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Versão completa em PDF - Escola de Enfermagem - UFMG

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A atenção à saú<strong>de</strong> do hom<strong>em</strong>: ações e perspectivas dos enfermeiroscapaz <strong>de</strong> incorporar a questão do significado e a daintencionalida<strong>de</strong> como inerentes aos atos, às relações eàs estruturas sociais, estas últimas tomadas, tanto no seuadvento quanto na sua transformação, como construçãohumana significativa. 9A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo foi constituída por seis USFs pertencentesao Distrito Sanitário III da cida<strong>de</strong> do Recife-PE. A cida<strong>de</strong> possui 94 bairros, distribuídos <strong>em</strong> seisRegiões Político-Administrativas, que representam,no setor saú<strong>de</strong>, os Distritos Sanitários. O DistritoSanitário III, localizado na região noroeste da cida<strong>de</strong> doRecife, foi selecionado por se constituir, <strong>em</strong> sua integralida<strong>de</strong>,como campo <strong>de</strong> prática da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Pernambuco, e pela sua representativida<strong>de</strong>, visto queé o segundo <strong>em</strong> população resi<strong>de</strong>nte e o primeiro <strong>em</strong>extensão territorial. 10As USFs selecionadas foram: USF Alto do Eucalipto,USF Bruno Maia, USF Córrego da Bica, USF Córrego doJenipapo, USF Macaxeira/Burity e USF Vila Boa Vista. EssasUnida<strong>de</strong>s contêm, no mínimo, duas ESFs, permitindo-nosi<strong>de</strong>ntificar as abordagens dos profissionais enfermeirosquanto à saú<strong>de</strong> dos homens.A coleta <strong>de</strong> dados foi realizada <strong>em</strong> set<strong>em</strong>bro e outubro<strong>de</strong> 2009, após a aprovação pelo Comitê <strong>de</strong> Ética <strong>em</strong>Pesquisa da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pernambuco, com o CAAEnº 0160.0.097.000-09. Foram utilizadas a técnica <strong>de</strong>entrevista s<strong>em</strong>iestruturada e uma técnica lúdica, na qualfoi solicitado que as enfermeiras se expressass<strong>em</strong>, pormeio <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senho <strong>em</strong> papel A4, como percebiam oshomens da comunida<strong>de</strong> <strong>em</strong> que atuam. Em seguida,elas registraram o significado do <strong>de</strong>senho elaborado. Opropósito com a associação das técnicas foi subsidiar umaapreensão mais aprofundada do objeto <strong>de</strong> estudo. 9Em relação aos critérios <strong>de</strong> inclusão dos sujeitos noestudo, foi estabelecido ser enfermeiro(a) <strong>de</strong> umadas seis USFs selecionadas para o <strong>de</strong>senvolvimentodo estudo e consentir <strong>em</strong> participar da pesquisamediantea assinatura do Termo <strong>de</strong> Consentimento Livree Esclarecido (TCLE), <strong>em</strong> cumprimento da Resolução nº196/96, do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. 11Foi excluída da pesquisa apenas uma enfermeira, quese encontrava <strong>em</strong> licença-maternida<strong>de</strong> por ocasião dacoleta <strong>de</strong> dados.Com base nesses critérios, a amostra constituiu-se <strong>de</strong> 17enfermeiras. As entrevistas ocorreram individualmente,no horário <strong>de</strong> trabalho, sendo gravadas e, posteriormente,transcritas na íntegra com a autorização dos sujeitosparticipantes do estudo. Os nomes <strong>de</strong>les foramsubstituídos por uma apresentação aleatória, paraassegurar o sigilo da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> dos sujeitos envolvidos.Para a análise dos dados, foi utilizada a Técnica <strong>de</strong> Análise<strong>de</strong> Conteúdo, na Modalida<strong>de</strong> T<strong>em</strong>ática, que consiste<strong>em</strong> <strong>de</strong>scobrir os núcleos <strong>de</strong> sentido que compõ<strong>em</strong> acomunicação e cuja presença ou frequência <strong>de</strong> apariçãopo<strong>de</strong> significar alguma coisa para o objetivo analíticoescolhido. 