24 | 1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2008 | ECONOMIA | JORNAL DE LEIRIA |BREVES■<strong>Leiria</strong>Midlandcomasseguracomunicaçãodo hospitalA Midlandcomcelebrouumcontrato <strong>de</strong>assessoria <strong>de</strong>comunicaçãocom oHospital <strong>de</strong> Santo André, em<strong>Leiria</strong>. O acordo prevê a prestação<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> assessoriamediática, gestão <strong>de</strong> comunicação<strong>de</strong> crise, gestão <strong>de</strong>investimentos publicitários ecomunicação interna. AMidlandcom é uma empresa<strong>de</strong> comunicação integrada fundadaem Novembro <strong>de</strong> 2004por António Laranjeira e aCunha Vaz & Associados. Em2007, António Laranjeira e adirectora executiva SandraCardoso Monteiro adquirirama totalida<strong>de</strong> do capital. AMidlandcom também tem comoclientes a Valorlis, o Orfeão<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e a Multi/Lena, queganhou o concurso para o CentroComercial, só para apontartrês exemplos. Antes daassessoria <strong>de</strong> imagem, AntónioLaranjeira <strong>de</strong>dicou-se aojornalismo, tendo exercidofunções <strong>de</strong> director nos semanários<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>.VirtuspromoveencontroA versão 2009 do PHC Digital,uma solução <strong>de</strong> gestão, foirecentemente apresentada numencontro promovido pela Virtus,em <strong>Leiria</strong>. Sendo uma versãoonline, esta ferramenta acabacom a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o gestor“estar no escritório para <strong>de</strong>sempenharuma série <strong>de</strong> operações<strong>de</strong> gestão”. No encontro, a questãoda mobilida<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>stacadaem complementarida<strong>de</strong> coma solução <strong>de</strong> gestão por outrosparceiros que também apresentaramos seus produtos eserviços. ■Empresa fabricante <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>Fornocerâmica vira-separa o sector do barro vermelhoA Fornocerâmica, empresa produtora<strong>de</strong> fornos <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, está aapostar na especialização no fabrico<strong>de</strong> equipamentos para o segmentodo barro vermelho. Umaárea da qual estava praticamentearredada, mas que o ano passadocomeçou a trabalhar e que queragora ver crescer. José Eutíquio,que tem como parceiro na empresaJosé Brás, explica que tem havidoquebras no mercado do barrobranco, cliente tradicional daempresa, pelo que foi preciso encontraralternativas.José Eutíquio, administrador da FornocerâmicaFaltam apoios à exportaçãoO mercado nacional representapouco para a Fornocerâmica...É muito pequeno. Se nãotivéssemos iniciado a exportaçãohá vários anos, já teríamosfechado. É muito difícil ven<strong>de</strong>requipamentos novos no mercadonacional, porque há empresasque fecham e as outras compramas suas máquinas emleilões.Em que medida é que a <strong>de</strong>svalorizaçãodo dólar tem afectadoa vossa activida<strong>de</strong>?Tem afectado muito. Porexemplo, um negócio recentecom Angola foi em dólares etivemos alguns problemas. NaAmérica do Sul, <strong>de</strong>vido ao elevadovalor do euro, não temoshipóteses <strong>de</strong> concorrer. Nos locaison<strong>de</strong> os nossos concorrentessão empresas <strong>de</strong> fora da zonaeuro temos poucas hipóteses <strong>de</strong>competir.Para os fabricantes portuguesesos constrangimentossão maiores?Temos dificulda<strong>de</strong>s acrescidaspor sermos portugueses.Não temos apoios para marcarpresença em feiras ou para elaborarcatálogos, ao contrário<strong>de</strong> outros fabricantes <strong>de</strong> paísesRAQUEL DE SOUSA SILVAeuropeus, que têm apoios fortíssimosa esse nível. Po<strong>de</strong>m,por isso, apresentar stands comdimensão e qualida<strong>de</strong>. Italianos,alemães, espanhóis, francesese ingleses são os nossosprincipais concorrentes.A cerâmica <strong>de</strong>corativa, a nívelmundial, sente a forte concorrênciados produtos oriundos daChina, o que tem impacto sobreas empresas, que adiam investimentos.Mas no que se refere àtelha e ao tijolo, produtos difíceis<strong>de</strong> exportar, a situação é diferente,diz o empresário. A Fornocerâmicaestá neste momentoa instalar um forno e respectivoequipamento em Angola e JoséEutíquio diz que as perspectivasneste segmento são boas.De modo geral, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a guerrado Iraque que se “sentem dificulda<strong>de</strong>sacrescidas” no negócio,porque as empresas produtoras<strong>de</strong> cerâmica ficaram “à espera”<strong>de</strong> melhores dias. Mais <strong>de</strong> 80 porcento das vendas da empresa <strong>de</strong><strong>Leiria</strong> <strong>de</strong>stinam-se à exportação,mas o empresário reconhece anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reforçar a presençaem alguns mercados e <strong>de</strong>procurar novos <strong>de</strong>stinos. Turquia,Espanha, Rússia, Roméniae Bulgária são alguns dos paíseson<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ra ser possível crescer,embora frise que este “nãoEm