2 | 1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2008 | SOCIEDADE | JORNAL DE LEIRIA |LHO CLÍNICO| C a r t o o n |➔ ➔ADELAIDE AFONSOO Hospital<strong>de</strong> Alcobaçavai passar ater consultas<strong>de</strong> Urologia ecirurgias da especialida<strong>de</strong>em regime <strong>de</strong> ambulatório.O novo serviço faráface às listas <strong>de</strong> espera eserá assegurado por umclínico dos Hospitais daUniversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra.Des<strong>de</strong> que iniciou funções,a directora, A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong>Afonso, quer abrir asespecialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> maiorprocura.RUI SILVAA Câmara <strong>de</strong>Figueiró dosVinhos, li<strong>de</strong>radapor RuiSilva, criou oCartão FigueiroenseSénior um documentogratuito que preten<strong>de</strong>melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida dos munícipes commais <strong>de</strong> 65 anos, que dáacesso a <strong>de</strong>scontos <strong>de</strong> 50por cento nos serviços daautarquia e reduções <strong>de</strong>preços nos estabelecimentoscomerciais a<strong>de</strong>rentes,que, nestemomento, ultrapassam osvinteISABEL DAMASCENOA Câmara <strong>de</strong>➔<strong>Leiria</strong>, presididapor IsabelDamasceno,conseguiu, em 2007, reduziro passivo e as dívidas aterceiros. No entanto, orelatório e contas daautarquia, aprovadosegunda-feira pela AssembleiaMunicipal, releva<strong>de</strong>svios significativos entreaquilo que o município sepropôs em orçamento e oque realmente foi concretizado,com a execução aficar muito abaixo dasprevisões.➔GERÊNCIA CANIVIDROOs responsáveisda Canividroresolveramfechar asportas <strong>de</strong>sta empresa daMarinha Gran<strong>de</strong>, alegandodificulda<strong>de</strong>s em suportara factura do gás.Informaram os trabalhadores,em plenário, mas<strong>de</strong>pois ficaram incontactáveis,atitu<strong>de</strong> repudiadapela direcção do Sindicatodos Vidreiros.Carro <strong>de</strong> som anuncia Ministro da Administração Interna em Ourém| I m p r e s s õ e s |Senhor Presi<strong>de</strong>nte da Republica, os jovens têm razão e recomendam-seO Presi<strong>de</strong>nte da Republica, nas comemorações do 25 <strong>de</strong> Abril e no Parlamento,fez um discurso sobre a cultura política dos jovens <strong>de</strong>duzidadum estudo da Universida<strong>de</strong> Católica que a Presidência encomendou. Preten<strong>de</strong>ufazer passar um retrato negro da formação política dos jovens. Eu,que não tenho compromissos com os políticos, até consi<strong>de</strong>ro que a culturapolítica dos jovens é boa. Antes <strong>de</strong> mais, o Presi<strong>de</strong>nte atribuiu as culpasaos <strong>de</strong>putados («os responsáveis sois vós») quando o Professor CavacoSilva governou o País durante <strong>de</strong>z anos. E <strong>de</strong>u estes três exemplos <strong>de</strong>«ignorância política» dos jovens: a maioria 1) não sabe quem foi o primeiropresi<strong>de</strong>nte eleito <strong>de</strong>pois do 25 <strong>de</strong> Abril; 2) <strong>de</strong>sconhece o númeroexacto dos países que integram a União Europeia; 3) ignora que o PS, temmaioria absoluta no Parlamento. E com isto fez figura, tendo sido repercutidopor todos os media, como um alerta pela «nossa <strong>de</strong>mocracia». Perguntoeu: o que é que vale isso? Devia é ter citado outros dados do mesmoEstudo (segundo o Público) como, por exemplo: a) interessam-se maispelas «petições e pelo boicote <strong>de</strong> produtos por razões políticas ou ambientaisdo que o resto da população»; b) não atribuem eficácia ao voto; c)têm dificulda<strong>de</strong> em se i<strong>de</strong>ntificarem com «a oferta partidária»; c) achampouco ou nada importante a separação entre esquerda e direita; d) só 20%«sentem simpatia» pelo voto eleitoral; e) entre eles há «concordância genérica»pela criação <strong>de</strong> novos mecanismos <strong>de</strong> participação dos cidadãos nas<strong>de</strong>cisões políticas e <strong>de</strong> mudar o sistema eleitoral <strong>de</strong> forma a darmais ênfase aos candidatos e menos aos partidos políticos», etc.Ora estes temas (não citados pelo Presi<strong>de</strong>nte) é que são importantese retratam, isso sim, o falhanço da «nossa» <strong>de</strong>mocracia.