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o papel da casa familiar rural de altamira na formação técnica de ...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁCAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRAFACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICAO PAPEL DA CASA FAMILIAR RURAL DE ALTAMIRANA FORMAÇÃO TÉCNICA DE JOVENS DO CAMPORoberta Rowsy Amorim <strong>de</strong> CastroAltamira-Pará-BrasilFevereiro <strong>de</strong> 2011


iiRoberta Rowsy Amorim <strong>de</strong> CastroO PAPEL DA CASA FAMILIAR RURAL DE ALTAMIRANA FORMAÇÃO TÉCNICA DE JOVENS DO CAMPOTrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Cursoapresentado à Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> EngenhariaAgronômica <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral doPará, Campus Universitário <strong>de</strong> Altamira,como requisito parcial para a obtenção dograu <strong>de</strong> Engenheiro Agrônomo.Orientador: Prof. MSc. MiquéiasFreitas Calvi.Altamira-Pará-BrasilFevereiro <strong>de</strong> 2011


iiiDados Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Catalogação-<strong>na</strong>-Publicação (CIP)UFPA – Campus <strong>de</strong> Altamira - Biblioteca___________________________________________________________________________________Castro, Roberta Rowsy Amorim <strong>de</strong>.O Papel <strong>da</strong> Casa Familiar Rural <strong>de</strong> Altamira <strong>na</strong> formação técnica <strong>de</strong> jovens docampo/ Roberta Rowsy Amorim <strong>de</strong> Castro; orientador, Prof. MSc. Miquéias FreitasCalvi. — Altamira: [s.n.], 2011.Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso (Graduação) – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pará,Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia Agronômica, Curso <strong>de</strong> Agronomia, Altamira, 2011.1. Educação do Campo. 2. Agricultura Familiar. I. Calvi, Miquéias Freitas. II. Título.CDD: 305.23___________________________________________________________________________________


ivRoberta Rowsy Amorim <strong>de</strong> CastroO PAPEL DA CASA FAMILIAR RURAL DE ALTAMIRANA FORMAÇÃO TÉCNICA DE JOVENS DO CAMPOTrabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Cursosubmetido à aprovação como requisitoparcial para a obtenção do grau <strong>de</strong>Engenheiro Agrônomo, pela bancaexami<strong>na</strong>dora forma<strong>da</strong> pelos professores:Orientador:Prof. MSc. Miquéias Freitas CalviFacul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia Florestal, UFPA.Banca Exami<strong>na</strong>dora: Prof. MSc. Fábio Leandro HalmenshlagerNúcleo <strong>de</strong> Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural, UFPA.Profª. MSc. Soraya Abreu <strong>de</strong> CarvalhoNúcleo <strong>de</strong> Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural, UFPA.Altamira, 18 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2011.


v―A principal meta <strong>da</strong> educação é criar homens que sejam capazes <strong>de</strong> fazer coisas novas,não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejamcriadores, inventores, <strong>de</strong>scobridores. A segun<strong>da</strong> meta <strong>da</strong> educação é formar mentes queestejam em condições <strong>de</strong> criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe."(Jean Piaget)―Determi<strong>na</strong>ção, coragem e autoconfiança são fatores <strong>de</strong>cisivos para o sucesso.Se estamos possuídos por uma i<strong>na</strong>balável <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção conseguiremos superá-los.In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong>s circunstancias <strong>de</strong>vemos ser sempre humil<strong>de</strong>s, recatados e<strong>de</strong>spidos <strong>de</strong> orgulho‖.(Dalai Lama)


viÀ minha mãe Antonia, exemplo <strong>de</strong> mulher.À meu pai Antonio Rei<strong>na</strong>ldo, um guerreiro.Aos meus irmãos Rosiane e Rozvelton, minha gratidão.


viiAGRADECIMENTOSÀ Deus pela vi<strong>da</strong>, força e coragem, tira<strong>da</strong>s muitas vezes não sei <strong>de</strong> on<strong>de</strong>.À meus pais, pelos conselhos, apoio incondicio<strong>na</strong>l e confiança em minha vitória.À meus irmãos, meus anjos, pela força e apoio sempre.Aos meus <strong>familiar</strong>es, por crerem sempre em mim e acreditarem no meu potencial.À meu orientador, professor MSc. Miquéias Calvi, por suas colocações e contribuições,sempre muito bem vin<strong>da</strong>s, que me aju<strong>da</strong>ram <strong>na</strong> construção <strong>de</strong>sse trabalho.Aos professores mestres e doutores, que ao longo do curso, contribuíram para a minhaformação profissio<strong>na</strong>l e pessoal.À Kelle Adria<strong>na</strong> e Hélia Felix, gran<strong>de</strong>s amigas, que sempre me ofereceram palavras <strong>de</strong>apoio e conselhos quando eu mais precisei.À Denise Reis e Elciomar Oliveira, pela aju<strong>da</strong> em alguns momentos essenciais para aconstrução <strong>de</strong>sse trabalho.À Kézia Oliveira, pela aju<strong>da</strong> durante as entrevistas e pelo apoio moral, que sempre meofereceu.À Carol Brito, Leandro Morbach, Mario Vitorino e Danilo Hoodson, pela aju<strong>da</strong> e apoiodurante o Projeto <strong>de</strong> Inducão <strong>de</strong> Resistência em Cacaueiro, que por motivo <strong>de</strong> forçamaior não vigorou.À Ed<strong>na</strong> Souza, Andréia Portugal, Mario Vitorino e Aman<strong>da</strong> Estefânia pelos conselhosque me aju<strong>da</strong>ram a <strong>de</strong>finir a área que quero seguir.À Kelle Adria<strong>na</strong>, Hélia Felix, Denise Reis, Hugo Borges, Paulo André, Andréia Luz,Oziane Borges e <strong>de</strong>mais colegas <strong>de</strong> turma, pela amiza<strong>de</strong> e pelos momentos <strong>de</strong> alegria,que marcaram para sempre minha vi<strong>da</strong>.Aos amigos Gladson Xavier, Ronicharles Firmino, Fabíola Andressa, Kézia Oliveira,Paulo Ricardo e <strong>de</strong>mais membros <strong>da</strong>s coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ções <strong>da</strong>s SICAs, as quais tive aoportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer parte, pela amiza<strong>de</strong>, compreensão, força e <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção e pelasexperiências, que com certeza contribuíram muito para minha formação.Aos meus amigos <strong>de</strong> infância: Fredson Marlon, Gilmar Junior, Elisângela Vale eLucilene Batista, que não <strong>de</strong>ixaram que o tempo nos afastasse, mesmo que eu muitasvezes por estar ocupa<strong>da</strong> com as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> facul<strong>da</strong><strong>de</strong> não tivesse tempo paracompartilhar <strong>de</strong> suas alegrias e tristezas.À Jozimar Santos, que mesmo distante, sempre me incentivou com suas palavras <strong>de</strong>carinho e amiza<strong>de</strong>.


viiiAos meus colegas <strong>de</strong> trabalho: Marta Lougon, Marcio Bertolo, Waleska Roberta eRogério Brito, pela força e apoio em muitos momentos, principalmente quando preciseime ausentar do trabalho para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do curso.A todos que contribuíram <strong>de</strong> alguma forma para a realização <strong>de</strong>ste trabalho, o meumuito obriga<strong>da</strong>!