termos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ecapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção, Portugalconsegue competir?Conseguimos fazer exactamentecom a mesma qualida<strong>de</strong>.Estamos ao nível dos melhores.Até porque muitos dosé um negócio fácil <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolversem bons agentes”, por vezesdifíceis <strong>de</strong> encontrar. ■Bilhete <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>Activida<strong>de</strong>: produção <strong>de</strong> fornospara cerâmica e para tratamentostérmicosSe<strong>de</strong>: <strong>Leiria</strong>Colaboradores: 50Volume <strong>de</strong> vendas: 5milhões <strong>de</strong> euroscomponentes dos fornos nãosão fabricados em Portugal,temos que importar.O que seria necessário paraque as empresas portuguesaspu<strong>de</strong>ssem aproximar-se, emtermos concorrenciais, dosseus concorrentes?O Estado <strong>de</strong>via, através doICEP ou <strong>de</strong> outros organismos,ajudar as empresas a estarempresentes nos certames com dignida<strong>de</strong>,para po<strong>de</strong>rem ven<strong>de</strong>rbem o nome da empresa e doPaís. O que pedimos é que oEstado se preocupe com asempresas exportadoras, sobretudoas pequenas e médias, eque as aju<strong>de</strong> a exportar mais.Para isso é preciso estar bemrepresentado lá fora, por umlado, e ter melhor acesso ao créditopara suportar o investimentoque é preciso fazer entrea encomenda e a saída do forno,por outro lado. A maioriados programas <strong>de</strong> apoio, comoo Prime e outros, não serão feitospara as PME, porque a burocraciatorna o acesso difícil. Omercado é cada vez mais globale feroz e sentem-se dificulda<strong>de</strong>sacrescidas por sermosportugueses. ■Raquel <strong>de</strong> Sousa Silva
| JORNAL DE LEIRIA | ECONOMIA |1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2008 |25Cerâmica <strong>de</strong> Alcobaça com a produção paradaTrabalhadores da RBsuspen<strong>de</strong>m contratosARQUIVO/JLSector cerâmico atravessa dificulda<strong>de</strong>sOs operários da Raul da Bernarda(RB), empresa cerâmica <strong>de</strong>Alcobaça, “vivem momentos <strong>de</strong>gran<strong>de</strong> angústia e incerteza quantoà viabilização económica e financeira”da unida<strong>de</strong> e à “manutençãodos seus postos <strong>de</strong> trabalho”.Por isso, 74 trabalhadores avançaramcom a suspensão dos contratos.Os restantes (81) pon<strong>de</strong>ramseguir o mesmo caminho, revelaJorge Cascão, coor<strong>de</strong>nador do Sindicatoda Cerâmica.Com o subsídio <strong>de</strong> Natal do anopassado e o salário <strong>de</strong> Março porreceber, os operários cumpriram oseu último dia <strong>de</strong> trabalho quinta--feira da semana passada. “Nãoviam perspectivas nenhumas <strong>de</strong>melhoria da situação da empresa,cuja laboração está parada, e avançaramcom a suspensão”, explicao dirigente.A RB, que já empregou 220 trabalhadores,tem nos últimos temposenfrentado dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vidoà <strong>de</strong>svalorização do dólar e àcrise nos mercados internacionais,aponta João Pinto Marques. “Nãoproduzimos menos em 2007, produzimosfoi mais barato”, afirma oadministrador. Em relação à atitu<strong>de</strong>dos trabalhadores, o empresáriodiz não po<strong>de</strong>r consi<strong>de</strong>rá-la errada,reconhecendo que a empresatem estado envolvida num processo<strong>de</strong> negociações com entida<strong>de</strong>sfinanceiras que se tem reveladomais longo do que se esperava.“Tem <strong>de</strong>morado e não temosconseguido cumprir com algunsprincípios básicos”, admite JoãoPinto Marques, que se mostra contudoconfiante no êxito daquelasnegociações, no final das quais aempresa “terá condições para reiniciara laboração”. ■RSS230 mil casos por anoConstruçãocom maisaci<strong>de</strong>ntes<strong>de</strong> trabalhoAs zonas industriais, os estaleiros<strong>de</strong> construção, as pedreiras eas minas são os locais on<strong>de</strong> seregistam mais aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trabalho.Segundo dados da Autorida<strong>de</strong>para as Condições <strong>de</strong> Trabalho(ACT), aqueles locais registammais <strong>de</strong> 50 por cento dos aci<strong>de</strong>ntes,com um total <strong>de</strong> 152 milcasos. Em Portugal, a média anualtem sido <strong>de</strong> 230 mil aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>trabalho. Nos últimos quatro anosmorreram mais <strong>de</strong> 700 trabalhadores,apontam os dados da ACT,divulgados segunda-feira, DiaNacional <strong>de</strong> Prevenção e Segurançano Trabalho. O trabalhocom ferramentas <strong>de</strong> mão, o transportemanual e a manipulação<strong>de</strong> objectos são as activida<strong>de</strong>sque mais contribuem para a ocorrência<strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes, com mais <strong>de</strong>50 por cento dos registos. Quantoaos casos mortais, o ano passadoforam objecto <strong>de</strong> inquérito163. Entre 2002 e 2008 foram1102. A região Centro regista 27.5por cento dos aci<strong>de</strong>ntes, que acontecemmais no Norte (40.7 porcento). Os mais afectados são ostrabalhadores entre os 25 e os 44anos. ■