e do clado <strong>da</strong>s araras, maracanãs e afins (clado C)poderiam estar ocupando o sul <strong>da</strong> América do Sul e não dispersaram para a porção norte do continente atéo Oligoceno, devido à presença de um mar transcontinental formado no sul <strong>da</strong> Argentina e do Chile(Romero, 1986; Smith e col., 1994), que poderia ter atuado como uma barreira para a sua dispersão.Alternativamente, os ancestrais desses dois grupos poderiam ser remanescentes de linhagens queinicialmente ocorriam na Antártica e que teriam sido impulsionados para a América do Sul, à medi<strong>da</strong> que aAntártica migrou mais para o sul e se tornou um continente incrustrado por gelo (Shevenall e col., 2004;Dingle e Lavelle, 1998). Uma redução drástica do nível do mar aconteceu em conseqüência <strong>da</strong> formação<strong>da</strong> calota polar Antártica, o que poderia ter facilitado a invasão <strong>da</strong> América do Sul, como foi sugerido paraalguns grupos de mamíferos (Flynn e Wyss, 1997). Um padrão muito semelhante de cladogênesediferencia<strong>da</strong> entre dois grupos também foi descrito para Passeriformes neotropicais suboscines (Ericson ecol., 2003). A família Furnarii<strong>da</strong>e apresenta uma filogenia bem resolvi<strong>da</strong>, enquanto os internós emTyranni<strong>da</strong>e são muito curtos, indicando indicando uma rápi<strong>da</strong> radiação (Ericson e col., 2003).Apesar de não ter sido possível incluir amostras de psitacídeos africanos no presente estudo, asua posição filogenética não afeta a interpretação biogeográfica <strong>da</strong> <strong>evolução</strong> dos psitacídeos neotropicais.Estudos anteriores sugeriram que os psitacídeos africanos não são monofiléticos e podem ter invadido aÁfrica duas vezes, uma via sudoeste <strong>da</strong> Ásia e outra, via América do Sul (de Kloet, de Kloet, 2005). Ogrupo que teria dispersado para a África a partir <strong>da</strong> América do Sul seria grupo irmão dos psitacídeos53

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