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Forumj o r n a l d e l e i r i aFacto da semanaCavaco Silva critica ignorânciae alheamento político dos jovensNo discurso comemorativo do 25 <strong>de</strong> Abril, no Parlamento, Cavaco Silvamostrou-se impressionado com a ignorância <strong>de</strong> muitos jovens acerca<strong>de</strong>ssa data e com o alheamento e insatisfação relativamente à políticae ao funcionamento das instituições e da <strong>de</strong>mocracia, <strong>de</strong>monstradospelos inquiridos, num estudo da Universida<strong>de</strong> Católica.O referido estudo, encomendado pela Presidência da República, revelouque meta<strong>de</strong> dos jovens entre os 15 e os 17 anos e um terço dos jovensentre os 18 e os 29 anos não foi capaz <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r correctamente anenhuma das três questões colocadas, sobre o número <strong>de</strong> países na UniãoEuropeia, quem foi o primeiro Presi<strong>de</strong>nte eleito após o 25 <strong>de</strong> Abril e se oDepoimentosLaborinho Lúcio,juiz conselheirojubilado, NazaréAntónio CostaPinto,professoruniversitárioPontos <strong>de</strong> vistaPenso que éo estado davida política.Os políticoscolocaram-senuma redomae afastaram-seda socieda<strong>de</strong>que os elegeu e <strong>de</strong> quem <strong>de</strong>veriamestar mais próximos. Curiosamente,os responsáveis são os mesmosque dizem estar preocupados. Preocupanteé também o alheamentodos jovens em relação à nossa históriarecente. Parece-me que nãotem existido educação e preocupação,ao nível das escolas, paralhes transmitir a importância dosvalores como a liberda<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>mocracia.A revolução foi há 34 anos.Há ainda marcos vivos que po<strong>de</strong>mexplicar o 25 <strong>de</strong> Abril, a ditadurae a <strong>de</strong>mocracia aos mais novos.Jorge Vala,bancário, Porto <strong>de</strong> MósAntes <strong>de</strong> tentarmos encontrar nos cidadãos, nomeadamentenos jovens, uma razão que explique o seuafastamento da política e da intervenção cívica, julgoque é importante reflectirmos sobre a própria políticae sobre a actual relação entre a política e o po<strong>de</strong>r.Hoje, o po<strong>de</strong>r exerce-se fora do espaço político, maisna economia e no mundo financeiro. Fomos gerámosuma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumidores. Não po<strong>de</strong>mospedir, que <strong>de</strong> um momento para o outro se transformemem cidadãos. Mas interpretando as preocupaçõesdo Presi<strong>de</strong>nte da República, julgo que apela auma profunda reflexão sobre a questão da política edos políticos, incluindo o sistema educativo na formaçãodos nossos jovens.É <strong>de</strong> certo modo natural que a juventu<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>reo 25 <strong>de</strong> Abril um facto relativamente remotoe que tenha <strong>de</strong>sconhecimento activo em relaçãoaos personagens históricos. Isso infelizmentenão é novo e não é só comum a Portugal. É umacaracterística geral <strong>de</strong> uma juventu<strong>de</strong> cada vezmais ligada ao imediato e não às datas do passado.Só o aparelho escolar po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>volver aesse segmento da juventu<strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia mais rigorosasobre a nossa história política contemporânea.