ixSUMÁRIO1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1Pág.2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................... 32.1. HISTÓRICO DAS CASAS FAMILIARES RURAIS ................................... 32.2. PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA ............................................................. 63. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................ 83.1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................... 83.2. COLETA DE DADOS ................................................................................... 94. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 104.1. FUNCIONAMENTO E BASES METODOLÓGICAS DA CFR DEALTAMIRA .......................................................................................................... 104.1.1. A atuação dos monitores <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> jovens <strong>da</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira 144.2. ASPECTOS MOTIVACIONAIS E LIMITAÇÕES PARA ENSINO DACFR DE ALTAMIRA ........................................................................................... 164.2.1. Motivos que influenciam <strong>na</strong> escolha pelo ensino <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira 164.2.2. Limitações e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para o ensino <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira .................... 194.3. INFLUÊNCIA DA CFR NA FORMAÇÃO DE JOVENS DO CAMPO ...... 224.3.1.Adoção <strong>de</strong> inovações técnicas <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s ...................................... 224.3.2. Perspectivas dos jovens e influência <strong>da</strong> CFR <strong>na</strong> formação pessoal doseducandos ............................................................................................................. 255. CONCLUSÃO .................................................................................................. 286. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 30APÊNDICE I – Questionário Alunos ................................................................. 34APÊNDICE II – Questionário Pais .................................................................... 35APÊNDICE III – Questionário Monitores ........................................................ 36


xLista <strong>de</strong> FigurasFigura 01. Aspectos que motivaram os alunos a optar pelo ensino <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong>Altamira, 2010........................................................................................................ 16Figura 02. Aspectos que motivaram os pais dos educandos a optar pelo ensino<strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, 2010...................................................................................... 18Figura 03. Limitações para formação <strong>de</strong> alunos <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, segundoos monitores, 2010.................................................................................................. 20Figura 04. Opinião dos pais sobre o que po<strong>de</strong>ria ser melhorado <strong>na</strong> formaçãotécnica dos jovens <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, 2010........................................................ 21Figura 05. Avaliação dos alunos quanto aos resultados dos projetosimplantados em suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, 2010............................................................... 24Figura 06. Mu<strong>da</strong>nças ocorri<strong>da</strong>s <strong>na</strong> vi<strong>da</strong> dos jovens após a entra<strong>da</strong> <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong>Altamira, 2010........................................................................................................ 26Figura 07. Áreas <strong>de</strong> atuação pretendi<strong>da</strong>s pelos jovens educandos <strong>da</strong> CFR <strong>de</strong>Altamira, 2010........................................................................................................ 27Pág.


xiRESUMOAs Casas Familiares Rurais (CFR) surgiram como uma alter<strong>na</strong>tiva ao sistema <strong>de</strong>educação formal buscando conciliar o trabalho educativo e a profissio<strong>na</strong>lização dohomem do campo <strong>de</strong> acordo com suas peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s, através <strong>da</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong>Alternância. No município <strong>de</strong> Altamira, Sudoeste do Pará, a CFR iniciou suasativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em 2007, buscando contemplar com esses princípios as especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>jovens agricultores <strong>da</strong> Transamazônica. Objetivou-se a<strong>na</strong>lisar a influência <strong>da</strong>s práticaspe<strong>da</strong>gógicas e os conhecimentos técnicos transmitidos <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira <strong>na</strong>dissemi<strong>na</strong>ção e adoção <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> produção pelos jovens educandos, verificando osresultados <strong>de</strong>ssas ações e sua contribuição para o <strong>de</strong>senvolvimento pessoal dos atoresenvolvidos, bem como do meio ao qual pertencem. Utilizou-se o método qualitativo,por meio <strong>de</strong> questionários e entrevistas com alunos, pais e professores. Os resultados<strong>de</strong>monstraram que os principais aspectos que motivaram os jovens estu<strong>da</strong>r <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong>Altamira foram a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>r e trabalhar <strong>na</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola eeducação diferencia<strong>da</strong> oferta<strong>da</strong> pela CFR. Constatou-se que a principal dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>enfrenta<strong>da</strong> pelos alunos foi o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> suas residências para a uni<strong>da</strong><strong>de</strong> escolar;para os pais, a limitação <strong>de</strong> recursos fi<strong>na</strong>nceiros e para os monitores, trabalhar ainterdiscipli<strong>na</strong>ri<strong>da</strong><strong>de</strong>. Verificou-se que 100% dos estu<strong>da</strong>ntes colocaram em práticaalguma experiência/projeto <strong>de</strong>senvolvido <strong>na</strong> CFR, tendo boa aceitação por 76,5% <strong>da</strong>sfamílias. Quanto ao futuro profissio<strong>na</strong>l dos jovens, 29,4% dos educandos <strong>de</strong>stacampreten<strong>de</strong>r continuar como agricultores; 47% atuar em profissões relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s àsCiências Agrárias e 17,6% profissões não relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s ao campo. Constatou-se que aCFR <strong>de</strong> Altamira tem contribuído positivamente <strong>na</strong> formação profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> seuseducandos, <strong>da</strong>do que reflete <strong>na</strong> adoção <strong>de</strong> inovações técnicas em suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Palavras-chave: Educação do Campo, Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância, DesenvolvimentoRural.


11. INTRODUÇÃOA atual formação escolar dos jovens rurais contribui para sua inserção no mercado <strong>de</strong>trabalho urbano, sendo o Brasil um dos países latino-americanos com os piores indicadoresem matéria <strong>de</strong> educação do campo (ABRAMOVAY, 2001). Nos últimos trinta anos, o meio<strong>rural</strong> brasileiro vem sofrendo um fenômeno chamado êxodo <strong>rural</strong>, que significa a evasão dohomem do campo, cujo resultado é o estabelecimento <strong>de</strong> agricultores <strong>na</strong>s gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>na</strong>busca <strong>de</strong> melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Diante disso, surge uma alter<strong>na</strong>tiva viável: aeducação volta<strong>da</strong> para a formação profissio<strong>na</strong>lizante para os agricultores através <strong>da</strong>s CasasFamiliares Rurais, cujo ensino é diferenciado <strong>da</strong>s escolas regulares (QUADROS eBERNARTT, 2007).Tomando como exemplo experiência surgi<strong>da</strong> <strong>na</strong> França, em 1935, com as MaisonFamiliale Rurale, surgem no Brasil, no fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, as Escolas FamíliasAgrícolas (EFA) e nos anos 80, as Casas Familiares Rurais (CFR), com um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ensinodiferenciado que consi<strong>de</strong>ra a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos jovens do campo, contemplando em seu trabalhoeducativo a profissio<strong>na</strong>lização do produtor <strong>rural</strong>, através <strong>da</strong> busca permanente <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> no campo (PASSADOR, 2000; PALILOT, 2007).As Casas Familiares Rurais são escolas diferentes porque além <strong>de</strong> assegurarconhecimento técnico e científico sobre agricultura, proporcio<strong>na</strong>m aos jovens umconhecimento básico dos conteúdos <strong>da</strong> gra<strong>de</strong> curricular do Ensino fun<strong>da</strong>mental. Portanto,buscam conciliar a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> o jovem prosseguir seus estudos e ao mesmo tempo, atuar<strong>na</strong> agricultura, sem prejuízo para suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no campo (QUADROS e BERNARTT,2007).Para esta proposta educacio<strong>na</strong>l foi a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> a Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância como umaforma <strong>de</strong> educação escolar capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s educacio<strong>na</strong>is para jovensagricultores, pois compreen<strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> formação que possibilita aos jovens umaaprendizagem teórico-prática e uma formação geral e técnica (WOLOCHEN et al., 2009).Desse modo,―A pe<strong>da</strong>gogia <strong>de</strong> alternância é uma alter<strong>na</strong>tiva que surgiu para a educação nocampo, mais especificamente <strong>na</strong>s Casas Familiares Rurais, com o objetivo <strong>de</strong>promover uma educação, formação e profissio<strong>na</strong>lização eficaz e concreta maisapropria<strong>da</strong> à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> do campo. Tendo em vista que a tendência atual é <strong>de</strong> que osjovens se <strong>de</strong>sloquem para as gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s em busca <strong>de</strong> novas alter<strong>na</strong>tivas <strong>de</strong>sobrevivência diferente <strong>da</strong>s quais se encontram seus pais, a Pe<strong>da</strong>gogia <strong>de</strong>Alternância busca incentivar a permanência do jovem <strong>na</strong> sua própria região, criandoalter<strong>na</strong>tivas <strong>de</strong> trabalho e ren<strong>da</strong>, numa perspectiva <strong>da</strong> economia solidária‖(PALARO, 2008, p.2).


