13.07.2015 Views

Versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

Versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

Versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

INTRODUÇÃOO Estatuto do Desarmamento, promulgado <strong>em</strong> 22<strong>de</strong> <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2003 por meio da Lei nº 10.826, queO Brasil alcançou, nas últimas décadas, significativo dispõe sobre o registro, a posse e a comercializaçãoprogresso na situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. A queda da taxa <strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo no Brasil, a Campanha Nacional pelo<strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil, a redução na mortalida<strong>de</strong> Desarmamento, iniciada <strong>em</strong> julho <strong>de</strong> 2004, o Referendoproporcional das doenças infecciosas e o aumento dasdo Desarmamento, ocorrido <strong>em</strong> 23 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2005,doenças crônico-<strong>de</strong>generativas <strong>de</strong>terminaram reflexose a atual discussão à luz das propostas <strong>de</strong> reformulaçãopositivos no aumento da expectativa <strong>de</strong> vida, que hojee abrandamento do Estatuto do Desarmamento noé <strong>de</strong> 72,3 anos. 1 No entanto, as causas externas vêm-seLegislativo são momentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, no contextoapresentando entre os principais probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>nacional, que d<strong>em</strong>onstram os esforços para combaterpública <strong>em</strong> nosso país, seja por sua magnitu<strong>de</strong>, seja peloso probl<strong>em</strong>a. 6custos que representam para a socieda<strong>de</strong>, seja pelosimpactos sociais e psicológicos na vida dos indivíduos e Apesar <strong>de</strong> ser uma questão polêmica e ainda nãodas famílias. 2consensual, muitos pesquisadores concordam que adisponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo aumenta a chance <strong>de</strong>Atualmente, as causas externas correspond<strong>em</strong> à terceiramorte e que o controle da posse e do porte <strong>de</strong> armascausa <strong>de</strong> óbito na população brasileira, após as doenças<strong>de</strong> fogo é uma medida importante para a redução dosdo aparelho circulatório e câncer. Constitu<strong>em</strong>, ad<strong>em</strong>ais, aíndices <strong>de</strong> violência.primeira causa <strong>de</strong> óbito na faixa etária <strong>de</strong> 1 a 44 anos, <strong>em</strong>7,8 Estudos mostram que áreas commaior número <strong>de</strong> armas apresentam maiores taxas <strong>de</strong>ambos os sexos, 2 e a primeira causa na faixa etária <strong>de</strong> 5-49homicídio por armas <strong>de</strong> fogoanos entre homens. 3 Enten<strong>de</strong>-se por causas externas as9,10 e a presença <strong>de</strong>stas <strong>em</strong>casa também aumenta o risco <strong>de</strong> homicídios por armaocorrências e circunstâncias ambientais como causa <strong>de</strong><strong>de</strong> fogo.lesões 4 ou, ainda, aci<strong>de</strong>ntes e violência. 311 Além disso, o porte <strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo por parteda vítima durante o assalto está associado com o maiorNesse cenário, as armas <strong>de</strong> fogo se <strong>de</strong>stacam como risco <strong>de</strong> morrer. 12geradoras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>. 5 A taxaNesse sentido, as armas <strong>de</strong> fogo constitu<strong>em</strong> tantobrasileira <strong>de</strong> mortes por armas <strong>de</strong> fogo é <strong>de</strong> 19,3 óbitos<strong>em</strong> 100 mil habitantes, ocupando lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque nouma tentativa <strong>de</strong> proteção contra a violência quantocontexto internacional. 6um el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> reprodução da violência a que visamevitar.As mortes por armas <strong>de</strong> fogo apresentam expressivoenvolvimento <strong>de</strong> adolescentes e jovens como autoresAs internações por lesões <strong>de</strong>vidas a armas <strong>de</strong> fogoe vítimas, principalmente do sexo masculino, e quesão muito expressivas, ocorrendo um crescimento <strong>de</strong>habitam as periferias dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos.95% do início para o final da década <strong>de</strong> 1990. 