É fruto doque nos é incutidoquandoestudamos.Aquilo que nospassam é a históriado mundoe da Europae Portugalfica completamente <strong>de</strong> lado. Outraquestão pren<strong>de</strong>-se com a falta <strong>de</strong>interesse pela leitura, que contribuipara o não conhecimento dosmarcos importantes da nossa história.Também tem a ver com aprópria crise, com o <strong>de</strong>sempregoe falta <strong>de</strong> perspectivas que os jovenstêm. Não há uma figura i<strong>de</strong>ntificativapara que os jovens se agarrema esse quadrante da socieda<strong>de</strong>.Há falta <strong>de</strong> exemplo, creio eu.Raquel Bernardino, presi<strong>de</strong>ntedo Grupo <strong>de</strong> Jovens daAcção Católica Rural da Diocese<strong>Leiria</strong>-FátimaPS tem maioria absoluta no Parlamento.Chocado com os resultados, Cavaco Silva referiu “não ser justo” paraquem lutou pela liberda<strong>de</strong> que a geração responsável por manter viva amemória <strong>de</strong> Abril persista em esquecer que a revolução foi um projecto<strong>de</strong> futuro, e lamentou a “insatisfação e pessimismo” dos portugueses sobreo funcionamento da <strong>de</strong>mocracia.Como comenta o alheamento dos portugueses, nomeadamente dosmais jovens, relativamente à activida<strong>de</strong> política e às datas que marcarama história recente <strong>de</strong> Portugal?O<strong>de</strong>te João,<strong>de</strong>putada do PS,<strong>Leiria</strong>António Delgado,professoruniversitário,AlcobaçaSou da geraçãoque nasceucom a revoluçãoe, nãoobstante ser político,há umgran<strong>de</strong> alheamentodosjovens, não só no que respeita à históriarecente, mas também às matériaspolíticas. Entre as causas, estãoos maus exemplos <strong>de</strong> políticos que<strong>de</strong>sacreditam a classe. São poucosos jovens que se interessam pela políticaou optam por militar num partido.Ao longo dos meus estudos,nunca aprendi matérias relativas ao25 <strong>de</strong> Abril. Também as cerimóniascomemorativas são obsoletas, <strong>de</strong>colarinho branco, fato e gravata esalões nobres. É preciso voltar a levara Revolução para a rua, para juntodas pessoas.Michäel António, vereador naCâmara <strong>de</strong> PombalA mensagem do sr. Presi<strong>de</strong>nte da República revelapreocupação em matéria <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacionale <strong>de</strong> memória colectiva, bem como do crescente alheamento<strong>de</strong> largos sectores da população, nomeadamentedos jovens, em relação à vida pública. Porisso, os responsáveis políticos <strong>de</strong>vem reflectir sobremuitos dos seus comportamentos na gestão da causapública. É também necessário reforçar o ensinoda História nas nossas escolas. Precisamos <strong>de</strong> umavivência <strong>de</strong>mocrática sã e responsável, on<strong>de</strong> os valoresganhem sentido e pautem a prática política.A “Al<strong>de</strong>ia Global” <strong>de</strong> McLuhan infelizmente mostra-nosem que medida a evolução da socieda<strong>de</strong> emdirecção a um futuro <strong>de</strong> telecomunicação total dainformação implica mudanças substanciais e <strong>de</strong>cisivasna própria maneira <strong>de</strong> se ver e actuar no mundo.Uma <strong>de</strong>las é a alienação. É <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste paradigmaque se <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r as respostas dos jovenspor mostrarem que não a<strong>de</strong>rem cabalmente às coisasdo interesse dos políticos. A informação espectáculo,alvitrada por Guy Debord, faz parte igualmentedo paradigma comunicacional do nosso tempo,em certo modo é on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ve incluir o discurso doSr. Presi<strong>de</strong>nte da República por salientar apenas ospontos do seu interesse.O alheamentodosjovens face ao25 <strong>de</strong> Abriladvém do facto<strong>de</strong> não seralgo que tenhamosvivido.Nascemos numa <strong>de</strong>mocracia, logonão damos valor a uma coisa pelaqual não passámos. Alguns jovens(que têm alguma i<strong>de</strong>ia sobre aRevolução) acham que o 25 <strong>de</strong>Abril significou liberda<strong>de</strong> imediata.ignorando que se viveu umperíodo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>politica. O facto dos jovens nãovotarem <strong>de</strong>monstra uma falta respeito,já que este acto é um direitoe uma obrigação. Se não votam,per<strong>de</strong>m a razão quando