2Segundo Gimonet (1999), a alternância compreen<strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> tempo e local <strong>de</strong>formação, isto é, <strong>de</strong> períodos socioprofissio<strong>na</strong>is e situação escolar. Portanto significa umamaneira <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r pela vi<strong>da</strong>, partindo <strong>da</strong> própria vi<strong>da</strong> cotidia<strong>na</strong>, <strong>da</strong>s experiências <strong>familiar</strong>es,sociais e profissio<strong>na</strong>is, valorizando o saberes adquiridos em ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>sses contextos.Na Amazônia, especificamente no Estado do Pará, região tipicamente <strong>rural</strong>, estaproposta se <strong>de</strong>senvolveu ape<strong>na</strong>s a partir <strong>de</strong> meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1990, <strong>na</strong> regiãoTransamazônica, no município <strong>de</strong> Medicilândia. Após a criação <strong>da</strong> primeira CFR <strong>na</strong>Transamazônica, houve a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se constituir outras, existindo no ano <strong>de</strong> 2006 mais<strong>de</strong> 20 Casas no Estado (PORTILHO e MAGALHÃES, 2006; PEREIRA e MONTE, 2008).A partir <strong>de</strong>ssas experiências surgiu em 1999 a Associação <strong>da</strong>s Famílias <strong>da</strong> CasaFamiliar Rural <strong>de</strong> Altamira, em 2004 iniciou-se a construção <strong>da</strong> se<strong>de</strong> e somente no ano <strong>de</strong>2007 a CFR <strong>de</strong> Altamira iniciou suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, tendo como missão educar e qualificarjovens, filhos e filhas <strong>de</strong> agricultores, através <strong>da</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância, em prol do<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> agricultura <strong>familiar</strong> regio<strong>na</strong>l, oportunizando <strong>de</strong>ssa forma, melhorquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> para as famílias do campo (CASA FAMILIAR RURAL DE ALTAMIRA,2009).O objetivo principal <strong>de</strong>sta pesquisa foi a<strong>na</strong>lisar a influência <strong>da</strong>s práticas pe<strong>da</strong>gógicas eos conhecimentos técnicos transmitidos <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira <strong>na</strong> dissemi<strong>na</strong>ção e adoção <strong>de</strong>técnicas <strong>de</strong> produção pelos jovens educandos, verificando os resultados <strong>de</strong>ssas ações e suacontribuição para o <strong>de</strong>senvolvimento pessoal dos atores envolvidos, bem como do meio aoqual pertencem.A pesquisa objetiva ain<strong>da</strong>: Avaliar a opinião <strong>da</strong>s famílias em relação à qualificação oferta<strong>da</strong>, bem como apercepção <strong>de</strong>las em relação a mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> comportamentos dos educandos a partir <strong>da</strong>inserção ao mo<strong>de</strong>lo pe<strong>da</strong>gógico praticado <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira; Verificar a importância <strong>da</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s famíliasdos jovens que estu<strong>da</strong>ram <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira; Verificar se os jovens colocam em prática em suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s as experiênciasagrícolas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s e ensi<strong>na</strong><strong>da</strong>s <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, i<strong>de</strong>ntificando como oaprendizado adquirido po<strong>de</strong>rá ser utilizado <strong>na</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> ou comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> origemdos mesmos.


32. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA2.1. HISTÓRICO DAS CASAS FAMILIARES RURAISAs Casas Familiares Rurais surgiram no Sudoeste <strong>da</strong> França em 1935, no povoado <strong>de</strong>Lot et Garonne. A iniciativa teve início com um grupo <strong>de</strong> pais agricultores que buscavamsolucio<strong>na</strong>r dois gran<strong>de</strong>s problemas: o primeiro dizia respeito às questões relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s aoensino regular, que por ser direcio<strong>na</strong>do as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s urba<strong>na</strong>s, favorecia o êxodo <strong>rural</strong>; emsegundo, estava a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer chegar ao campo a evolução tecnológica quenecessitavam. Desse modo, foi cria<strong>da</strong> a primeira Maison Familiale Rurale (Casa FamiliarRural), on<strong>de</strong> os jovens passavam por dois momentos distintos, primeiramente recebendoconhecimentos gerais e técnicos voltados para a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola regio<strong>na</strong>l (tempo escola) e,posteriormente ficavam <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais aplicando os conhecimentos adquiridos(tempo comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>). Esta prática foi <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong><strong>da</strong> ―Pe<strong>da</strong>gogia <strong>de</strong> Alternância‖ (PASSADOR,2000).A experiência francesa i<strong>de</strong>alizou a ―criação <strong>de</strong> uma escola que correspon<strong>de</strong>sse àsnecessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e às aspirações <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>rural</strong>, ao mesmo tempo que permitisse aconciliação entre a agricultura e cultura local‖ (CONCAGH, 1989, p. 90), com um currículobaseado no estudo <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola regio<strong>na</strong>l, planejado conjuntamente com as famílias(PALILOT, 2007).―A proposta dos agricultores, já <strong>na</strong>quela época, trazia em seu bojo os pilaresfun<strong>da</strong>mentais propostos para a educação contemporânea: formação cognitiva, afetiva emotora, ou seja, saber apren<strong>de</strong>r, saber ser/conviver e saber fazer‖ (REVISTA EDUCAÇÃORURAL, 2006). Neste contexto, a escola atuaria em prol <strong>da</strong> formação <strong>de</strong> ―um agricultor quefosse um homem completo, consciente <strong>de</strong> sua classe e <strong>de</strong> sua região‖ (CONCAGH, 1989, p.90).Somente <strong>na</strong> França existem cerca <strong>de</strong> 500 Maisons Familiales, cujo ensino é voltadopara diversas áreas <strong>de</strong> conhecimento <strong>da</strong> agricultura à mecânica avança<strong>da</strong>, que abrigavam,segundo Passador (2000) aproxima<strong>da</strong>mente 40 mil jovens e adultos. Com a experiência bemsucedi<strong>da</strong> <strong>na</strong> França, no fi<strong>na</strong>l dos anos 60 se expandiu para Itália, Espanha, ContinentesAfricano e Americano, estando presente em todos os continentes, em mais <strong>de</strong> 43 países,somando aproxima<strong>da</strong>mente 1.400 centros educativos (REVISTA EDUCAÇÃO RURAL,2006).


4No Brasil, as primeiras experiências educacio<strong>na</strong>is utilizando a Alternância surgiramem 1969, no Estado do Espírito Santo, com o nome <strong>de</strong> Escolas Famílias Agrícolas. Essasexperiências receberam influência do Padre Humberto Pietogran<strong>de</strong>, pertencente à Companhia<strong>de</strong> Jesus, que percebeu a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância no Estado, que era local <strong>da</strong>missão dos jesuítas, como estratégia <strong>de</strong> minimização do forte êxodo <strong>rural</strong> que ocorria <strong>na</strong>época e à mão-<strong>de</strong>-obra não qualifica<strong>da</strong> <strong>da</strong> maioria dos migrantes alemães e italianos quehabitavam aquela região (GIOANORDOLI, 1980).Queiroz (2004 apud PALILOT, 2007), registrando a evolução histórica dos mo<strong>de</strong>los<strong>de</strong> núcleos educativos no meio <strong>rural</strong>, assi<strong>na</strong>la que <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 surgiram as CasasFamiliares Rurais (CFR), <strong>na</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 90, as Escolas Comunitárias Rurais (ECOR) e,posteriormente, surgiram vários outros centros educativos no campo, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>dos CentrosFamiliares <strong>de</strong> Formação em Alternância (CEFFA), distribuídos pelas cinco regiões do país.No ano <strong>de</strong> 2006, entre EFA e CFR encontravam-se mais <strong>de</strong> 250 espalha<strong>da</strong>s em todoterritório, envolvendo uma capacitação superior a 20 mil jovens rurais, distribuídos em mais<strong>de</strong> 820 municípios (REVISTA EDUCAÇÃO RURAL, 2006).No território brasileiro, as CFR começaram a se <strong>de</strong>senvolver em 1988, no sudoeste doEstado do Paraná, quando agricultores se <strong>de</strong>pararam com os mesmos problemas enfrentadospelos franceses: não havia uma escola <strong>de</strong> ensino médio que formasse os jovens agricultores <strong>de</strong>acordo com a sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Além disso, as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicasenfrenta<strong>da</strong>s <strong>na</strong>s peque<strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais levavam trabalhadores e proprietários para oscentros urbanos, <strong>na</strong> busca <strong>de</strong> um padrão <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> que não encontravam no campo. Poriniciativa <strong>da</strong> prefeitura <strong>de</strong> Barracão, ocorreram várias reuniões entre os agricultores,envolvendo também outros membros <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local. Em 1989, o primeiro grupo <strong>de</strong>jovens i<strong>na</strong>ugurou o projeto no município, no ano seguinte, a prefeitura do município vizinho –Santo Antônio do Sudoeste – adotou a mesma prática. O projeto foi chamado <strong>de</strong> CasaFamiliar Rural, tendo por objetivo proporcio<strong>na</strong>r aos jovens <strong>da</strong> zo<strong>na</strong> <strong>rural</strong> o acesso à formaçãoem agricultura, para que pu<strong>de</strong>ssem utilizar <strong>de</strong> forma eficiente os fatores <strong>de</strong> produção econsoli<strong>da</strong>r sua vocação agrícola (PASSADOR, 2000).Já Oliveira (2008) afirma que as primeiras experiências registra<strong>da</strong>s no Brasil foram em1989, nos Estados <strong>de</strong> Per<strong>na</strong>mbuco e Paraná, <strong>na</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Riacho <strong>da</strong>s Almas e Barracão,respectivamente.Em relação ao Estado do Pará,―A proposta <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> uma Casa Familiar Rural <strong>na</strong>sceu do anseio dosagricultores, li<strong>de</strong>ranças e profissio<strong>na</strong>is <strong>da</strong> educação, preocupados com a busca <strong>de</strong>