(Quando os políticos dizem «nossa <strong>de</strong>mocracia», face a estes dados,enten<strong>de</strong>-se que essa <strong>de</strong>mocraica é «a <strong>de</strong>les», «classe política»). Ora,com a maioria dos políticos que temos até é sinal <strong>de</strong> boa culturaignorar os seus nomes, o seu número no Parlamentoe, <strong>de</strong>pois das manigâncias com o Tratado <strong>de</strong> Lisboa,para o qual se prometeu um referendo, é natural que“A flexisegurança não é um conceitouniforme. Não há soluçõespronto-a-vestirVieira da Silva,ministro do Trabalho, VisãoNão és tu que és importante, masa ca<strong>de</strong>ira em que estás sentadoLeonardo Mathias, gestor, dirigente doCDS-PP, VisãoSempre me doeu ver ex-alunos,com o bacharelato, em caixas <strong>de</strong>supermercadoJoão Rota, sociólogo, VisãoA vida está recheada <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s.Nós é que não as vemosStefan Klein,físico e escritor <strong>de</strong> ciência, VisãoNão sirvo <strong>de</strong> exemplo paranenhuma criançaMário Jar<strong>de</strong>l, jogador <strong>de</strong> futebol, PúblicoMoisés Espírito Santo*se ignore quantos países compõem a «nossa Europa» (a <strong>de</strong>les). Isso só interessaráaos «jotas» dos partidos que são amestrados para reproduzir asmanhas dos «velhos».Note-se a alínea e) que referi : «Há concordância genérica em que se<strong>de</strong>via mudar o sistema eleitoral <strong>de</strong> modo a dar mais ênfase aos candidatose menos aos partidos políticos». Ora, aqui é que está o busilis, querdizer, a razão do <strong>de</strong>sinteresse dos jovens (e dos adultos) pelos nomes epelo número <strong>de</strong> políticos. Os jovens têm razão e recomendam-se.Na Europa, Portugal é o único em que os candidatos a <strong>de</strong>putados têm<strong>de</strong> ser propostos pelos partidos e, por outro lado, em que se exige umnúmero <strong>de</strong> inscritos para se constituir um partido. Na Europa, para umaeleição, os Estados só reconhecem os cidadãos. A «nossa» <strong>de</strong>mocracia (a<strong>de</strong>les) faz dos cidadãos simples votantes, ou claque; e só serve para caucionara «classe política». É a razão por que a maioria da juventu<strong>de</strong> se<strong>de</strong>sinteressa da informação política.A propósito: as comemorações do 25 <strong>de</strong> Abril não passaram dumaretórica sobre a «nossa» <strong>de</strong>mocracia <strong>de</strong> que se servem os profissionais dapolítica. Quem é que se lembrou <strong>de</strong> recordar ou homenagear os milhares<strong>de</strong> portugueses (trabalhadores, intelectuais, estudantes, emigrantes...) quelutaram, anonimamente, clan<strong>de</strong>stinamente, quotidianamente, civicamente,contra o fascismo e pelos Direitos Humanos, <strong>de</strong> 1928 até 1974? E quesofreram nas prisões ou na solidão da clan<strong>de</strong>stinida<strong>de</strong>? E queper<strong>de</strong>ram o trabalho e o conforto familiar? E que <strong>de</strong>finharam noTarrafal ou tiveram <strong>de</strong> fugir para o estrangeiro? Uma homenagema esses anónimos, ou <strong>de</strong>snomeados, que agiram pela liberda<strong>de</strong><strong>de</strong> todos e não com vistas a um emprego - dos melhorescidadãos que a Pátria engendrou - é que seria uma comemoraçãocívica do 25 <strong>de</strong> Abril, e não esta parada folclórica <strong>de</strong> autoafirmaçãodos actuais políticos que vieram usufruirdaquilo que os outros semearam. ■* Sociólogo| N a p o n t a d a l í n g u a |Há pressões silenciosas porparte das gran<strong>de</strong>s empresasHél<strong>de</strong>r Ferreira, presi<strong>de</strong>nte dos Sindicatosdos Trabalhadores dos Impostos,Semanário EconómicoPeco por gula e cedo comfrequência à iraJosé Eduardo Martins, <strong>de</strong>putado,Diário <strong>de</strong> NotíciasNo Continente ninguém levaJardim a sérioMiguel Beleza, economista e militantedo PPD/PSD, Diário <strong>de</strong> NotíciasTenho com a música umarelação <strong>de</strong> amantes. A genteencontra-se e vai para acama quando apetece.José Mário Branco, cantor, TabuA nível internacional, toda