12 Com essa técnica, po<strong>de</strong>-se caminhar,também, na direção da <strong>de</strong>scoberta do que está por trásdos conteúdos manifestos, indo além das aparências doque está sendo analisado. 13A trajetória da análise das entrevistas seguiu as seguintesetapas: a) compreensão geral dos <strong>de</strong>poimentos; b)i<strong>de</strong>ntificação das i<strong>de</strong>ias centrais (núcleos <strong>de</strong> sentido) dosmateriais analisados por questão; c) confronto entre osdiferentes núcleos <strong>de</strong> sentido presentes no corpus <strong>de</strong>análise para se buscar t<strong>em</strong>áticas mais amplas ou eixosestruturantes das falas; d) discussão dos resultados combase <strong>em</strong> t<strong>em</strong>áticas. 14Após a leitura sugestiva das entrevistas e a localização<strong>de</strong> trechos que respondiam às questões norteadoras,observamos os núcleos <strong>de</strong> sentido das falas, obtendo asseguintes categorias t<strong>em</strong>áticas: Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidasnas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família; Percepção dosenfermeiros quanto à população masculina da áreaadscrita; Formação dos enfermeiros na atenção àpopulação masculina; Perspectiva <strong>de</strong> mudança nomo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> do hom<strong>em</strong>.Descrev<strong>em</strong>os, a seguir, a apresentação e a discussãodos dados <strong>em</strong> duas etapas, sendo que a primeira <strong>de</strong>lascont<strong>em</strong>pla as informações referentes à caracterizaçãodos sujeitos da pesquisa e a segunda, a análise t<strong>em</strong>áticados <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong>sses sujeitos.Resultados e discussãoCaracterização dos sujeitos da pesquisaTodos os participantes do estudo pertenc<strong>em</strong> ao sexof<strong>em</strong>inino. O total predomínio das mulheres nas USFs seencontra veiculado a raízes históricas da enfermag<strong>em</strong>.Nesse caso, os homens sentiriam mais dificulda<strong>de</strong>spara ser atendidos, por consi<strong>de</strong>rar<strong>em</strong> as USFs como umespaço f<strong>em</strong>inilizado. Tal situação provocaria nos homensa sensação <strong>de</strong> não pertencimento àquele espaço. 5A faixa etária das enfermeiras pesquisadas variou <strong>de</strong> 22a 55 anos, sendo i<strong>de</strong>ntificado o predomínio entre 30 e49 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, faixa etária consi<strong>de</strong>rada experientee produtiva. Em relação ao t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> conclusão docurso <strong>de</strong> graduação <strong>em</strong> enfermag<strong>em</strong>, verificou-seuma concentração <strong>de</strong> enfermeiras com mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>zanos <strong>de</strong> formadas. Esse fato é bastante importantese acreditarmos que esses profissionais graduadoshá mais t<strong>em</strong>po tenham tido contato com currículosmenos generalistas e com menor ênfase na promoção,prevenção e nas ações básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O mercado<strong>de</strong> trabalho atual exige um profissional com visão maisabrangente e pronto para enfrentar os <strong>de</strong>safios dasocieda<strong>de</strong> <strong>em</strong> constante transformação. 15Em relação à atuação profissional <strong>em</strong> USF, observou-seque 9 das 17 enfermeiras eram integrantes das equipeshá menos <strong>de</strong> cinco anos. Saliente-se a relevância dosprofissionais que estão na equipe há mais <strong>de</strong> cinco anos,pois proporcionam facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contatos efetivoscom a comunida<strong>de</strong>, melhor conhecimento <strong>de</strong> suasnecessida<strong>de</strong>s e maior possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong>aos programas <strong>de</strong>senvolvidos nas unida<strong>de</strong>s. 16326 r<strong>em</strong>E – Rev. Min. Enferm.;15(3): 324-332, jul./set., 2011

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