5uma alter<strong>na</strong>tiva <strong>de</strong> ensino-formação para os jovens resi<strong>de</strong>ntes no meio <strong>rural</strong>. Asdiscussões sobre um Projeto Piloto <strong>da</strong> CFR aconteceram <strong>na</strong> Transamazônica, a partir<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1994, através <strong>de</strong> um encontro, em Altamira, promovido peloMovimento pela Sobrevivência <strong>na</strong> Transamazônica (MPST), em parceria com oLaboratório Agroecológico <strong>da</strong> Transamazônica (LAET), que contou com a presençado assessor <strong>da</strong>s Casas Familiares Rurais no Brasil‖ (ARCARFAR, 1999, p. 3).O projeto CFR <strong>na</strong> Transamazônica teve início no ano <strong>de</strong> 1995, no município <strong>de</strong>Medicilândia - Pará, através <strong>de</strong> um convênio <strong>de</strong> cooperação técnica entre Governo do Estadoe enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> região para apoio e funcio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong> CFR. O sucesso <strong>de</strong>ssa ação precursorafez com que a i<strong>de</strong>ia se expandisse para outros municípios vizinhos, que culminou no Projeto<strong>de</strong> Consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Produção Familiar Rural e Contenção dos Desmatamentos <strong>na</strong> Região <strong>da</strong>Transamazônica e Xingu, formalizado através <strong>de</strong> um contrato entre a Fun<strong>da</strong>ção Viver,Produzir e Preservar (FVPP), o Banco Nacio<strong>na</strong>l do Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) e Governo do Estado do Pará, em 2003 (PEREIRA e MONTE, 2008). Segundo osmesmos autores, os <strong>de</strong>fensores do projeto <strong>na</strong> região enfrentaram muitos obstáculos para aconsoli<strong>da</strong>ção do mesmo, principalmente o movimento social organizado li<strong>de</strong>rado peloMovimento Pela Sobrevivência <strong>da</strong> Transamazônica - MPST (hoje FVPP) com realização <strong>de</strong>várias manifestações para efetivação <strong>de</strong>sta parceria: carava<strong>na</strong>s à Belém e Brasília,acampamentos, reuniões, audiências com órgãos <strong>de</strong> Governos, trabalho voluntariado <strong>de</strong>monitores, <strong>de</strong>ntre outras ações.Após a criação <strong>da</strong> primeira CFR <strong>na</strong> Transamazônica, houve a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seconstituir outras CFR, atualmente existindo mais <strong>de</strong> 20 Casas só no Estado do Pará, geri<strong>da</strong>spela Associação <strong>da</strong>s Casas Familiares Rurais - ARCAFAR/Norte-Nor<strong>de</strong>ste (PORTILHO eMAGALHÃES, 2006). A partir <strong>da</strong> experiência em Medicilândia, outras CFR surgiram <strong>na</strong>região, <strong>de</strong>ntre elas a Casa Familiar Rural <strong>de</strong> Altamira. No ano <strong>de</strong> 1999, criou-se umaComissão Provisória <strong>da</strong> Associação <strong>da</strong>s Famílias <strong>da</strong> Casa Familiar Rural <strong>de</strong> Altamira e no ano<strong>de</strong> 2001 fundou-se a Associação <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente regulariza<strong>da</strong>. Em 2004, iniciou-se a construção<strong>da</strong> se<strong>de</strong> em um terreno doado pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais <strong>de</strong>Altamira - STTR (CASA FAMILIAR RURAL DE ALTAMIRA, 2009).A CFR <strong>de</strong> Altamira iniciou suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no ano <strong>de</strong> 2007, recebendo o nome <strong>de</strong> CFRJosé Delfino Neto, home<strong>na</strong>gem a um agricultor que se <strong>de</strong>stacou como um dos principaisarticuladores <strong>na</strong> consoli<strong>da</strong>ção do projeto no município. Tem como missão educar e qualificarjovens, filhos e filhas <strong>de</strong> agricultores, através <strong>da</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância, por meio <strong>da</strong>construção do conhecimento, habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e atitu<strong>de</strong>s necessárias ao bom <strong>de</strong>sempenhoprofissio<strong>na</strong>l, utilizando eficientemente tecnologias mais avança<strong>da</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>


6agricultura <strong>familiar</strong>, em prol <strong>de</strong> uma melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, oportunizando concluir oensino fun<strong>da</strong>mental e/ou médio profissio<strong>na</strong>lizante necessários para o exercício pleno <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia no campo (CASA FAMILIAR RURAL DE ALTAMIRA, 2009).To<strong>da</strong>s as experiências cita<strong>da</strong>s são fun<strong>da</strong>mentais para a compreensão dos processoseducativos que se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam no Estado do Pará, <strong>na</strong>s escolas formais em que o tempocomuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e o tempo escola estão dissociados, assim como a relação escola/ trabalho estãocoloca<strong>da</strong>s como elementos dicotômicos no processo <strong>de</strong> aprendizagem <strong>na</strong>s CRF, portanto,diferem <strong>da</strong> educação escolar oficial, normativa, marca<strong>da</strong> por um mo<strong>de</strong>lo burocrático <strong>de</strong>escola. ―Essas experiências são frutos <strong>da</strong> organização popular, dos movimentos sociais eenti<strong>da</strong><strong>de</strong>s não-gover<strong>na</strong>mentais e gover<strong>na</strong>mentais que caminham <strong>na</strong> direção <strong>da</strong> construção <strong>de</strong>uma educação popular‖ (OLIVEIRA, 2008, p. 15).2.2. PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIAAs Casas Familiares Rurais têm como princípio norteador <strong>de</strong> seu projeto educativo aPe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância, utilizando-se mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> tempos/espaços educativo,alter<strong>na</strong>ndo ciclos <strong>de</strong> estudo <strong>na</strong>s Casas Familiares Rurais e ciclos <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais dosestu<strong>da</strong>ntes, oportunizando a divisão do tempo entre o estudo e o trabalho <strong>na</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>sprodutivas (PORTILHO e MAGALHÃES, 2006). Desse modo,―A Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> alternância compreen<strong>de</strong> o ver, julgar e agir <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> educando emtempo real no meio presencial, ou seja, <strong>na</strong> Casa Familiar Rural e <strong>na</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>produção <strong>familiar</strong>. As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do educando tanto no momento presencial comojunto à família, são orienta<strong>da</strong>s pela equipe <strong>de</strong> educadores, através <strong>de</strong> instrumentospe<strong>da</strong>gógicos que integram a participação <strong>da</strong> família e a convivência com oconhecimento já elaborado, científico‖ (HILLESHEIM et al., 2010, p. 1).Além disso,―A Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância procura conciliar o trabalho <strong>na</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>rural</strong> coma educação, utilizando <strong>de</strong> métodos pe<strong>da</strong>gógicos como a interdiscipli<strong>na</strong>ri<strong>da</strong><strong>de</strong> e temasgeradores no processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem [...]. Desta forma, a educação nãofica limita<strong>da</strong> às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula. Este processo propicia ao jovem aelevação <strong>da</strong> sua autoestima, a permanência em seu meio e uma forte relação com suafamília. A metodologia <strong>de</strong> ensino, que não dispersa o estu<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> família e nem <strong>da</strong>escola, compreen<strong>de</strong> além <strong>da</strong>s discipli<strong>na</strong>s básicas <strong>de</strong> uma escola tradicio<strong>na</strong>l,temáticas relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s à vi<strong>da</strong> associativa e comunitária, ao meio ambiente e évolta<strong>da</strong> totalmente ao <strong>de</strong>senvolvimento integral do jovem‖ (GNOATTO, et al.,2006, p. 8).Com essa concepção, Palilot (2007) explica que alternância significa o processo <strong>de</strong>ensino-aprendizagem que acontece em espaços e territórios distintos e alter<strong>na</strong>dos. O primeiro


