Capítulo 2neotropicais (Barrowclough e col., 2004; de Kloet, de Kloet, 2005). Como estimamos a separação de umgênero do clado australasiático (Melopsittacus undulatus) dos neotropicais entre 51-66 ma e primeiracladogênese dentre os neotropicais entre 42-57 ma (Tabela 2.3), a invasão <strong>da</strong> África pelas linhagens <strong>da</strong>América do Sul pode ter ocorrido entre 42-66 ma, período no qual a África já se encontrava isola<strong>da</strong> dosupercontinente formado pela Antártica-Austrália-América do Sul. Além disso, reforçaria a hipótese de quelinhagens dos psitacídeos encontravam-se distribuídos ao longo do supercontinente, antes <strong>da</strong> primeiradiversificação do grupo neotropical.As estimativas de tempo de divergência entre psitacídeos neotropicais realiza<strong>da</strong>s anteriormenteempregavam métodos que não levam em conta a taxa de variação entre as linhagens. Por exemplo, Miyakie colaboradores (1998) e Tavares e colaboradores (2004) utilizaram o método de linearização de árvore(Takezaki e col., 1995), que avalia a presença de táxons que evoluem sob uma taxa significantementediferente <strong>da</strong> média <strong>da</strong> amostra sendo estu<strong>da</strong><strong>da</strong> e exclui esses táxons <strong>da</strong> análise. A calibração utiliza<strong>da</strong>para o relógio molecular nesses estudos foi a separação entre Galliformes e Anseriformes dos demaisneognatos, estima<strong>da</strong> em 100 ma. Tavares e colaboradores (2004) também empregaram a taxa padrãoestima<strong>da</strong> para o genoma mitocondrial de aves, de 2% de substituição de nucleotídeos/ ma. O mesmoprocesso foi utilizado para estimar tempos de divergência entre espécies de psitacídeos, porém aplicandotaxas de 1,6-2,0% de substituição de nucleotídeos/ ma (Ribas e Miyaki, 2004; Ribas e col., 2005). Emgeral, essas estimativas resultaram em tempos de divergência mais recentes do que os tempos estimadosno presente estudo. Acreditamos que a aproximação realiza<strong>da</strong> no presente trabalho é mais adequa<strong>da</strong> doque as realiza<strong>da</strong>s anteriormente (Miyaki e col., 1998; Tavares e col., 2004) porque não assume a hipótesede existência de um relógio molecular estrito, permitindo haver variação de taxa ao longo <strong>da</strong>s linhagens.Além disso, incorpora na análise a incerteza nos tamanhos de ramo e tempos estimados e foi realiza<strong>da</strong>com base em uma hipótese filogenética cujos nós são melhor resolvidos. A utilização de um ponto decalibração geológico independente (a separação <strong>da</strong> Nova Zelândia dos demais continentes <strong>da</strong> Gondwana)permite que as taxas sejam estima<strong>da</strong>s a partir dos <strong>da</strong>dos, ao invés de assumir taxas estima<strong>da</strong>s a partir deoutras linhagens de aves (Lovette, 2004).54
Capítulo 22.5. ReferênciasArbobast, B.S, Edwards, S.V., Wakeley, J., Beerli, P. ,Slowinski, J.B., 2002. Estimating divergence timesfrom molecular <strong>da</strong>ta on phylogenetic and population genetic timescales. Annu. Rev. Ecol. Syst. 33,707–740.Barrowclough, G.F., Groth, J.G., Mertz, L.A., 2004. Phylogenetic relationships among parrots. One Hundre<strong>da</strong>nd Twenty-Second Stated Meeting of the American Ornithologist’s Union. 16 – 21 August, Laval,Quebec.Boetticher, H.von, 1943. Ge<strong>da</strong>nken “uber die systematic Stellung einiger Papagaien. Zool. Anz. 143, 191-200.Boetticher, H.von, 1959. Papagaien. Wittenberg Lutherstadt, A. Ziemsen.Brereton, J.L., 1963. Evolution within the Psittaciformes. Proc. Internatl. Ornitol. Congr. 