Descarregar PDF - Jornal de Leiria
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22 | 1 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 2008 | ECONOMIA | JORNAL DE LEIRIA || Opinião|Os casos da gestão <strong>de</strong> <strong>de</strong>signEstive em Parispara a 12ª conferenciainternacional<strong>de</strong> Design Managementorganizadapelo DMI, a autorida<strong>de</strong>mundial notema. Em cada paísorganizador há sempre uma tendênciapara incorporar casos <strong>de</strong> estudolocais, para que o evento não seja<strong>de</strong>masiado Americano, algo <strong>de</strong>sejávele compreensível. E <strong>de</strong>sta vez não fugiuà excepção, com as presenças da Fauchon,Renault, Faurecia, Legrand eoutros. Mas também ouve uma presençahispânica, a Roca; por sinal amelhor apresentação.Houve um pouco <strong>de</strong> tudo e aproveitopara <strong>de</strong>ixar um pequeníssimoresumo <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>las:Fauchon – Marca <strong>de</strong> “fast food”<strong>de</strong> luxo muito antiga, esteve à beirada falência há dois anos, com a entrada<strong>de</strong> um novo investidor renovou-setotalmente. O mais impressionante;como uma equipa <strong>de</strong> 4 pessoas po<strong>de</strong>fazer tanto em tão pouco tempo. Omaior <strong>de</strong>safio: como escalar um negócio<strong>de</strong> comida com os <strong>de</strong>safios da produçãolocal e logística.Renault – O Patrick Le Quément éreconhecido como um dos pioneirosdo <strong>de</strong>sign no sector automóvel, assumindohoje uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staquena empresa. No entanto ficou visívelque a revolução que a Renault fez notempo do primeiro Twingo não é amesma que <strong>de</strong>monstra o novo Twingo,e ficamos a pensar se é do sector,da parceria com a Nissan ou da Renaultprecisar <strong>de</strong> um novo director <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign.Faurecia – Uma apresentação interessante<strong>de</strong> como as empresas do nível1 da industria automóvel se estruturarampara respon<strong>de</strong>r com inovaçãoe <strong>de</strong>sign às marcas. Já tinha visto umaapresentação similar da Johnson Controlse são casos interessantes <strong>de</strong> incorporação<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign e inovação em negóciosoutrora B2BRoca – Uma excelente apresentação<strong>de</strong> alguém recente na empresa,alguém conhecedor do valor do <strong>de</strong>signe da inovação, alguém com capacida<strong>de</strong>operacional para dar a volta auma empresa <strong>de</strong> um tamanho consi<strong>de</strong>rávelmesmo ao nível europeu.Legrand – O meu amigo PierreYves mostrou <strong>de</strong> forma clara como sepo<strong>de</strong> aumentar as vendas <strong>de</strong> um produto,contornando um preconceitocomplexo – quem manda são os instaladores,questionando um mito muitoantigo – só se ven<strong>de</strong> o branco, com<strong>de</strong>sign e inovação que começou peloponto <strong>de</strong> venda. Dados e númerosimpressionantes sobre o valor real do<strong>de</strong>sign.Consegui – oficiosamente, a organização<strong>de</strong>sta conferência para Lisboaem 2010. Uma batalha ganha <strong>de</strong>pois<strong>de</strong> 3 anos <strong>de</strong> insistência e <strong>de</strong> comprovaçãoque Lisboa tem condições<strong>de</strong> atracção e <strong>de</strong> organização para ofazer, mas agora tenho um outro problema;que empresas locais, que empresárioslocais com dimensão e ambição,com projecto que reflicta a gestãodo <strong>de</strong>sign como mais valia para onegócio, que dados <strong>de</strong> mercado quesubstanciem estas estratégias, que produtos,que serviços. É um <strong>de</strong>safio, mastemos dois anos e, no limite, po<strong>de</strong>mossempre convidar empresas do país vizinho!■José Manuel dos Santosgestor <strong>de</strong> <strong>de</strong>signRICARDO GRAÇAMinistro da Economia na Marinha Gran<strong>de</strong>Sector dos mol<strong>de</strong>s “é belo exemplo”<strong>de</strong> resposta à globalizaçãoA indústria portuguesa <strong>de</strong>mol<strong>de</strong>s e ferramentas especiaisé hoje um “belo exemplo <strong>de</strong>capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta à globalização”.Quem o diz é ManuelPinho, que classifica o sectorcomo sendo “<strong>de</strong> excelência” eestando “cada vez mais competitivo”.Para o ministro da Economiae Inovação, que anteontemesteve na Marinha Gran<strong>de</strong>na apresentação do plano estratégicopara esta activida<strong>de</strong>, osAs empresas com trabalhadorescontratados a prazo verão acontribuição para a SegurançaSocial agravada, <strong>de</strong> 23.75 para26.75 por cento. Pelo contrário,para as que optem preferencialmentepor contratar sem termohaverá reduções na Taxa SocialÚnica. E as entida<strong>de</strong>s que recorrampor sistema aos prestadores<strong>de</strong> serviços pagos a recibos ver<strong>de</strong>stambém vão pagar uma taxa. Estassão algumas das medidas propostaspelo Governo no âmbito darevisão do Código do Trabalho,apresentadas a semana passada aosparceiros sociais. Vieira da Silvaquer fechar este dossier até ao Verão,para que as novas regras possammol<strong>de</strong>s são uma das áreas quemais po<strong>de</strong> contribuir para daruma boa imagem <strong>de</strong> Portugalno exterior.O mercado está a impor “violentos<strong>de</strong>safios <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>”,lembrou Leonel Costa,presi<strong>de</strong>nte da Cefamol, mostrando-se,no entanto, convictoque a indústria reúne