7é o espaço <strong>familiar</strong> e a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> origem e o segundo é a escola on<strong>de</strong> o educandocompartilha os saberes que possui com os outros atores e reflete sobre eles em basescientíficas, e em segui<strong>da</strong>, retor<strong>na</strong> à família e a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> a fim <strong>de</strong> continuar realizando suaspráticas cotidia<strong>na</strong>s (ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> técnicas agrícolas), mas agora se embasando <strong>na</strong>s práticas eteorias estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>na</strong> CFR.―Uma justificativa para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> metodologia <strong>da</strong> alternância consiste emque o mo<strong>de</strong>lo tradicio<strong>na</strong>l, por problemas <strong>de</strong> concepção, quase que ignora a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>rural</strong>‖(ROSA e TEIXEIRA, 2009, p. 1). Ou seja, a escola pública tradicio<strong>na</strong>l possui um sistemaeducacio<strong>na</strong>l voltado quase exclusivamente para a área urba<strong>na</strong>. A metodologia educativaadota<strong>da</strong> <strong>na</strong>s CFR possui com uma série <strong>de</strong> ferramentas pe<strong>da</strong>gógicas que favorecem aanimação dos princípios <strong>de</strong>ssa pe<strong>da</strong>gogia. Essas ferramentas <strong>de</strong>vem ser construí<strong>da</strong>s pelospróprios sujeitos do processo educativo, integrando todos os atores envolvidos (jovens,famílias, professores/monitores) e os tempos/espaços (CFR e proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>familiar</strong> <strong>rural</strong>),consi<strong>de</strong>rando as <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m cultural, econômica e social.Segundo Gimonet (1999), a alternância po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> educação e <strong>de</strong> formação, uma pe<strong>da</strong>gogia para o jovem, por respon<strong>de</strong>r as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>sessenciais <strong>de</strong>ssa i<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma vez que favorece e realiza os principais anseios do jovem, que sãoter um lugar e conquistar um estatuto, agir, ser bem sucedido, ser reconhecido e amado,crescer. Além disso, permite ao jovem a<strong>de</strong>ntrar no espaço dos adultos, possibilitandoencontrar uma utili<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma posição social, uma consi<strong>de</strong>ração, um reconhecimento. Aalternância, portanto, põe o jovem em ação, o colocando em um estatuto profissio<strong>na</strong>l, queestabelece, por sua vez, uma relação com o trabalho e a profissão, incluindo as exigências, osvalores e as aprendizagens correspon<strong>de</strong>ntes.Enten<strong>de</strong>-se então, que os espaços pe<strong>da</strong>gógicos <strong>de</strong> formação não ocorrem ape<strong>na</strong>s emsala <strong>de</strong> aula, mas também nos espaços <strong>de</strong> produção, <strong>da</strong> família, <strong>da</strong> convivência com asocie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> cultura, dos serviços, <strong>de</strong>ntre outros. Segundo Baptista (2003 apud PALILOT,2007, p. 26), ―a educação está referencia<strong>da</strong> aos processos mais variados, enfatizando a suadimensão formal, informal e outras, efetivamente acontecendo em <strong>casa</strong>, nos sindicatos,igrejas, no interrelacio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong>s pessoas e <strong>na</strong>turalmente <strong>na</strong> escola‖.Dentro dos procedimentos teóricos que fun<strong>da</strong>mentam esta pe<strong>da</strong>gogia, existemalgumas limitações especifica<strong>da</strong>s a seguir:―Os gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios presentes nos espaços/tempos, talvez, sejam o <strong>da</strong> prática <strong>da</strong>transversali<strong>da</strong><strong>de</strong> do conhecimento no dia a dia e a relação <strong>de</strong> constante negociaçãoentre os atores envolvidos: as famílias lavradoras e os monitores. Ambos mantêm


8uma relação <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são/resistência quanto aos conhecimentos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> categoria, quenomeamos como os ―ditos tradicio<strong>na</strong>is‖ (dos lavradores) e os ―ditos acadêmicos‖(dos monitores)‖ (PORTILHO e MAGALHÃES, 2006, p.1).Conforme Beg<strong>na</strong>mi (2002), as CFR apresentam quatro princípios básicos, os quais sãochamados <strong>de</strong> pilares <strong>da</strong> alternância, estabelecidos ao longo <strong>da</strong> história do movimento <strong>da</strong>Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância: 1°) uma associação <strong>de</strong> famílias que compartilha do po<strong>de</strong>reducativo; 2°) um método pe<strong>da</strong>gógico específico; 3°) uma formação integral e perso<strong>na</strong>liza<strong>da</strong>;e 4°) o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e solidário.O processo <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> informações alavancado pela família permitediscussões e reflexões que promovem motivação aos jovens, que alimentam sua curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>por intermédio do processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem, que po<strong>de</strong> ocorrer tanto <strong>na</strong> CFR como<strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> própria família e/ou comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ou seja, ao mesmo tempo em que estimula oquestio<strong>na</strong>mento para adoção <strong>da</strong>s inovações, ain<strong>da</strong> prepara e <strong>de</strong>sperta, o aluno, geralmentefilho <strong>de</strong> agricultor, a participar e ter <strong>de</strong>safios a serem superados, quando se pensa em suarelação junto à sua proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>rural</strong> e social <strong>de</strong> sua região (PALILOT,2007).Em suma, a Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância está fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> <strong>na</strong> concepção <strong>de</strong> que a vi<strong>da</strong>ensi<strong>na</strong> mais que <strong>na</strong> escola formal, valorizando o apren<strong>de</strong>r pelo fazer concreto do cotidiano,<strong>na</strong>s experiências com a família e com outros atores.3. MATERIAL E MÉTODOS3.1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOSCompreen<strong>de</strong>m instrumentos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos utilizados neste estudo, a <strong>de</strong>limitaçãodo espaço <strong>da</strong> pesquisa, os critérios <strong>de</strong> amostragem, bem como a estrutura dos recursos queforam utilizados para embasar e <strong>da</strong>r resultados a esta pesquisa.Optou-se como abor<strong>da</strong>gem metodológica a pesquisa exploratória utilizando-se <strong>da</strong>observação, registro, classificação e interpretação dos fatos ou <strong>da</strong>dos por meio <strong>da</strong> análisedocumental <strong>de</strong> projetos pe<strong>da</strong>gógicos e situações do cotidiano pertinentes ao estudo realizado.Segundo Palilot (2007, p. 40) ―a pesquisa exploratória tem por fi<strong>na</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> proporcio<strong>na</strong>r aopesquisador maior <strong>familiar</strong>i<strong>da</strong><strong>de</strong> com o problema em estudo com vistas a torná-lo maisexplícito‖. Para Malhotra (2001), o objetivo principal <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> pesquisa é possibilitar a


