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4 | 1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2008■Socieda<strong>de</strong>■Número <strong>de</strong> bebés em 2006 foi dos mais baixosIncentivos à natalida<strong>de</strong>não convencemportuguesesA população está a envelhecer. O problema não éconcelhio ou nacional. Em toda a Europa estão a nascercada vez menos crianças. Portugal é dos países quemenos incentivos tem dado à natalida<strong>de</strong>. As últimasmedidas do Governo são consi<strong>de</strong>radas uma gota nooceano.Textos: Elisabete CruzFotos: Ricardo GraçaPortugal é um dos 30 paísesda Organização para a Cooperaçãoe o Desenvolvimento Económico(OCDE) que menos incentivama natalida<strong>de</strong>. A conclusãoé <strong>de</strong> um relatório divulgado pelaOCDE, que tem em conta o impacto<strong>de</strong> variáveis como os impostos,<strong>de</strong>scontos para a SegurançaSocial e o rendimento líquidodas famílias.Segundo os números do InstitutoNacional <strong>de</strong> Estatística(INE), a taxa <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong> atingiu,em 2006, os valores maisbaixos <strong>de</strong> sempre, com o nascimento<strong>de</strong> 105.351 bebés em Portugal,menos 4.100 em relaçãoao ano anterior.O índice <strong>de</strong> envelhecimentovoltou a aumentar, passando <strong>de</strong>cerca <strong>de</strong> 110 idosos por cada 100jovens, em 2005, para 112 em2006. A zona Centro é a segundaregião on<strong>de</strong> a população maistem envelhecido. Estas estatísticaslevam o INE a projectar aperda <strong>de</strong> um quarto da populaçãoem 2050, passando para 7.5milhões <strong>de</strong> pessoas.No distrito <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, nasceram4.608 bebés em 2006, e morreram4757 pessoas. “Um paíssem crianças é um país sem futuro”,advertiu Cavaco Silva, presi<strong>de</strong>nteda República, no finaldo ano. Com o objectivo <strong>de</strong> combatero <strong>de</strong>créscimo da taxa <strong>de</strong>natalida<strong>de</strong>, o Governo anunciou,em Junho, políticas que visamincentivar as famílias a teremmais filhos. Entre as medidasestão um subsídio <strong>de</strong> seis mesespara grávidas com baixos rendimentos,abonos <strong>de</strong> famíliamajorados para os agregadosfamiliares mais numerosos eduplicação do valor <strong>de</strong>dutívelno IRS. Além disso, o Governopreten<strong>de</strong> aumentar em 20 porcento o abono para famíliasmonoparentais.POLÍTICAS‘PALIATIVAS’As medidas <strong>de</strong> incentivo emPortugal são consi<strong>de</strong>radas porTeresa Caeiro , <strong>de</strong>putada doCDS/PP, como “meros paliativos”.“Ninguém <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> ter filhospor 700 euros. Nem uma famíliamonoparental fica sem problemascom mais umas <strong>de</strong>zenas<strong>de</strong> euros <strong>de</strong> abono. Mal nãofazem, mas são uma aspirina;não a cura do problema.”Para a <strong>de</strong>putada, o aumentoda natalida<strong>de</strong> “não se faz por<strong>de</strong>creto” e acrescenta que as circunstânciasque levam à <strong>de</strong>cisão“pon<strong>de</strong>rada” <strong>de</strong> ter filhossão “tão complexas quanto asmedidas necessárias para tornarum país num ambiente favorávelao aumento da natalida<strong>de</strong>”.Teresa Caeiro diz que são necessáriaspolíticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, paraum Serviço Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>verda<strong>de</strong>iramente universal” epolíticas fiscais, “que diferenciempositivamente os agregadoscom mais filhos, mas tambémpara as fraldas não seremtaxadas com 21 por cento <strong>de</strong>IVA”.E afirma ainda que são necessáriaspolíticas <strong>de</strong> habitação,on<strong>de</strong> se encontrem casas a “umpreço acessível”, e laborais, “quepermitam uma gestão do tempo<strong>de</strong> trabalho mais flexível”.Criar equipamentos <strong>de</strong> apoio,como creches, jardins <strong>de</strong> infânciaou amas em número e qualida<strong>de</strong>necessários, um ensinopúblico, “com currículos exigentes,mas bem pensados”,transporte escolar gratuito eempresas “amigas da família”são outras políticas consi<strong>de</strong>radasimportantes por Teresa Caeiro.“E é necessária uma mudança<strong>de</strong> cultura, para que não recaiasó sobre a mulher, como tantasvezes acontece, a responsabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> cuidar da família.”É neste sentido que HenriqueNeto contesta a proposta doGoverno <strong>de</strong> aumentar a licença<strong>de</strong> parentalida<strong>de</strong> para 12 meses,gozada pelos dois progenitoresem períodos diferentes. “É muitobonito, mas na cultura nacionalé ainda a mulher que mudaa fralda e toma conta dos filhos.Se os pais tirarem licença parentalé para estarem <strong>de</strong> férias.”O empresário da MarinhaGran<strong>de</strong> critica ainda o Governopor criar legislação, que até “prejudicaas empresas - porque osempregados fazem sempre falta”-,mas <strong>de</strong>pois pe<strong>de</strong> que sejamas empresas a controlar se osprogenitores não estão <strong>de</strong> licençaem simultâneo. “É mais umcusto para as empresas. Além<strong>de</strong> ficar sem o funcionário aindatem <strong>de</strong> fiscalizar.” ■Licença <strong>de</strong> parentalida<strong>de</strong> até 12 meses se partilhadaO Governo propõe uma licença parental,após o nascimento <strong>de</strong> um filho, maisvantajosa se for partilhada entre a mãe eo pai. Assim, continua a ser possível umalicença <strong>de</strong> quatro meses paga a 100 porcento do salário bruto ou <strong>de</strong> cinco mesespaga a 80 por cento se for só gozada pelamãe ou se o pai gozar menos <strong>de</strong> um mês.Na nova proposta do Governo, passa ahaver a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cinco meses <strong>de</strong>licença, com 100 por cento do salário brutoou <strong>de</strong> seis meses, com 83 por centoquando o pai gozar, pelo menos, um dosmeses da licença. Os progenitores po<strong>de</strong>mainda alongar a licença por mais três mesescada um (para lá dos seis meses), mas comuma prestação reduzida, equivalente a 25por cento do salário bruto. Ou seja, se aproposta for aprovada, será possível ficarem casa 12 meses após o nascimento dofilho, com redução <strong>de</strong> prestação, sempreque a licença for partilhada. O Governopropõe ainda um aumento dos actuaiscinco dias para <strong>de</strong>z dias úteis <strong>de</strong> licençaa gozar pelo pai por altura do nascimentodo filho. Este período po<strong>de</strong> ser alongadopor mais <strong>de</strong>z dias opcionais pagosa 100 por cento ao pai, para gozar emsimultâneo com a mãe. ■Fonte Diário Económico

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