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| JORNAL DE LEIRIA | SOCIEDADE | OPINIÃO |1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2008 | 15Tenho por hábito nãofazer gran<strong>de</strong>s comentáriosao que diz e fazo Presi<strong>de</strong>nte da República,o actual tal comoos anteriores. Trata-se<strong>de</strong> um Órgão <strong>de</strong> Soberania do regime<strong>de</strong>mocrático <strong>de</strong> último recurso,que <strong>de</strong>ve funcionar acima das diferentesquerelas que surgem na políticae na socieda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vendo por issoser poupado. Abro aqui uma excepção,porque o que se passou na recenteviagem à Ma<strong>de</strong>ira e os elogios feitospelo Presi<strong>de</strong>nte da República aoPresi<strong>de</strong>nte do Governo Regional,representam uma tomada <strong>de</strong> posiçãooficial numa querela que há muitosanos atravessa a socieda<strong>de</strong> portuguesa.Não há dúvida que AlbertoJoão Jardim é o governante legitimoda Ma<strong>de</strong>ira, não está em causa,po<strong>de</strong>rá até ter uma obra positiva noarquipélago, ainda que a questãoneste domínio <strong>de</strong>va ser melhor contada,mas não po<strong>de</strong> ser apresentadocomo um bom exemplo aos portugueses,nomeadamente pelorepresentante maior da Nação Portuguesa.Porque não se trata apenas<strong>de</strong> uma questão <strong>de</strong> estilo, mais oumenos rufião do lí<strong>de</strong>r ma<strong>de</strong>irense,como muitas vezes se preten<strong>de</strong> apresentara questão. De facto, as palavras,as atitu<strong>de</strong>s e as práticas doGoverno Regional da Ma<strong>de</strong>ira sãoobjectivamente inaceitáveis numa<strong>de</strong>mocracia e não po<strong>de</strong>m ser toleradas,menos ainda elogiadas, sobrisco <strong>de</strong> aceitarmos a sua generalização.Bastará i<strong>de</strong>ntificar os muitoscasos em que o Governo da Ma<strong>de</strong>irase colocou objectivamente acimada lei, ou limitou os direitos dos cidadãos,para que o Presi<strong>de</strong>nte da República<strong>de</strong>va actuar com extrema prudência.Porque se o Presi<strong>de</strong>nte daRepública acha bem o que se passana Ma<strong>de</strong>ira, quem po<strong>de</strong> colocar algumlimite à actuação do Governo Regional?Neste contexto, também não mepareceu bem que o Presi<strong>de</strong>nte daRepública tenha aconselhado o GovernoCentral e o Governo Regional aum esforço <strong>de</strong> entendimento, comose nas querelas em <strong>de</strong>bate existisseuma equidistância <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s.De facto, a recomendação feitaresulta num apoio objectivo aosmétodos <strong>de</strong> chantagem política queo Governo Regional utiliza há décadas,aos quais o actual Governo temresistido, dando-se ao País, por essavia, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o método é recomendável.Ou seja, tratar-se-ia <strong>de</strong>um bom método a ser seguido poroutros agentes políticos, tais comogovernos regionais ou autarquias,porque <strong>de</strong>sse método resultaria a| Crónicas sobre o futuro |A Pedagogia ErradaA forma <strong>de</strong>interromper o circulovicioso da pobreza eda ignorâncianacionais, resi<strong>de</strong> noensino pré escolar,com a qualida<strong>de</strong>máxima possível,durante 11 horas pordia, com transporte ealimentação, paratodo as crianças esem uma únicaexcepçãoHENRIQUE NETO,empresárioh.neto@iberomol<strong>de</strong>s.ptfamosa”obra feita”. Ora, tudo o quediz ou faz o Presi<strong>de</strong>nte da Repúblicatem um valor pedagógico <strong>de</strong>masiadorelevante, indutor por <strong>de</strong>finição<strong>de</strong> boas práticas <strong>de</strong>mocráticas,para que esse valor possa ser malbaratado,ou apenas mal compreendido.Noutro contexto, no seu discursodo 25 <strong>de</strong> Abril, o Presi<strong>de</strong>nteda República não foi meigo parao actual Governo, em particularna critica justíssima que fez aosmalefícios da “venda <strong>de</strong> ilusões”aos portugueses, <strong>de</strong> que José Sócratesé, todos o sabemos, o grão mestre.Certa ainda a sua preocupaçãocom o afastamento dos jovensda vida política e com os índicesalarmantes <strong>de</strong> ignorância reveladospor uma parte importante dajuventu<strong>de</strong> portuguesa. Como empresário,que necessita <strong>de</strong> jovens trabalhadorese quadros com sólidosconhecimentos e preparação cultural,não posso <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rirà preocupação <strong>de</strong>monstrada porCavaco Silva. Como cidadão, partilhodas mesmas angústias relativamenteao futuro dos portugueses,como os leitores <strong>de</strong>ste jornalbem sabem. Ou seja, é necessáriofazer alguma coisa que altere radicalmenteesta situação, actuandoprincipalmente no sistema <strong>de</strong> ensino,o que terá <strong>de</strong> ser bastante maisdo que alguns encontros com sectoresda juventu<strong>de</strong>. Reafirmo o quevenho a dizer há vinte anos: a forma<strong>de</strong> interromper o circulo viciosoda pobreza e da ignorâncianacionais, resi<strong>de</strong> no ensino préescolar, com a qualida<strong>de</strong> máximapossível, durante 11 horas por dia,com transporte e alimentação, paratodo as crianças e sem uma únicaexcepção. Se insistirem em construira casa pelo telhado, como atéaqui, não resolverão o problema.Os erros dos governos: houveum ministro <strong>de</strong> Salazar que confrontadocom as ilegalida<strong>de</strong>s praticadaspelo seu ministério, respon<strong>de</strong>unão haver problema, “faz-seuma lei”. José Sócrates fez o mesmologo que chegou ao po<strong>de</strong>r, fezuma lei <strong>de</strong>stinada à nomeação política,digamos partidária, dos altoscargos da administração pública,como directores e sub directoresgerais. Trata-se <strong>de</strong> um erro gravíssimo,que inviabiliza a continuida<strong>de</strong>da gestão pública e a carreiraprofissional <strong>de</strong> gestor público.Mais, sem profissionais altamentequalificados e eticamente responsabilizados,não haverá continuida<strong>de</strong>nem qualida<strong>de</strong> nas políticaspúblicas, nem uma reforma coerentee sólida do Estado. ■

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