agente dizia que Marcelo Caetanoestava <strong>de</strong> pedra e cal.Nixon terá mesmo dito aonovo embaixador americanoem Lisboa que Portugal eraum País on<strong>de</strong> não se passavanada. Quando o embaixadorchegou houve a revolução e opresi<strong>de</strong>nte norte-americanonomeou logo, em sua substituição,o Frank Carlucci, umembaixador <strong>de</strong> choque.Mário Soares, na celebração do 25 <strong>de</strong>Abril, em <strong>Leiria</strong>Há tentativas frequentes <strong>de</strong>condicionar a RTPJosé Alberto Carvalho,director <strong>de</strong> informação da RTP,ExpressoLançar suspeitas sobre a RTP éfácil. É como lançar um fósforonuma savana em África. Ar<strong>de</strong>sempreI<strong>de</strong>mÉ fundamental que as pessoasnão vejam a cultura como algosecundário na nossa formação.Dalila Carmo, actriz, JORNAL DE LEIRIANão há cultura <strong>de</strong> mecenato queapoie os jovens talentos, vivemossubsidio<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes doEstado.i<strong>de</strong>m“
Forumj o r n a l d e l e i r i aFacto da semanaCavaco Silva critica ignorânciae alheamento político dos jovensNo discurso comemorativo do 25 <strong>de</strong> Abril, no Parlamento, Cavaco Silvamostrou-se impressionado com a ignorância <strong>de</strong> muitos jovens acerca<strong>de</strong>ssa data e com o alheamento e insatisfação relativamente à políticae ao funcionamento das instituições e da <strong>de</strong>mocracia, <strong>de</strong>monstradospelos inquiridos, num estudo da Universida<strong>de</strong> Católica.O referido estudo, encomendado pela Presidência da República, revelouque meta<strong>de</strong> dos jovens entre os 15 e os 17 anos e um terço dos jovensentre os 18 e os 29 anos não foi capaz <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r correctamente anenhuma das três questões colocadas, sobre o número <strong>de</strong> países na UniãoEuropeia, quem foi o primeiro Presi<strong>de</strong>nte eleito após o 25 <strong>de</strong> Abril e se oDepoimentosLaborinho Lúcio,juiz conselheirojubilado, NazaréAntónio CostaPinto,professoruniversitárioPontos <strong>de</strong> vistaPenso que éo estado davida política.Os políticoscolocaram-senuma redomae afastaram-seda socieda<strong>de</strong>que os elegeu e <strong>de</strong> quem <strong>de</strong>veriamestar mais próximos. Curiosamente,os responsáveis são os mesmosque dizem estar preocupados. Preocupanteé também o alheamentodos jovens em relação à nossa históriarecente. Parece-me que nãotem existido educação e preocupação,ao nível das escolas, paralhes transmitir a importância dosvalores como a liberda<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>mocracia.A revolução foi há 34 anos.Há ainda marcos vivos que po<strong>de</strong>mexplicar o 25 <strong>de</strong> Abril, a ditadurae a <strong>de</strong>mocracia aos mais novos.Jorge Vala,bancário, Porto <strong>de</strong> MósAntes <strong>de</strong> tentarmos encontrar nos cidadãos, nomeadamentenos jovens, uma razão que explique o seuafastamento da política e da intervenção cívica, julgoque é importante reflectirmos sobre a própria políticae sobre a actual relação entre a política e o po<strong>de</strong>r.Hoje, o po<strong>de</strong>r exerce-se fora do espaço político, maisna economia e no mundo financeiro. Fomos gerámosuma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumidores. Não po<strong>de</strong>mospedir, que <strong>de</strong> um momento para o outro se transformemem cidadãos. Mas interpretando as preocupaçõesdo Presi<strong>de</strong>nte da República, julgo que apela auma profunda reflexão sobre a questão da política edos políticos, incluindo o sistema educativo na formaçãodos nossos jovens.É <strong>de</strong> certo modo natural que a juventu<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>reo 25 <strong>de</strong> Abril um facto relativamente remotoe que tenha <strong>de</strong>sconhecimento activo em relaçãoaos personagens históricos. Isso infelizmentenão é novo e não é só comum a Portugal. É umacaracterística geral <strong>de</strong> uma juventu<strong>de</strong> cada vezmais ligada ao imediato e não às datas do passado.Só o aparelho escolar po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>volver aesse segmento da juventu<strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia mais rigorosasobre a nossa história política contemporânea.