13 ForamEntre 1991-2000 o maior incr<strong>em</strong>ento no coeficiente <strong>de</strong>responsáveis pela causa <strong>de</strong> internação com maior taxa d<strong>em</strong>ortalida<strong>de</strong> por armas <strong>de</strong> fogo foi na faixa etária <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> hospitalar 9,7 por 100 internações e o maior15-19 (66,1%). 5custo, R$ 892,38 por internação. 14 Esse custo é 34,4%mais elevado que todas as outras formas <strong>de</strong> agressão, talA distribuição espacial das mortes por armas <strong>de</strong> fogo é o grau <strong>de</strong> letalida<strong>de</strong> e gravida<strong>de</strong> dos danos provocadosno Brasil ocorre <strong>de</strong> forma heterogênea, visto que 77,1 % por armas <strong>de</strong> fogo. 12aconteceram <strong>em</strong> 3,6% dos municípios <strong>em</strong> 2006, sendo oRio <strong>de</strong> Janeiro, São Paulo e Recife as cida<strong>de</strong>s com o maior O setor Saú<strong>de</strong> t<strong>em</strong> gran<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> na reduçãonúmero <strong>de</strong> homicídios. Em relação às taxas por 100 mil da carga dos agravos <strong>de</strong>ssa natureza. Desse modo, foihabitantes, Guairá-PR e Foz do Iguaçu-PR apresentam as promulgada, <strong>em</strong> 2001, a Política Nacional <strong>de</strong> Reduçãomaiores. 6<strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes e Violências. Para sua impl<strong>em</strong>entação, aSecretaria <strong>de</strong> Vigilância <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> do Ministério da Saú<strong>de</strong>Em estudo realizado por Waiselfisz, 6 mostrou-se que estruturou, <strong>em</strong> 2004, a Re<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Prevenção <strong>de</strong>o número <strong>de</strong> homicídios sofreu um crescimento Aci<strong>de</strong>ntes e Violências. Por sua vez, foi aprovada, <strong>em</strong>assustadoramente regular <strong>de</strong> 1979 a 2003. Já <strong>em</strong>2005, a Agenda Nacional <strong>de</strong> Vigilância, Prevenção e2004, essa tendência histórica se reverteu <strong>de</strong> formaControle dos Aci<strong>de</strong>ntes e Violências.significativa. O número <strong>de</strong> homicídios caiu 5,2% <strong>em</strong> 2004<strong>em</strong> relação a 2003. Dentre as mortes por armas <strong>de</strong> fogo, Há muito para se investigar sobre esse mecanismo <strong>de</strong>entre 2003 e 2004, a queda foi <strong>de</strong> 5,5%, no ano seguinte trauma. Pouco se sabe, por ex<strong>em</strong>plo, sobre o númerofoi <strong>de</strong> 2,8% e <strong>em</strong> 2006, <strong>de</strong> 1,8%. Esse fato, <strong>em</strong> geral, po<strong>de</strong> e o tipo <strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo <strong>em</strong> circulação, o seu uso <strong>em</strong>ser diretamente atribuído às políticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sarmamento, ativida<strong>de</strong>s criminais e a morbimortalida<strong>de</strong> por projétilque retiraram <strong>de</strong> circulação um número significativo <strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo no Brasil. 5<strong>de</strong> armas <strong>de</strong> fogo e regulamentaram legalmente suaDada a escassez <strong>de</strong> informações na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Londrinacompra, porte e utilização. 6sobre o atendimento a esses pacientes e a importânciaContudo, os dados indicam que as estratégias <strong>de</strong> <strong>em</strong> abordar e conhecer mais o assunto, o objetivo<strong>de</strong>sarmamento impl<strong>em</strong>entadas <strong>em</strong> 2003 conseguiram com este estudo é contribuir com a literatura e com osreverter um processo que vinha se agravando serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, servindo <strong>de</strong> base para a análise dodrasticamente, mas não foram suficientes para originar serviço oferecido, das vítimas e da ocorrência, b<strong>em</strong> comoquedas sustentáveis e progressivas ao longo do t<strong>em</strong>po, para a construção <strong>de</strong> um perfil epid<strong>em</strong>iológico regionalcomo a situação d<strong>em</strong>andava. 6 das ocorrências com arma <strong>de</strong> fogo e proporcionar umar<strong>em</strong>E – Rev. Min. Enferm.;15(3): 412-420, jul./set., 2011413

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!