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O que fizemos à memória do século XX? - Fonoteca Municipal de ...

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Daniel Martinhoconta as horasaté ao Dia DÉ o jovem compositor resi<strong>de</strong>nte da Casa da Música e, em seis meses, compôs três peças <strong>que</strong> sãoa sua própria vida. A primeira, “Antologia <strong>do</strong> Tempo I - Génese”, tem estreia na terça-feira. Aseguir, Daniel Martinho <strong>que</strong>r fazer música para cinema, teatro e vi<strong>de</strong>ojogos. Sara Dias OliveiraMúsicaPAULO PIMENTASão as suas primeiras obras feitas porencomenda e está lá tu<strong>do</strong>: a maneira<strong>de</strong> pensar, <strong>de</strong> compor, <strong>de</strong> se movimentarna hora <strong>de</strong> encaixar cada notanas cinco linhas da pauta. DanielMartinho tem 24 anos e é o jovemcompositor resi<strong>de</strong>nte da Casa da Música.Em meio ano, criou três peças<strong>que</strong> funcionam como um espelho dasua própria vida. A primeira, “Antologia<strong>do</strong> Tempo I - Génese”, tem estreiana próxima terça-feira, na Sala2 da Casa da Música; as seguintesapresentam-se, respectivamente, a23 <strong>de</strong> Outubro e a 20 <strong>de</strong> Novembro.Nervoso? “Vai correr tu<strong>do</strong> bem”, diz,à confiança.As circunstâncias da encomendaacabaram por entrar no processocriativo. O número <strong>de</strong> instrumentistasaumenta da primeira à terceirapeça e esse factor não foi alheio aossons <strong>que</strong> foi colocan<strong>do</strong> no papel e nocomputa<strong>do</strong>r: “A criação <strong>de</strong>stas peçasestá relacionada com o meu próprio<strong>de</strong>senvolvimento enquanto compositor.É uma analogia com a minhaprópria vida”, explica Daniel Martinho.Começa sempre por ter “uma“A criação <strong>de</strong>staspeças estárelacionada como meu próprio<strong>de</strong>senvolvimentoenquanto compositor.É uma analogia com aminha própria vida”Daniel Martinhoimagem geral” <strong>do</strong> <strong>que</strong> <strong>que</strong>r fazer, mas<strong>de</strong>pois procura até “ter muita certeza”sobre a maneira <strong>de</strong> começar. “Antologia<strong>do</strong> Tempo I - Génese”, <strong>que</strong>será interpretada pelo quarteto <strong>de</strong>cordas <strong>que</strong> ganhou o Prémio JovensMúsicos no ano passa<strong>do</strong>, é precisamenteacerca <strong>de</strong>ssa busca: “Há aquia procura <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> algoconcreto”. A peça é propositadamenteconfusa: o material é disperso e osfragmentos são <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s nasduas obras seguintes, como num“work in progress”. “Antologia <strong>do</strong>Tempo II - Ritual” tem outra liberda<strong>de</strong>:Daniel Martinho permite <strong>que</strong> osmúsicos (no caso, os músicos <strong>do</strong> RemixEnsemble) se distanciem da pautae façam os seus <strong>de</strong>svios. “Tem partesum pouco cruas e por isso peçoaos intérpretes para improvisarem”,justifica. A tensão aumenta na últimaparte da trilogia, “Antologia <strong>do</strong> Tempo III - Apogeu”, em <strong>que</strong> os fragmentosencontram finalmente umsenti<strong>do</strong>. Vai ser a Or<strong>que</strong>stra Sinfónica<strong>do</strong> Porto Casa da Música a estreá-la,a 20 <strong>de</strong> Novembro.Os ensaios já começaram e as composições<strong>de</strong> Daniel Martinho começama ganhar vida própria. É umaenorme responsabilida<strong>de</strong>, mas ocompositor está satisfeito com o trabalho<strong>de</strong> seis meses: “Gosto <strong>do</strong> <strong>que</strong>fiz e espero <strong>que</strong> a i<strong>de</strong>ia <strong>que</strong> tenho sereflicta na execução <strong>do</strong>s músicos”.No Dia D, vai vê-los da primeira fila,mas estará atento ao <strong>que</strong> se vai passaratrás das suas costas: está ansioso porsaber como é <strong>que</strong> o público da Casada Música reage ao seu jovem compositorresi<strong>de</strong>nte.Cinema, teatro e vi<strong>de</strong>ojogosAs portas da Casa da Música abriramsepara Daniel Martinho <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> eleter <strong>de</strong>cidi<strong>do</strong> concorrer ao concurso<strong>de</strong> composição. Não ganhou, mas ojúri ficou impressiona<strong>do</strong> com o portfoliorechea<strong>do</strong> <strong>de</strong> composições paraor<strong>que</strong>stra, piano, electrónica em temporeal, e por aí fora. Chamaram-nopara uma reunião, e Daniel Martinhosaiu <strong>de</strong> lá com o estatuto <strong>de</strong> compositorresi<strong>de</strong>nte da Casa da Música.Martinho tem planos para o futuro:<strong>que</strong>r escrever música para cinema,teatro e vi<strong>de</strong>ojogos. Gosta <strong>de</strong> Debussye <strong>de</strong> Stravinsky, e, na actualida<strong>de</strong>,<strong>do</strong> compositor e pianista finlandêsMagnus Lindberg.O seu percurso musical não começoumuito ce<strong>do</strong>. Com 14 anos, tocavaguitarra eléctrica sem qual<strong>que</strong>r formaçãona área e já dava uns to<strong>que</strong>sno piano para compor. Aos 17, entrouna Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Música <strong>de</strong> Espinho,on<strong>de</strong> esteve três anos. Foi no secundário<strong>que</strong> ficou fascina<strong>do</strong> com a história<strong>do</strong>s movimentos artísticos contemporâneose <strong>que</strong> achou <strong>que</strong> essasteorias podiam ter reflexos na música.Chegou a entrar em Design naUniversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro, mas <strong>de</strong>pressaenten<strong>de</strong>u <strong>que</strong> teria <strong>de</strong> mudar <strong>de</strong>caminho. Em 2006, entrou no curso<strong>de</strong> Composição da Escola Superior<strong>de</strong> Música e das Artes <strong>do</strong> Espectáculo(ESMAE) no Porto, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> saiucom uma média <strong>de</strong> 17 valores. Nestemomento, fre<strong>que</strong>nta o primeiro ano<strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em Composição e TeoriaMusical na ESMAE e dá aulas <strong>de</strong> Análisee Técnicas <strong>de</strong> Composição emViana <strong>do</strong> Castelo.Já tem currículo como compositor:este ano, criou “Despertar” para aSinfonieta da ESMAE, <strong>que</strong> estreou noTeatro Helena Sá e Costa. No mesmosítio, e também este ano, estreou também“Ultimatum Futurista”, a partir<strong>de</strong> Almada Negreiros, <strong>que</strong> foi executadapelo Ensemble I&D. No ano passa<strong>do</strong>criou um concerto para contrabaixopara ser li<strong>do</strong> pelo Remix Ensemblena Casa da Música.A cabeça <strong>de</strong> Daniel Martinho nãopára. Quer continuar a escrever música,no papel e no computa<strong>do</strong>r. Éessa a sua vida.DanielMartinho temapenas 24anos mas oseu currículocomocompositorimpressionoua Casa daMúsicaVer agenda <strong>de</strong> concertos págs. 38 e segs.Ípsilon • Sexta-feira 15 Outubro 2010 • 31

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