É fruto doque nos é incutidoquandoestudamos.Aquilo que nospassam é a históriado mundoe da Europae Portugalfica completamente <strong>de</strong> lado. Outraquestão pren<strong>de</strong>-se com a falta <strong>de</strong>interesse pela leitura, que contribuipara o não conhecimento dosmarcos importantes da nossa história.Também tem a ver com aprópria crise, com o <strong>de</strong>sempregoe falta <strong>de</strong> perspectivas que os jovenstêm. Não há uma figura i<strong>de</strong>ntificativapara que os jovens se agarrema esse quadrante da socieda<strong>de</strong>.Há falta <strong>de</strong> exemplo, creio eu.Raquel Bernardino, presi<strong>de</strong>ntedo Grupo <strong>de</strong> Jovens daAcção Católica Rural da Diocese<strong>Leiria</strong>-FátimaPS tem maioria absoluta no Parlamento.Chocado com os resultados, Cavaco Silva referiu “não ser justo” paraquem lutou pela liberda<strong>de</strong> que a geração responsável por manter viva amemória <strong>de</strong> Abril persista em esquecer que a revolução foi um projecto<strong>de</strong> futuro, e lamentou a “insatisfação e pessimismo” dos portugueses sobreo funcionamento da <strong>de</strong>mocracia.Como comenta o alheamento dos portugueses, nomeadamente dosmais jovens, relativamente à activida<strong>de</strong> política e às datas que marcarama história recente <strong>de</strong> Portugal?O<strong>de</strong>te João,<strong>de</strong>putada do PS,<strong>Leiria</strong>António Delgado,professoruniversitário,AlcobaçaSou da geraçãoque nasceucom a revoluçãoe, nãoobstante ser político,há umgran<strong>de</strong> alheamentodosjovens, não só no que respeita à históriarecente, mas também às matériaspolíticas. Entre as causas, estãoos maus exemplos <strong>de</strong> políticos que<strong>de</strong>sacreditam a classe. São poucosos jovens que se interessam pela políticaou optam por militar num partido.Ao longo dos meus estudos,nunca aprendi matérias relativas ao25 <strong>de</strong> Abril. Também as cerimóniascomemorativas são obsoletas, <strong>de</strong>colarinho branco, fato e gravata esalões nobres. É preciso voltar a levara Revolução para a rua, para juntodas pessoas.Michäel António, vereador naCâmara <strong>de</strong> PombalA mensagem do sr. Presi<strong>de</strong>nte da República revelapreocupação em matéria <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacionale <strong>de</strong> memória colectiva, bem como do crescente alheamento<strong>de</strong> largos sectores da população, nomeadamentedos jovens, em relação à vida pública. Porisso, os responsáveis políticos <strong>de</strong>vem reflectir sobremuitos dos seus comportamentos na gestão da causapública. É também necessário reforçar o ensinoda História nas nossas escolas. Precisamos <strong>de</strong> umavivência <strong>de</strong>mocrática sã e responsável, on<strong>de</strong> os valoresganhem sentido e pautem a prática política.A “Al<strong>de</strong>ia Global” <strong>de</strong> McLuhan infelizmente mostra-nosem que medida a evolução da socieda<strong>de</strong> emdirecção a um futuro <strong>de</strong> telecomunicação total dainformação implica mudanças substanciais e <strong>de</strong>cisivasna própria maneira <strong>de</strong> se ver e actuar no mundo.Uma <strong>de</strong>las é a alienação. É <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste paradigmaque se <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r as respostas dos jovenspor mostrarem que não a<strong>de</strong>rem cabalmente às coisasdo interesse dos políticos. A informação espectáculo,alvitrada por Guy Debord, faz parte igualmentedo paradigma comunicacional do nosso tempo,em certo modo é on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ve incluir o discurso doSr. Presi<strong>de</strong>nte da República por salientar apenas ospontos do seu interesse.O alheamentodosjovens face ao25 <strong>de</strong> Abriladvém do facto<strong>de</strong> não seralgo que tenhamosvivido.Nascemos numa <strong>de</strong>mocracia, logonão damos valor a uma coisa pelaqual não passámos. Alguns jovens(que têm alguma i<strong>de</strong>ia sobre