9compreensão do problema enfrentado pelo pesquisador. Segundo Boone e Kurtz (1998), elautiliza métodos amplos e versáteis, que compreen<strong>de</strong>m: levantamentos em fontes secundárias(bibliográficas, documentais), levantamentos <strong>de</strong> experiência, estudos <strong>de</strong> casos selecio<strong>na</strong>dos eobservação participativa.O estudo foi realizado no município <strong>de</strong> Altamira – PA, mais precisamente <strong>na</strong> CasaFamiliar Rural, localiza<strong>da</strong> a 10 km <strong>da</strong> se<strong>de</strong> do município.A busca por uma resposta satisfatória para a investigação realiza<strong>da</strong> orientou a seleçãodos atores estu<strong>da</strong>dos: jovens filhos <strong>de</strong> agricultores alunos <strong>da</strong> Casa Familiar Rural <strong>de</strong> Altamira,concluintes <strong>da</strong> primeira turma do Ensino Fun<strong>da</strong>mental, professores/monitores e pais dosreferidos jovens. Essa estratégia foi utiliza<strong>da</strong> para garantir a representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> amostra, asaber: 100% dos alunos concluintes do Ensino Fun<strong>da</strong>mental em 2010; 92% dosprofessores/monitores atuantes <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira; e 42% dos pais dos referidos alunos,resultando universo amostral <strong>de</strong> 17 alunos, sete professores e sete pais, somando 31entrevistados.Neste estudo não foi possível entrevistar 100% dos pais em virtu<strong>de</strong> <strong>da</strong> distância <strong>da</strong>slocali<strong>da</strong><strong>de</strong>s/comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> origem, bem como dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso, <strong>de</strong>vido as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sse encontrarem distantes uma <strong>da</strong>s outras ou até em outros municípios.Os alunos entrevistados fazem parte <strong>de</strong> 12 comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, dos municípios <strong>de</strong> Altamira eSe<strong>na</strong>dor José Porfírio, a saber: Altamira (P.A. Ressaca – Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Santa Isabel, São JoãoBatista, São José, Céu Azul e São Gaspar; P.A. Assurini – Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s Catijuba e DispensaI; P.A. Itapuama – Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Gua<strong>da</strong>lupe; Betânia – Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> NossaSenhora Apareci<strong>da</strong>); Se<strong>na</strong>dor José Porfírio (Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s São Francisco <strong>de</strong> Assis, NossaSenhora <strong>da</strong>s Graças, Travessão <strong>da</strong> Firma).3.2. COLETA DE DADOSMediante os objetivos pré-estabelecidos para esta pesquisa elaborou-se um quadroteórico-metodológico que permitiu a elaboração <strong>de</strong> questionários para os trabalhos <strong>de</strong> campo.O questionário consiste em uma técnica <strong>de</strong> investigação que visa obter conhecimento<strong>de</strong> opiniões, crenças, interesses, expectativas e situações vivencia<strong>da</strong>s pelos pesquisados, ain<strong>da</strong>que eles não tenham domínio <strong>da</strong>s habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura e escrita (GIL, 1991).Como os questionários foram aplicados <strong>de</strong> forma oral pela pesquisadora, po<strong>de</strong>mtambém ser <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>dos <strong>de</strong> questionário aplicado como entrevista. A opção por esta técnica se<strong>de</strong>u em razão <strong>da</strong> padronização <strong>de</strong> parte <strong>da</strong>s respostas e <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter <strong>da</strong>dos com


10maior profundi<strong>da</strong><strong>de</strong> acerca do tema estu<strong>da</strong>do. No intuito <strong>de</strong> garantir resultados expressivosoptou-se por questionários, cujas respostas eram abertas para os entrevistados, não havendonenhum tipo <strong>de</strong> indução às respostas.As entrevistas semiestrutura<strong>da</strong>s foram aplica<strong>da</strong>s a alunos, professores e pais, sendotrês questionários, com algumas perguntas idênticas entre si e outras diferentes, <strong>de</strong> acordo asproposições <strong>da</strong> pesquisa, objetivando i<strong>de</strong>ntificar o <strong>papel</strong> <strong>da</strong> Casa Familiar Rural <strong>na</strong> formação<strong>de</strong> jovens, averiguando neste sentido, se os mesmos colocam em prática em suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>se/ou comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s as experiências ou projetos práticos inicialmente apresentados <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong>Altamira, durante as aulas <strong>de</strong> campo, tomando como base as respostas dos três gruposentrevistados.Assim, as respostas obti<strong>da</strong>s nos questionários passaram por um processo <strong>de</strong>categorização (BARDIN, 2002), conforme as seguintes etapas: a) preparação e exploração domaterial – codificação/numeração dos questionários, em or<strong>de</strong>m crescente; b) primeirasleituras <strong>de</strong> contato com alguns textos-base para elaboração do trabalho; c) agrupamento <strong>de</strong>respostas; d) i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> frases e palavras indicadoras em ca<strong>da</strong> resposta (frequência <strong>de</strong>aparecimento); e) reagrupamento <strong>da</strong>s respostas <strong>de</strong> acordo com ca<strong>da</strong> em categoria <strong>de</strong>entrevistados (alunos, professores e monitores), consi<strong>de</strong>rando a frequência <strong>de</strong> aparecimento ehomogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s respostas em relação à temática; e f) sistematização dos <strong>da</strong>dos noprograma Microsoft Excel 2010, para elaboração <strong>de</strong> gráficos para contribuírem <strong>na</strong> exposiçãodos <strong>da</strong>dos.4. RESULTADOS E DISCUSSÃO4.1. FUNCIONAMENTO E BASES METODOLÓGICAS DA CFR DE ALTAMIRAAtravés <strong>da</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância busca-se relacio<strong>na</strong>r a experiência concreta doaluno (conhecimento empírico) com o conhecimento dos professores monitores, bem comocom os membros <strong>da</strong> família e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> a qual pertence o educando. Observou-se que aCasa Familiar Rural <strong>de</strong> Altamira elabora o seu planejamento pe<strong>da</strong>gógico consi<strong>de</strong>rando to<strong>da</strong>sas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s a serem <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s nos períodos <strong>de</strong> alternância no tempo escola e <strong>na</strong>proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>/comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, levando em conta o cotidiano e a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos alunos paraelaboração dos temas geradores que embasam o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s teóricas e


