13.07.2015 Views

Versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

Versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

Versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Exame preventivo <strong>de</strong> Papanicolaou: percepção das acadêmicas <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> <strong>de</strong> um centro universitário do interior <strong>de</strong> Goiás3 eram casadas, 2 não haviam tido relação sexual.Das 20 entrevistadas, 18 já haviam realizado o examePapanicolaou e apenas 2 nunca o haviam realizado.Categoria 1 – Sentimentos experimentadosdurante a realização do exame <strong>de</strong> PapanicolaouA realização do exame preventivo <strong>de</strong> Papanicolaou éuma situação rotineira para o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, mas<strong>de</strong>sagradável para a maioria das mulheres.Além <strong>de</strong> o procedimento ser invasivo, o sentimentoque mais se percebeu no relato das mulheres que sesubmet<strong>em</strong> ao exame <strong>de</strong> forma regular é a vergonhae o constrangimento. A cada vez que a mulher expõeseu corpo, aflora sentimentos <strong>de</strong> impotência, medo,<strong>de</strong>sconforto oriundos do tabu <strong>em</strong> relação ao sexo, b<strong>em</strong>como da educação recebida e da falta <strong>de</strong> informação.Os <strong>de</strong>poimentos a seguir ilustram isso:É um pouco <strong>de</strong>sconfortável, mas é um <strong>de</strong>sconforto,discreto é... suportável. (Sujeito 5)Um <strong>de</strong>sconforto e dor. (Sujeito 8)Desconforto e vergonha. (Sujeito 10)Aí eu fico com vergonha, mas é bom. (Sujeito 12)Constrangimento, porque é muito chato. (Sujeito 20)As acadêmicas <strong>de</strong>screveram que, ao se submeter<strong>em</strong>ao exame preventivo, experimentaram sentimentoscomo vergonha, medo, constrangimento, dor. Foramrepresentações individuais expressas pelas mulherespesquisadas, <strong>de</strong> acordo com suas vivências relacionadasao exame preventivo.No estudo, constatou-se que, <strong>em</strong>bora os sentimentosrelatados foss<strong>em</strong> os mesmos, a vivência <strong>de</strong> cada uma <strong>de</strong>lasé singular <strong>em</strong> relação ao exame preventivo. Com relaçãoà posição e à exposição durante a realização do exame,é <strong>de</strong>sconfortável, pois expõe a genitália. A vergonhae o constrangimento também são fatores que pod<strong>em</strong>contribuir para a não realização do exame, b<strong>em</strong> comopara que muitas mulheres coloqu<strong>em</strong> sua saú<strong>de</strong> <strong>em</strong> risco.Portanto, os sentimentos citados foram os vivenciadospelas acadêmicas na hora da realização do exame.O sentimento <strong>de</strong> vergonha foi constatado <strong>em</strong> um estudo<strong>de</strong> caso que investigou a percepção da mulher sobreo exame preventivo. A forma que algumas mulheresse manifestar<strong>em</strong> ao ter<strong>em</strong> <strong>de</strong> expor o corpo, vê-lomanipulado e examinado por um profissional revelaquão influente é a sexualida<strong>de</strong> na vida da mulher, afinal,trata-se <strong>de</strong> um exame <strong>em</strong> que se manuseiam órgãose zonas erógenas. Outro dado que o estudo apontourelaciona-se ao fato <strong>de</strong> as mulheres associar<strong>em</strong> o examepreventivo à exposição da genitália e da sexualida<strong>de</strong>,fazendo-as se sentir<strong>em</strong> constrangidas ao expor suaspartes íntimas. 14Portanto, é necessário que os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>procur<strong>em</strong> minimizar os efeitos provocados pela realizaçãodo exame preventivo, tentando <strong>de</strong>ixar a mulher mais àvonta<strong>de</strong>. Deve-se levar <strong>em</strong> conta que muitas mulheressão tímidas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente das circunstâncias <strong>em</strong>que se encontram, e que no caso <strong>de</strong>sse exame a exposiçãodo corpo ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>ixar a mulher fragilizada diante doprocedimento. E a situação po<strong>de</strong> piorar quando qu<strong>em</strong> vaicolher o exame é o médico ou o enfermeiro.Constatou-se, no estudo, que é preciso que esse tipo<strong>de</strong> procedimento invasivo seja realizado minimizandoos efeitos provocados por essa conduta na cliente, quejá se encontra constrangida pelos sentimentos que seupróprio corpo lhe impõe. Cabe ao enfermeiro respeitaros sentimentos experimentados e, acima <strong>de</strong> tudo, seudireito <strong>de</strong> ser mulher. 17Categoria 2 – Periodicida<strong>de</strong> para realização doexame <strong>de</strong> PapanicolaouO exame preventivo é recomendado para qualquermulher sexualmente ativa. O período recomendado,segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 18 éum exame por ano. No caso <strong>de</strong> dois exames normaisconsecutivos, este <strong>de</strong>verá ser feito a cada três anos.Em casos <strong>de</strong> resultados positivos, o profissional <strong>de</strong>veráseguir as normas do Ministério da Saú<strong>de</strong>.O resultado obtido neste estudo revelou que a maioriadas acadêmicas realiza o exame anualmente, como po<strong>de</strong>ser visto nas falas a seguir:Todo ano. (Sujeito 1)Faço mais ou menos umas três vezes por ano. (Sujeito 2)Uma vez ao ano. (Sujeito 3, 5, 7, 9, 10)Acho que <strong>de</strong> seis <strong>em</strong> seis meses. (Sujeito 12)De seis <strong>em</strong> seis meses. (Sujeito 14, 16)Uma vez ao ano. (Sujeito 18)A vida sexual começa cada vez mais cedo e <strong>de</strong> forma<strong>de</strong>sprotegida, o que <strong>de</strong>ixa as jovens vulneráveis adoenças sexualmente transmissíveis, d<strong>em</strong>onstrandouma gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>. Assim,toda a mulher com vida sexual ativa <strong>de</strong>ve realizar oexame periodicamente. 14Aos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> cabe a orientação dapopulação f<strong>em</strong>inina quanto à importância da realizaçãoperiódica do exame preventivo para diagnóstico precocedo câncer do colo do útero, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente daida<strong>de</strong> e dos fatores <strong>de</strong> risco.A periodicida<strong>de</strong> na realização do exame <strong>de</strong> Papanicolaourecomendada pela Organização Mundial da Saú<strong>de</strong>(OMS) é a cada três anos, após dois exames normaisconsecutivos, com intervalo <strong>de</strong> um ano. 19Categoria 3 – A importância da realização do exameO exame <strong>de</strong> prevenção do câncer cervicouterino,além <strong>de</strong> ser importante para a saú<strong>de</strong> da mulher, é382 r<strong>em</strong>E – Rev. Min. Enferm.;15(3): 378-385, jul./set., 2011

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!