aRevolução) acham que o 25 <strong>de</strong>Abril significou liberda<strong>de</strong> imediata.ignorando que se viveu umperíodo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>politica. O facto dos jovens nãovotarem <strong>de</strong>monstra uma falta respeito,já que este acto é um direitoe uma obrigação. Se não votam,per<strong>de</strong>m a razão quando criticamas <strong>de</strong>cisões do Governo. É umaquestão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social.Sara Miguéis, estudanteuniversitária, 21 anos1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2008 | 3EDITORIALPSDOuvidas cinco das principais personalida<strong>de</strong>sdo PSD da Região (verpágina 14), percebe-se que nenhumadas candidaturas à presidênciados sociais-<strong>de</strong>mocratas estará, parajá, a conseguir consenso e a unir opartido como muitos <strong>de</strong>sejariam.Os quatro presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> câmarae o <strong>de</strong>putado ouvidos pelo JORNALDE LEIRIA divi<strong>de</strong>m as preferênciasentre Manuela Ferreira Leite e PedroPassos Coelho, po<strong>de</strong>ndo-se, eventualmente,projectar esses apoios aoque se passará no resto do País.Cansados do populismo que comandouo partido nos últimos anos e queo levou ao <strong>de</strong>scrédito junto da opiniãopublica e às constantes críticasdos principais comentadores políticosnacionais, não é <strong>de</strong> acreditar queos militantes sociais-<strong>de</strong>mocratas voltema confiar em Santana Lopes, que,apesar do discurso fácil e da capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> persuasão, esteve ligado aospiores momentos por que passou oPSD, facto que lhe aconselharia umluto mais prolongado.Patinha Antão e António Neto daSilva, apesar <strong>de</strong> afirmarem que irãoaté ao fim, parecem <strong>de</strong>stinados a<strong>de</strong>sistir em prol <strong>de</strong> um dos outroscandidatos, pois não são nomes suficientementeconhecidos para mobilizarapoios consistentes que lhes permitamlutar verda<strong>de</strong>iramente pelolugar. As candidaturas que apresentamterão como objectivo posicionarem-separa conseguirem futuroslugares, a troco da <strong>de</strong>sistência emfavor <strong>de</strong> um dos candidatos com possibilida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> vencer, ou até mostrarem-seao “povo” social-<strong>de</strong>mocrata,na perspectiva <strong>de</strong> futuras eleições.Restam Manuela Ferreira Leite ePedro Passos Coelho, que, não aparecendonenhuma outra candidatura,se afiguram como os nomes commais possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vencer. Estasduas candidaturas oferecem aos militantesduas vias diametralmente opostase representam dois cenários <strong>de</strong>futuro bem distintos.Manuela Ferreira Leite tem o seunome associado ao rigor, credibilida<strong>de</strong>e honestida<strong>de</strong> politica, mas tambémao passado, confirmado até pelosnotáveis que já lhe tornaram públicoo seu apoio. Não tem o dom dapalavra que notabilizou outros políticose a sua figura <strong>de</strong> austerida<strong>de</strong> eligada ao controlo do défice po<strong>de</strong>ráafastar os que estão mais <strong>de</strong>scontentescom o actual Governo.Pedro Passos Coelho representa ofuturo. É mais novo, tem boa presençae é bem falante. Po<strong>de</strong>rá maisfacilmente conquistar os jovens econhece o partido profundamente,fruto <strong>de</strong> uma carreira politica quevem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as jotas. No entanto, noseu currículo não consta nenhumcargo politico ou profissional <strong>de</strong> relevoque possa dar indicações sobre assuas capacida<strong>de</strong>s para assumir a li<strong>de</strong>rança<strong>de</strong> um partido com fortes tradiçõesno quadro partidário do País.Será interessante observar osresultados das próximas eleições eperceber se os militantes do PSD,tradicionalmente conservadores,escolherão Manuela Ferreira Leite,uma aposta no conhecido e umagarantia <strong>de</strong> um certo caminho, ouse estarão dispostos a arriscar emalguém que po<strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r. Mastudo leva a crer que será ManuelaFerreira Leite a vencer. ■JN