11práticas. Esse método busca unir saberes e proporcio<strong>na</strong> trocas <strong>de</strong> conhecimentos e interaçãoentre os diversos atores e meios.O funcio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira compreen<strong>de</strong> duas sema<strong>na</strong>s (15 dias) <strong>na</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> formação/Casa Familiar Rural, on<strong>de</strong> os jovens convivem com os professores, recebendoconhecimentos <strong>da</strong> Base Comum do Ensino Fun<strong>da</strong>mental e <strong>da</strong> Base Técnica (discipli<strong>na</strong>svolta<strong>da</strong>s para as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas e pecuária como: Agricultura, Zootecnia, Prática <strong>de</strong>Campo, <strong>de</strong>ntre outras). O tempo comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> tem duração <strong>de</strong> três sema<strong>na</strong>s (20 dias) <strong>na</strong>uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produção <strong>familiar</strong>, compreen<strong>de</strong>ndo e difundindo o que foi aprendido, bem comofazendo ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s pe<strong>da</strong>gógicas (tarefas <strong>de</strong> <strong>casa</strong>), as quais são acompanha<strong>da</strong>s a partir <strong>de</strong> umPlano <strong>de</strong> Estudo, sendo consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s também como parte <strong>da</strong> carga horária total do curso.A carga horária anual presencial (tempo escola) é <strong>de</strong> 1.248 horas dividi<strong>da</strong>s em <strong>de</strong>zalternâncias ao longo <strong>de</strong> três anos <strong>de</strong> formação (Ensino Fun<strong>da</strong>mental – 5ª a 8ª séries),complementa<strong>da</strong> com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s práticas realiza<strong>da</strong>s pelos educandos em suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s(tempo comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>), somando carga horária <strong>de</strong> 312 horas/ano, totalizando 1.560 horas anuais<strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Esses períodos ultrapassam os duzentos dias letivos e oitocentas horas exigidospela Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases <strong>da</strong> Educação Nacio<strong>na</strong>l (LDB 9.394/96), permitindo que osjovens estejam sempre envolvidos com sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, com ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diversas <strong>na</strong> CFR e comreflexões acerca dos conhecimentos adquiridos.Os temas geradores que dão suporte as alternâncias são elaborados a partir <strong>de</strong>pesquisas participativas junto às famílias e <strong>de</strong> reuniões realiza<strong>da</strong>s <strong>na</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s as quaispertencem os alunos, havendo, portanto, a interação aluno-família-comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>-CFR, através<strong>da</strong> mediação realiza<strong>da</strong> pelos professores/monitores. Estes temas que são <strong>de</strong>senvolvidos <strong>na</strong>Uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Formação/CFR estão embasados em quatro gran<strong>de</strong>s eixos: Humano, Vegetal,Animal e Conteúdos Diversos. A partir <strong>de</strong>sses são realiza<strong>da</strong>s as ramificações <strong>da</strong>s discipli<strong>na</strong>s,<strong>de</strong> acordo com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> local e com os resultados <strong>da</strong>s pesquisas participativas, portanto, oseixos pe<strong>da</strong>gógicos são baseados em três momentos: proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, meios e fatores <strong>de</strong> produçãoe Projeto Profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> do Jovem - PPVJ (CASA FAMILIAR RURAL DEALTAMIRA, 2009).O PPVJ é um projeto elaborado pelo educando ao longo do curso, quando <strong>de</strong>senvolveuma pesquisa volta<strong>da</strong> para meio <strong>rural</strong>, cujo objetivo maior é verificar se o jovem conseguiuabsorver, ao longo dos três anos <strong>de</strong> estudo, ferramentas suficientes para colocar em prática oque apren<strong>de</strong>u teoricamente.Para Quadros e Ber<strong>na</strong>rtt (2007 apud ESTEVAM, 2010, p. 7), o PPVJ é


12―o fio condutor <strong>na</strong> formação do educando, que <strong>de</strong>verá ser concretizado em suaproprie<strong>da</strong><strong>de</strong> durante a sua formação. A partir <strong>de</strong> seu projeto, o jovem constrói o seuconhecimento com base em sua própria reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e apren<strong>de</strong> a valorizar o meio emque vive; ou seja, o conhecimento do senso comum vai se transformando aos poucosem conhecimento científico. Desta maneira o jovem é estimulado a pensar no seufuturo como profissio<strong>na</strong>l do campo e a construir e implantar o seu próprio PPVJ,como forma <strong>de</strong> possibilitar a geração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e trabalho digno e melhorar a suacondição <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e <strong>de</strong> seus <strong>familiar</strong>es.‖Neste contexto, a CFR <strong>de</strong> Altamira compreen<strong>de</strong> alguns instrumentos pe<strong>da</strong>gógicos,<strong>de</strong>scritos no Projeto Político Pe<strong>da</strong>gógico, a saber: Plano <strong>de</strong> Formação: <strong>de</strong>ve estar ligado à época que ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> ocorre <strong>na</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>,isto é, <strong>de</strong>ve ligar-se ao calendário agrícola voltado ao tema gerador. Portanto, trata-sedo conteúdo que será trabalhado durantes os três anos <strong>de</strong> estudo. Neste sentido,através do plano é possível fazer ligação dos diferentes conteúdos científicos com asdiscipli<strong>na</strong>s <strong>de</strong> formação geral, uma vez que, no plano <strong>de</strong> formação têm-se temasprincipais que são ligados à agricultura, pecuária, meio ambiente, cooperativismo,associativismo e outros conteúdos julgados importantes pela equipe <strong>de</strong> monitores e os<strong>familiar</strong>es dos jovens; Plano <strong>de</strong> Estudo: é o trabalho <strong>de</strong> pesquisa que o educando leva <strong>da</strong> CFR para a suaproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>, com base no Plano <strong>de</strong> Formação, objetivando trabalhar um tema <strong>de</strong>interesse <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> junto à família, permitindo maior diálogo com a família e osmembros <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. O plano <strong>de</strong> estudo, além <strong>de</strong> oportunizar o envolvimento <strong>da</strong>família <strong>na</strong> formação do jovem, proporcio<strong>na</strong> a este pesquisar, a<strong>na</strong>lisar e refletir sobresua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolver sua escrita e expressão oral, aprimorar o conhecimento domonitor em relação reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong>spertar o espírito <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça eempreen<strong>de</strong>dorismo entre os membros que compõem a família e a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>; Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Acompanhamento: são registrados pelo aluno os resultados <strong>da</strong>sobservações e pesquisas que são realiza<strong>da</strong>s no momento família, ou seja, anotaçõesque o jovem faz ao participar efetivamente <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>familiar</strong>es. Os objetivos<strong>de</strong>sse ca<strong>de</strong>rno são: proporcio<strong>na</strong>r um elo <strong>de</strong> ligação entre a família e os monitores,informar a família sobre os conteúdos abor<strong>da</strong>dos <strong>na</strong> CFR, acompanhar a evolução dosjovens, entre outros. O ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> acompanhamento <strong>de</strong>ve ser entregue pelo jovem noprimeiro dia <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> alternância; Colocação em Comum: o jovem apresenta o plano <strong>de</strong> estudo oralmente a todos. Estafase é importante, pois permite ao jovem fazer uma ligação entre a sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e aaquisição <strong>de</strong> novos conhecimentos, permitindo socialização e troca <strong>de</strong> experiências


13com os <strong>de</strong>mais. A apresentação do plano ocorre <strong>de</strong> acordo com o nível <strong>de</strong> maturi<strong>da</strong><strong>de</strong>dos jovens, po<strong>de</strong>ndo ser feita em grupo, individualmente, através <strong>de</strong> resumos, etc.;Cursos-Exercícios: correspon<strong>de</strong> a aquisição <strong>de</strong> novos conhecimentos através <strong>de</strong> cursosque são trabalhados a partir do Plano <strong>de</strong> Formação, o qual contempla o Plano <strong>de</strong>Estudo. Po<strong>de</strong>m ser trabalhados <strong>de</strong> várias maneiras, como exercícios individuais, emgrupo ou até mesmo através <strong>de</strong> palestras <strong>de</strong> colaboradores;Visita <strong>de</strong> Estudo: são visitas realiza<strong>da</strong>s pelos jovens acompanhados dos monitoresdurante as sema<strong>na</strong>s <strong>de</strong> alternância <strong>na</strong> CFR em proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais, empresas, órgãos,enfim, locais que tenham relação com o tema estu<strong>da</strong>do. Tais visitas objetivam o<strong>de</strong>senvolvimento dos sensos <strong>de</strong> observação, análise, comparação e raciocínio dosjovens. Po<strong>de</strong>m também ser realiza<strong>da</strong>s visitas <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos próprios estu<strong>da</strong>ntes,com o intuito <strong>de</strong> permitir ao monitor, conhecer a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>aluno;Ca<strong>de</strong>rno Pe<strong>da</strong>gógico (Fichas Pe<strong>da</strong>gógicas): são instrumentos utilizados para os cursos,contendo os conteúdos que serão ministrados em ca<strong>da</strong> discipli<strong>na</strong>, em consonância comos temas geradores;Experiências práticas: os jovens colocam em prática os conteúdos que apren<strong>de</strong>ram,a<strong>da</strong>ptando-os a sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>;Avaliações: São realiza<strong>da</strong>s continuamente, <strong>de</strong>vendo apresentar caráter formativo. Asavaliações <strong>de</strong>vem ser realiza<strong>da</strong>s consi<strong>de</strong>rando os instrumentos pe<strong>da</strong>gógicosapresentados, <strong>de</strong>vendo ocorrer em ca<strong>da</strong> fase do processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem,para que os monitores possam avaliar o grau <strong>de</strong> aprendizagem do aluno.A CFR <strong>de</strong> Altamira busca, então, aten<strong>de</strong>r o preconizado pela LDB, satisfazendo emsua estrutura curricular metodologias apropria<strong>da</strong>s à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e interesse <strong>de</strong> seus alunos,estabelecendo:―Na oferta <strong>de</strong> educação básica para população <strong>rural</strong>, os sistemas <strong>de</strong> ensinopromoverão as a<strong>da</strong>ptações necessárias a sua a<strong>de</strong>quação às peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><strong>rural</strong> e <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região, especialmente:I – conteúdos curriculares e metodologias apropria<strong>da</strong>s às reais necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s einteresses dos alunos do meio <strong>rural</strong>;II – organização escolar própria incluindo a a<strong>de</strong>quação do calendário escolar às fasesdo ciclo agrícola e às condições climáticas;III – a<strong>de</strong>quação ao trabalho no meio <strong>rural</strong>‖ (LEI DE DIRETRIZES E BASES –9.394/96).