condiçõespara “aumentar os níveis<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho”, embora continuea ser importante reforçarentrar em vigor em Janeiro <strong>de</strong> 2009.O ministro do Trabalho e Solidarieda<strong>de</strong>Social preten<strong>de</strong> igualmentecriar incentivos para facilitaro emprego <strong>de</strong> pessoas arredadasdo mercado <strong>de</strong> trabalho, pelo queas empresas que contratem paraos quadros jovens até aos 30 anospo<strong>de</strong>rão ficar isentas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontosdurante três anos. Os contratos semtermo <strong>de</strong> pessoas com mais <strong>de</strong> 55anos também dão direito a isenção,enquanto a contratação a termopo<strong>de</strong> significar uma redução<strong>de</strong> 50 por cento, adianta o <strong>Jornal</strong><strong>de</strong> Negócios.Outra das mudanças passa pelofim da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovar oscontratos a termo até um máximoA subida dos juros tem sidoproblemática para as famílias,que estão sobreendividadas.Essa subida veio agravar asituação. Este ano não po<strong>de</strong>rãoainda acalentar a esperança<strong>de</strong> uma redução significativa.Por isso, o melhor éacautelarem-se, renegociandoos créditos para potenciaremalgum rendimento disponível.Paulo Esperança,gerente bancário, Nazaré| F r e n t e a F r e n t e |Face às dificulda<strong>de</strong>sque muitas famíliasjá enfrentam, terãoestas condiçõespara continuarem aaguentar maissubidas das taxas<strong>de</strong> juro?Retrato do sectorProposta <strong>de</strong> revisão do Código do TrabalhoContratação a prazo vai ser penalizada<strong>de</strong> seis anos, regressando-se aolimite <strong>de</strong> três anos. Das medidasapresentadas, <strong>de</strong>staca-se ainda onovo regime <strong>de</strong> adaptabilida<strong>de</strong> dasempresas e trabalhadores, que passarápor alterações negociadas aohorário <strong>de</strong> trabalho, horários maisflexíveis e duração do tempo <strong>de</strong>trabalho. Não se afasta a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> criação dos bancos <strong>de</strong>horas ou da troca <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> trabalhopor tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso.MUDANÇA NOS RECIBOSVERDESSão igualmente revistas as normasrespeitantes ao <strong>de</strong>spedimentopor inadaptação, o que significa,segundo aquele diário, que uma imagem internacional e criarum clima favorável à inovação.“Os empresários estão empenhadosem fazer <strong>de</strong>ste sector umexemplo e em transformar Portugalnum centro <strong>de</strong> excelênciano fabrico <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s, bem comoa internacionalizar sem <strong>de</strong>sindustrializaro País”, apontou odirigente.Num período <strong>de</strong> cinco a <strong>de</strong>zanos, o plano estratégico, apresentadopor Mira Amaral, apontapara a concretização <strong>de</strong> váriosobjectivos, entre os quais a obtenção<strong>de</strong> um crescimento anualsustentado da produção, tantonos mol<strong>de</strong>s como nas ferramentase máquinas <strong>de</strong> alta precisão,a colocação do sector nogrupo dos cinco melhores a nívelmundial no que toca à produtivida<strong>de</strong>e liqui<strong>de</strong>z financeira ea criação <strong>de</strong> novas empresas <strong>de</strong>base tecnológica. Também sepreten<strong>de</strong>m atingir elevados níveis<strong>de</strong> reconhecimento da marcaEngineering & Tooling Portugala nível internacional. ■Raquel <strong>de</strong> Sousa SilvaA indústria <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s tem mais <strong>de</strong> 50 anos em Portugal, com um pesoparticularmente importante no concelho da Marinha Gran<strong>de</strong> e em Oliveira<strong>de</strong> Azeméis. Os últimos dados (<strong>de</strong> 2005) indicam a existência <strong>de</strong>536 empresas, empregando 8369 pessoas. Em 2006 a produção totalatingiu os 373 milhões <strong>de</strong> euros, sendo que 90 por cento da produção se<strong>de</strong>stina à exportação (União Europeia, Estados Unidos e Canadá). Osector automóvel absorve cerca <strong>de</strong> 72 por cento da produção. O planoapresentado anteontem aponta as fraquezas e oportunida<strong>de</strong>s do sector,indicando uma série <strong>de</strong> estratégias a seguir para que este se assumacomo “lí<strong>de</strong>r mundial num prazo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos”. ■trabalhador po<strong>de</strong> ser dispensadose não se adaptar a uma nova função,<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a empresa ter dadoformação e feito esforços para quetal aconteça.O uso dos recibos ver<strong>de</strong>s tambémsofrerá alterações, não apenaspara os prestadores <strong>de</strong> serviçomas também para asempresas que a eles recorrem.Estas passarão a pagar uma taxa<strong>de</strong> cinco por cento para a SegurançaSocial. Os in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r escolher entreo regime obrigatório e o alargado,passando todos a pagar24.6 por cento sobre 70 por centoda remuneração auferida (logo,constante do recibo). ■Penso que não. Embreve po<strong>de</strong>rão haversituações muito complicadasporque não sãoapenas os juros que estãoa subir, mas também ainflação, <strong>de</strong>vido aoaumento do preço doscombustíveis e dos bens<strong>de</strong> consumo. Vai assistir-sea uma <strong>de</strong>terioraçãoda qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidadas famílias.Carlos Sobral,economista, <strong>Leiria</strong>