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Versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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gera um custo maior não apenas para o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,mas também para a socieda<strong>de</strong> e indivíduo.Em estudos s<strong>em</strong>elhantes, houve, relativamente, baixaproporção <strong>de</strong> óbitos entre as vítimas com FPAF – 3% 20e 2,1%. 21 Nessa ocasião, porém, evi<strong>de</strong>nciou-se maiorproporção <strong>de</strong> óbitos, representando 8,2% das vítimas.O que po<strong>de</strong> ter <strong>de</strong>terminado esse resultado é o tóraxcomo a segunda região corporal mais acometida, comojá exposto, e também a média <strong>de</strong> projéteis <strong>em</strong> cadavítima, que foi <strong>de</strong> 1,9.Segundo Grawszinsk, 29 entre as agressões, sendo68,3% <strong>de</strong>stas cometidas por arma <strong>de</strong> fogo, a taxa d<strong>em</strong>ortalida<strong>de</strong> hospitalar (TMH) é <strong>de</strong> 5,4 óbitos por 100internações, ten<strong>de</strong>ndo a aumentar com a ida<strong>de</strong>.Os FPAFs são os gran<strong>de</strong>s responsáveis pelas mortes, porcausa da agressão. 5-6, 24 Pesquisas d<strong>em</strong>onstraram as armas<strong>de</strong> fogo como causa das vítimas fatais entre os eventosestudados. 19, 27 Sabe-se que os homicídios utilizandoarmas <strong>de</strong> fogo, na sua maioria, são os principais5-6, 14, 24responsáveis pelas mortes por causas externas.Foram a óbito apenas oito pacientes, provavelmenteporque a maioria dos ferimentos graves provocados porarma <strong>de</strong> fogo acaba matando a vítima antes que estapossa receber atendimento, pois atinge, <strong>em</strong> sua maioria,órgãos nobres, como já exposto, entre os homicídios. 24Destaque-se que três pacientes (3,7%) evadiram-se dohospital, apontando para o fato <strong>de</strong> que, geralmente,as vítimas são pessoas envolvidas na criminalida<strong>de</strong>,havendo pendências com a lei ou mesmo com o crime,sendo a evasão uma alternativa <strong>de</strong> escapar da suasentença, seja ela qual for.CONSIDERAÇÕES FINAISUma das limitações <strong>de</strong>sta pesquisa foi trabalhar comdados secundários, sendo que muitas das informaçõespretendidas não pu<strong>de</strong>ram ser <strong>completa</strong>mente obtidas,por não constar<strong>em</strong> nos documentos analisados.As armas <strong>de</strong> fogo têm gran<strong>de</strong> importância epid<strong>em</strong>iológica,constituindo-se instrumentos largamente utilizadospara a prática da violência, um ônus significativo paraa população. Diminuir sua morbimortalida<strong>de</strong> é um dosprincipais <strong>de</strong>safios para a saú<strong>de</strong> pública.Com base <strong>em</strong> algumas variáveis, como número <strong>de</strong>vítimas, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> internação <strong>em</strong> UTI e cirurgias,procedimentos realizados no atendimento pré- e intrahospitalar,incapacida<strong>de</strong>s e óbitos provocados, b<strong>em</strong>como o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> permanência no hospital, tornasepossível concluir que a vítima <strong>de</strong> arma <strong>de</strong> fogo émuito onerosa para o setor Saú<strong>de</strong> e para a socieda<strong>de</strong>.Isso nos leva a refletir sobre o papel que as armas <strong>de</strong>fogo exerc<strong>em</strong> no cenário da violência <strong>em</strong> Londrina eregião.Sendo esses eventos passíveis <strong>de</strong> prevenção medianteações promocionais <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, tanto educativascomo <strong>de</strong> prevenção, suger<strong>em</strong>-se intervenções nessecampo. O primeiro passo é conhecer a magnitu<strong>de</strong> e adistribuição do probl<strong>em</strong>a, i<strong>de</strong>ntificando fatores <strong>de</strong> riscopara guiar o processo <strong>de</strong> planejamento e implantaçãodas ações.Dessa forma, com a intenção <strong>de</strong> contribuir para acompreensão do perfil epid<strong>em</strong>iológico local <strong>de</strong>ssesagravos, neste estudo evi<strong>de</strong>nciou-se que o perfildas vítimas <strong>de</strong> FPAF atendidas no HURNP <strong>em</strong> 2007caracteriza-se por ser<strong>em</strong> jovens, solteiros e do sexomasculino. As ocorrências foram, principalmente, nacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Londrina, nos fins <strong>de</strong> s<strong>em</strong>ana e durante anoite, sendo os assaltos a principal causa <strong>de</strong>ntre ospouquíssimos dados encontrados nesta variável.A maior parte das vítimas encontrava-se sóbria e chegouao HURNP via SIATE, recebendo no APH, principalmente,procedimentos como curativo e imobilização comtábua rígida. Quando chegaram ao HURNP, a reposiçãovolêmica foi o procedimento mais frequente seguidopor oxigenoterapia e SVD. A maior parte das lesõescaracterizou-se por ferimento único <strong>em</strong> região <strong>de</strong>MMII, provocando incapacida<strong>de</strong>s e levando pacientesao óbito, além <strong>de</strong> causar internações prolongadas comnecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> internação <strong>em</strong> UTI.Com este estudo não se finda a t<strong>em</strong>ática, havendonecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novos levantamentos e discussões paramelhor compreensão <strong>de</strong>sses eventos, b<strong>em</strong> como <strong>de</strong>seus fatores <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>antes, qu<strong>em</strong> mais atinge e suasconsequências, conduzindo, assim, o planejamento <strong>de</strong>ações para prevenir e minimizar o probl<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questãocom intervenções que vão além da esfera da saú<strong>de</strong>.Vale l<strong>em</strong>brar que a principal intervenção para combateragravos <strong>de</strong>ssa natureza é a prevenção. Portanto, açõesque vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a conscientização dos riscos <strong>de</strong> portar umaarma <strong>de</strong> fogo até a garantia dos direitos constitucionaisa todos, principalmente o acesso à educação, constitu<strong>em</strong>passos para combater o probl<strong>em</strong>a.REFERÊNCIAS1. Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística, 2008. [Citado 2008 abr. 15]. Disponível <strong>em</strong> .2. Violência: prevenção e controle no Brasil [editorial]. Epid<strong>em</strong>iol Serv Saú<strong>de</strong>. 2007 mar; 16(1): 5-6.3. Brasil. Ministério da Saú<strong>de</strong>. Secretaria <strong>de</strong> Vigilância <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong>. Departamento <strong>de</strong> Analise <strong>de</strong> Situação <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Coor<strong>de</strong>nação-Geral <strong>de</strong>Vigilância <strong>de</strong> Agravos e Doenças Não Transmissíveis. Coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Vigilância, Prevenção e Controle <strong>de</strong> Violências e Aci<strong>de</strong>ntes. NOTA TÉCNICANº CDDANT/DASIS/SVS/MS. Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Vigilância <strong>de</strong> Violências e Aci<strong>de</strong>ntes <strong>em</strong> Serviços Sentinela – VIVA (Notificação/InvestigaçãoIndividual <strong>de</strong> Violência Doméstica, Sexual e/ou outras Violências; e Notificação <strong>de</strong> Aci<strong>de</strong>ntes e Violências <strong>em</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Urgência e Emergência).Brasília: Ministério da Saú<strong>de</strong>; 2006. [Citado 2008 abr. 15]. Disponível <strong>em</strong>: .r<strong>em</strong>E – Rev. Min. Enferm.;15(3): 412-420, jul./set., 2011419

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