13, 499-517.Brereton, J.L., Immelmann, K., 1962. Head-scratching in the Psittaciformes. Ibis 104, 169-174.Brodkorb, P. 1964. Catalogue of fossil birds, part 2 (Anseriformes through Galliformes). Bull. Flori<strong>da</strong> StateMus. Biol. Sci. 8, 195-335.Bruford, M.W., Hanotte, O. Brookfield, J.F.Y., Burke, T., 1992. Single-locus and multilocus DNAfingerprinting. In: Hoelzel, A.R. (Ed.), Molecular Genetic Analysis of Populations- A PracticalApproach, IRL Press, Oxford University Press, New York, Pp. 225-269.Burnham, R.J., Johnson, K.R., 2004. South American paleobotany and the origins of neotropicalrainforests. Phil. Trans. R. Soc. Lond. B 359, 1595-1600.Chang, B.S.W., Campbell, D.L., 2000. Bias in phylogenetic reconstruction of vertebrate rhodopsinsequences. Mol. Biol. Evol. 17, 1220–1231.Collar, N.J., 1997. Family Psittaci<strong>da</strong>e (Parrots). In: del Hoyo, J., Elliot, A.E., Sargatal, J.(Eds.) Handbook ofthe Birds of the World, vol. 4. Sandgrouse to Coockos. Lynx Edicións, Barcelona, Pp. 280-477.Cooper, A., Penny, D., 1997. Mass survival of birds across the Cretaceous-Tertiary boun<strong>da</strong>ry: molecularevidence. Science 275:1109–1113.Cooper, R.A., Millener, P., 1993. The New Zealand biota: historical background and new research. TrendsEcol. Evol. 8, 429-433.Cracraft, J., 1973. Continental drift, paleoclimatology and the evolution and biogeography of birds. J. Zool.169, 455-545.Cracraft, J., 2001. Avian evolution, Gondwana biogeography and the Cretaceous–Tertiary mass extinctionevent. Proc. R. Soc. Lond. B 268, 459–469.55
- Page 1 and 2:
Erika Sendra TavaresRelações filo
- Page 3 and 4:
Tavares, Erika SendraRelações fil
- Page 5 and 6:
Strange fascination, fascinating me
- Page 7 and 8:
Às pessoas e instituições que ce
- Page 9 and 10:
ResumoCom a finalidade de entender
- Page 11 and 12: Capítulo 1Introdução
- Page 13 and 14: Capítulo 1Os Psittaciformes são u
- Page 15 and 16: Capítulo 1vértebras dorsais, uma
- Page 17 and 18: 1.2.2. Importância da tribo Arini
- Page 19 and 20: Capítulo 1atuais mais recentes que
- Page 21 and 22: Capítulo 1bayesiana (descritos a s
- Page 23 and 24: Capítulo 1Em geral, mais de uma to
- Page 25 and 26: 1.5. Datação molecularCapítulo 1
- Page 27 and 28: Capítulo 1dados. Por esse método,
- Page 29 and 30: 1.6. ObjetivosCapítulo 1A presente
- Page 31 and 32: Capítulo 1Collar, N.J., Gonzaga, L
- Page 33 and 34: Capítulo 1Moritz, C. Hillis, D.M.,
- Page 35 and 36: Capítulo 1Tavares, E.S. 2001. Estu
- Page 37 and 38: 2.1. IntroduçãoCapítulo 2Os psit
- Page 39 and 40: Capítulo 2Tabela 2.1. Táxons amos
- Page 41 and 42: Capítulo 2TTCAGTTTTGGTTTACAAGAC -3
- Page 43 and 44: Capítulo 2terminais (n=32), o temp
- Page 45 and 46: Capítulo 2gama de cada gene. Esses
- Page 47 and 48: Capítulo 2(Tabela 2.2), enquanto a
- Page 49 and 50: Capítulo 2A análise bayesiana das
- Page 51 and 52: Capítulo 2Figura 2.2. Reconstruç
- Page 53 and 54: Capítulo 2a) b)b) d)Figura 2.3. Ma
- Page 55 and 56: Capítulo 22.3.4. Tempos de diverg
- Page 57 and 58: Capítulo 2Figura 2.4. Cronograma m
- Page 59 and 60: Capítulo 2e Pionites. Além disso,
- Page 61: Capítulo 2florestas tropicais na A
- Page 65 and 66: Capítulo 2Griffiths, C.S., Barrowc
- Page 67 and 68: Capítulo 2Poe, S., Swofford D.L.,
- Page 69 and 70: Capítulo 3Evolução da organizaç
- Page 71 and 72: Capítulo 3Figura 3.1. Ordem dos ge
- Page 73 and 74: Capítulo 3Nesse caso, também foi
- Page 75 and 76: Capítulo 3A primeira amplificaçã
- Page 77 and 78: Capítulo 3codificadores não apres
- Page 79 and 80: Capítulo 3Não foram identificados
- Page 81 and 82: Capítulo 3a)b) c)Figura 3.6. a) Ma
- Page 83 and 84: Capítulo 3Bloco FBloco ENannopsitt
- Page 85 and 86: Capítulo 3máxima verossimilhança
- Page 87 and 88: Capítulo 3estar presentes no ances
- Page 89 and 90: Capítulo 3Lowe, T.M., Eddy, S.R.,
- Page 91 and 92: Capítulo 4Considerações finais
- Page 93 and 94: Capítulo 4Foram realizadas estimat