criticamas <strong>de</strong>cisões do Governo. É umaquestão <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> social.Sara Miguéis, estudanteuniversitária, 21 anos1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2008 | 3EDITORIALPSDOuvidas cinco das principais personalida<strong>de</strong>sdo PSD da Região (verpágina 14), percebe-se que nenhumadas candidaturas à presidênciados sociais-<strong>de</strong>mocratas estará, parajá, a conseguir consenso e a unir opartido como muitos <strong>de</strong>sejariam.Os quatro presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> câmarae o <strong>de</strong>putado ouvidos pelo JORNALDE LEIRIA divi<strong>de</strong>m as preferênciasentre Manuela Ferreira Leite e PedroPassos Coelho, po<strong>de</strong>ndo-se, eventualmente,projectar esses apoios aoque se passará no resto do País.Cansados do populismo que comandouo partido nos últimos anos e queo levou ao <strong>de</strong>scrédito junto da opiniãopublica e às constantes críticasdos principais comentadores políticosnacionais, não é <strong>de</strong> acreditar queos militantes sociais-<strong>de</strong>mocratas voltema confiar em Santana Lopes, que,apesar do discurso fácil e da capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> persuasão, esteve ligado aospiores momentos por que passou oPSD, facto que lhe aconselharia umluto mais prolongado.Patinha Antão e António Neto daSilva, apesar <strong>de</strong> afirmarem que irãoaté ao fim, parecem <strong>de</strong>stinados a<strong>de</strong>sistir em prol <strong>de</strong> um dos outroscandidatos, pois não são nomes suficientementeconhecidos para mobilizarapoios consistentes que lhes permitamlutar verda<strong>de</strong>iramente pelolugar. As candidaturas que apresentamterão como objectivo posicionarem-separa conseguirem futuroslugares, a troco da <strong>de</strong>sistência emfavor <strong>de</strong> um dos candidatos com possibilida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> vencer, ou até mostrarem-seao “povo” social-<strong>de</strong>mocrata,na perspectiva <strong>de</strong> futuras eleições.Restam Manuela Ferreira Leite ePedro Passos Coelho, que, não aparecendonenhuma outra candidatura,se afiguram como os nomes commais possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vencer. Estasduas candidaturas oferecem aos militantesduas vias diametralmente opostase representam dois cenários <strong>de</strong>futuro bem distintos.Manuela Ferreira Leite tem o seunome associado ao rigor, credibilida<strong>de</strong>e honestida<strong>de</strong> politica, mas tambémao passado, confirmado até pelosnotáveis que já lhe tornaram públicoo seu apoio. Não tem o dom dapalavra que notabilizou outros políticose a sua figura <strong>de</strong> austerida<strong>de</strong> eligada ao controlo do défice po<strong>de</strong>ráafastar os que estão mais <strong>de</strong>scontentescom o actual Governo.Pedro Passos Coelho representa ofuturo. É mais novo, tem boa presençae é bem falante. Po<strong>de</strong>rá maisfacilmente conquistar os jovens econhece o partido profundamente,fruto <strong>de</strong> uma carreira politica quevem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as jotas. No entanto, noseu currículo não consta nenhumcargo politico ou profissional <strong>de</strong> relevoque possa dar indicações sobre assuas capacida<strong>de</strong>s para assumir a li<strong>de</strong>rança<strong>de</strong> um partido com fortes tradiçõesno quadro partidário do País.Será interessante observar osresultados das próximas eleições eperceber se os militantes do PSD,tradicionalmente conservadores,escolherão Manuela Ferreira Leite,uma aposta no conhecido e umagarantia <strong>de</strong> um certo caminho, ouse estarão dispostos a arriscar emalguém que po<strong>de</strong> surpreen<strong>de</strong>r. Mastudo leva a crer que será ManuelaFerreira Leite a vencer. ■JN

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