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Versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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Estratégias <strong>de</strong> comunicação e interação do enfermeiro com o paciente inconscienteDos que tiveram suas prescrições transcritas, 13/28(46,4%) eram do sexo f<strong>em</strong>inino e 15/28 (53,6%) domasculino. A ida<strong>de</strong> dos pacientes do sexo f<strong>em</strong>ininovariou <strong>de</strong> 26 a 77 anos, com média <strong>de</strong> 55,1 (±16,2) e, domasculino, <strong>de</strong> 27 a 72 com média <strong>de</strong> 44,5 (±14,2) anos.Quanto ao nível <strong>de</strong> consciência dos pacientes, verifica-seno Quadro 1 as categorias que foram registradas nasprescrições transcritas.QUADRO 1 – Categorias referentes ao nível <strong>de</strong>consciência dos pacientes cujas prescrições foramtranscritas. Campinas – 2005Nível <strong>de</strong> consciência N %Inconsciente, sedado, abertura ocularaos comandos verbaisInconsciente, sedado, não respon<strong>de</strong>aos estímulos (dor, verbal)Sedado respon<strong>de</strong>ndo a comandosverbais5 15,16 18,25 15,1Inconsciente, sedado – Ramsay 6 1 3,0Inconsciente, sedado 8 24,2Inconsciente, sedado com agitação 1 3,0Inconsciente, sedado, respon<strong>de</strong> aosestímulos verbaisInconsciente, sedado com reflexo <strong>de</strong>tosseInconsciente, Glasgow 3, pupilasfotorreagentesInconsciente, sedado, respon<strong>de</strong> aosestímulos dolorososInconsciente, sedado, respon<strong>de</strong> aosestímulos (verbal, dor)1 3,02 6,21 3,02 6,21 3,0Total 33 100Verifica-se que a inconsciência, na maioria dos casos,foi ocasionada pela sedação e que a maneira <strong>de</strong> realizaros registros não permite a avaliação da intensida<strong>de</strong>da sedação, assim como quando utilizada a escala <strong>de</strong>Ramsay. O que po<strong>de</strong> ser percebido nas anotações é um<strong>de</strong>staque para as palavras “Inconsciente” e “Sedado”,que foram utilizadas <strong>de</strong> forma genérica, s<strong>em</strong> levar<strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração o uso <strong>de</strong> uma escala universal ea especificida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada paciente. Na avaliação dasedação, a escala <strong>de</strong> Ramsay é a mais utilizada na clínica,i<strong>de</strong>ntificando os níveis <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong> e/ou agitação;tranquilida<strong>de</strong>, cooperação e orientação; responsivida<strong>de</strong>ao comando verbal; resposta franca à estimulaçãoauditiva intensa ou compressão da glabela; respostadébil à estimulação auditiva intensa ou compressão daglabela; e irresponsivida<strong>de</strong> 22 .Das prescrições <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> analisadas, 7/33 (21,2%)não continham nenhum it<strong>em</strong> prescrito, enquanto 26/33(78,8%) possuíam prescrições relacionadas à interaçãoe à comunicação com o paciente inconsciente. Osconteúdos <strong>de</strong>scritos nas prescrições foram divididos<strong>em</strong> cinco categorias: a) “Orientar paciente quanto aosprocedimentos a ser<strong>em</strong> realizados” (22/26); b) “Realizarmudança <strong>de</strong> <strong>de</strong>cúbito” (8/26); c) “Atentar para sinais d<strong>em</strong>anifestação <strong>de</strong> dor” (2/26); d) “Massag<strong>em</strong> <strong>de</strong> confortoapós o banho” (1/26); e) “Conforto <strong>em</strong>ocional” (1/26).Quanto à i<strong>de</strong>ntificação dos enfermeiros que prescreveramos cuidados, 6/33 (18,2%) prescriçõesapresentavam caligrafia ininteligível, enquanto 27/33(81,8%) apresentavam leitura possível, o que reforça oestudo que revelou que a i<strong>de</strong>ntificação dos profissionais<strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> é muito ruim, dada a falta <strong>de</strong> carimboe nomes ilegíveis. 23Entrevistas com enfermeirosForam abordados 47 enfermeiros, dos quais 7/47 (14,9%)eram do sexo masculino e 40/47 (85,1%) f<strong>em</strong>inino. Aida<strong>de</strong> variou entre 22 e 52 anos, com média <strong>de</strong> 35,8(±7,6) anos. O t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> formado dos entrevistadosvariou <strong>de</strong> um a 24 anos, com média <strong>de</strong> 9,9 (±6,0) anos.O t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> atuação na área (paciente crítico) variou<strong>de</strong> 1 a 20 anos, com média <strong>de</strong> 8,5 (±5,0) anos. Verificouseé que, na maioria dos casos, o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> formadocorrespon<strong>de</strong>, aproximadamente, ao <strong>de</strong> atuação nessaárea. Além disso, há enfermeiros que já atuavam na área,mas como técnicos <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong>.Com relação à realização <strong>de</strong> especializações na área<strong>de</strong> paciente crítico, 30/47 (63,8%) não possuíamnenhuma, enquanto 17/47 (36,2%) possuíam pelomenos uma. Dos 17 enfermeiros com pós-graduação,6/17 fizeram especialização na área (35,3%), 7/17 (41,2%)aprimoramento, 1/17 (5,9%) realizou aprimoramento <strong>em</strong>estrado e 3/17 (17,6%) especialização e mestrado.Na primeira questão da entrevista, sobre comoos enfermeiros se comunicam com o pacienteinconsciente, houve 27/47 (57,4%) respostas corretas.São entrevistados que apontam que chamam o pacientepelo nome; orientam o paciente <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po, espaço epessoa; comunicam sobre os procedimentos a ser<strong>em</strong>realizados; evitam comentários sobre o prognósticopróximo ao leito; e tocam o paciente. Esses resultadosapontam que a maioria dos enfermeiros utiliza as formas<strong>de</strong> interação sugeridas pela literatura 24 para reduzir asensação <strong>de</strong> abandono do paciente e reforçar a presençados cuidadores, além <strong>de</strong> revelar uma forma <strong>de</strong> tornar ocuidado mais humanizado. 25Por outro lado, 20/47 (42,5%) apresentaram respostasparcialmente corretas. Dentre as alternativas nãoassinaladas, a que visava à orientação do paciente <strong>em</strong>t<strong>em</strong>po, espaço e pessoa foi a menos mencionada, com19/47 (40,4%). Logo surgiu o questionamento: Como oenfermeiro irá orientar o paciente <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po, espaçoe pessoa, se ele mesmo t<strong>em</strong> dúvida sobre o grau <strong>de</strong>percepção auditiva do paciente? Provavelmente, essadúvida compõe um fator limitante na comunicação. 8316 r<strong>em</strong>E – Rev. Min. Enferm.;15(3): 313-323, jul./set., 2011

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