14Desse modo, a presente pesquisa terá seus resultados divididos em etapas <strong>de</strong> acordocom as respostas obti<strong>da</strong>s com ca<strong>da</strong> objeto <strong>de</strong> pesquisa, portanto, serão apresentados osresultados obtidos e sistematizados dos questionários realizados com os alunos, pais emonitores, bem como, as discussões pertinentes aos enfoques abor<strong>da</strong>dos.4.1.1. A atuação dos monitores <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> jovens <strong>da</strong> CFR <strong>de</strong> AltamiraOs monitores <strong>da</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira possuem formações específicas, que contribuem <strong>na</strong>ssuas funções e trabalhos, tendo formação em: Licenciatura em Física, Licenciatura em Letras,Licenciatura em Ciências Agrárias, Licenciatura em Pe<strong>da</strong>gogia, Zootecnia e EngenhariaAgronômica.Os professores que possuem Licenciaturas trabalham discipli<strong>na</strong>s <strong>da</strong> Base Comum, noentanto, o conteúdo <strong>de</strong>ssas discipli<strong>na</strong>s <strong>de</strong>ve ser repassado aos alunos em consonância com areali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos mesmos e <strong>de</strong> acordo com o tema gerador <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> alternância. Os <strong>de</strong>maismonitores são responsáveis por discipli<strong>na</strong>s <strong>da</strong> Base Técnica, repassando conhecimentostécnicos para os educandos, consi<strong>de</strong>rando sempre as particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s regio<strong>na</strong>is.Quanto ao monitoramento <strong>da</strong>s tarefas/experiências executa<strong>da</strong>s pelos educandos emsuas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, os monitores afirmaram que foram realiza<strong>da</strong>s visitas às comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s eestabelecimentos, on<strong>de</strong> os professores responsáveis por discipli<strong>na</strong>s <strong>da</strong> Base Técnicaprestavam aconselhamentos em relação ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s realiza<strong>da</strong>s pelosjovens e os professores <strong>da</strong> Base Comum conversavam com os pais sobre o comportamento,avanços e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos alunos. No entanto, o monitoramento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>na</strong>sproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos alunos foi comprometido, uma vez que, os recursos fi<strong>na</strong>nceiros para<strong>de</strong>slocamento foram escassos, motivo pelo qual houve inconstância <strong>de</strong> visitas, que segundoalunos, pais e professores não foram realiza<strong>da</strong>s <strong>na</strong> frequência a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>. Segundo osmonitores, a frequência i<strong>de</strong>al para realização <strong>da</strong>s visitas seria três ou mais visitas anuais, noentanto, durante os três anos em que os alunos do Ensino Fun<strong>da</strong>mental estu<strong>da</strong>ram <strong>na</strong> CFRocorreram, no máximo, duas visitas anuais, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s fi<strong>na</strong>nceiras, logística e<strong>da</strong>s distâncias entre as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos educandos.Além disso, no início <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> ano são realiza<strong>da</strong>s pesquisas participativas <strong>na</strong>scomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> as equipes <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is são dividi<strong>da</strong>s e ca<strong>da</strong> uma se <strong>de</strong>sloca para umaárea diferente, <strong>de</strong> forma que todos, ou maior parte dos alunos sejam visitados. Durante essaspesquisas, os monitores se utilizam <strong>da</strong> estratégia <strong>de</strong> divulgação através <strong>de</strong> visitas ou reuniõesintermedia<strong>da</strong>s por apoiadores membros do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras


15Rurais <strong>de</strong> Altamira (STTR), para chamarem a atenção <strong>da</strong>s famílias e convi<strong>da</strong>rem maisestu<strong>da</strong>ntes à Casa.Existem também visitas gerais, realiza<strong>da</strong>s por monitores regio<strong>na</strong>is, que atuam emvárias CFR, durante os intervalos <strong>da</strong>s alternâncias, contemplando alguns jovens educandos <strong>de</strong>ca<strong>da</strong> CFR. No entanto, nem todos os alunos <strong>da</strong>s CFR regio<strong>na</strong>is são contemplados com essasvisitas <strong>de</strong>vido às distâncias e também porque a equipe <strong>de</strong> monitores é reduzi<strong>da</strong>.Em relação ao PPVJ, o acompanhamento dos monitores se <strong>de</strong>u a partir <strong>da</strong> prestação <strong>de</strong>assistência quanto a estrutura do projeto, ao cronograma <strong>de</strong> realização, a disponibilização <strong>de</strong>material bibliográfico, a correção ortográfica e gramatical do texto, <strong>na</strong>s discussões epesquisas, <strong>na</strong> utilização <strong>de</strong> uma linguagem mais técnica, etc..Um dos monitores, responsável geral pelo acompanhamento dos jovens <strong>na</strong> realizaçãodo PPVJ enfatizou que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong> 1ª Alternância começou a orientar os alunos e que noinício do último ano <strong>de</strong> formação, os educandos <strong>de</strong>finiram a temática que queriam trabalhar eapós isso, em to<strong>da</strong>s as alternâncias os temas foram trabalhados, com auxílio <strong>de</strong> materiaisbibliográficos e posteriormente receberam um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> projeto, no qual se embasaram paraelaborar seus projetos individuais.Em suma, a equipe <strong>de</strong> monitores possui várias funções, ou seja, prestamaconselhamentos, animam os jovens a realizarem projetos, buscam informações, conversamcom os pais, fazem visitas e reuniões <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos educandos, fazemo monitoramento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s pelos jovens no tempo escola e no tempocomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, buscam apoio em outras instituições para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tarefas, entreoutras ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Para Cruz (2004 apud RODRIGUES, 2008, p. 137) ―a relação entre omonitor, as famílias e os outros agentes <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> local (sindicatos, associações <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong> vivem seus alunos) é um fator <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental importância ao trabalho <strong>da</strong>alternância. A relação entre os dois agentes do meio escolar e socioprofissio<strong>na</strong>l é fun<strong>da</strong>mentale segue a lógica <strong>da</strong> cooperação mútua, numa alternância <strong>de</strong> interação entre os diferentesmeios‖.


164.2. ASPECTOS MOTIVACIONAIS E LIMITAÇÕES PARA ENSINO DA CFR DEALTAMIRA4.2.1. Motivos que influenciam <strong>na</strong> escolha pelo ensino <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> AltamiraSegundo os monitores, <strong>de</strong>ntre os aspectos motivacio<strong>na</strong>is consi<strong>de</strong>rados importantespara a inserção <strong>de</strong> jovens do campo <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, <strong>de</strong>stacam-se principalmente ametodologia <strong>de</strong> ensino adota<strong>da</strong> <strong>na</strong> CFR, que proporcio<strong>na</strong> ao aluno adquirir conhecimentos <strong>da</strong>Base Comum e a Base Técnica, ambas volta<strong>da</strong>s para a agricultura <strong>familiar</strong>. Além disso, é umametodologia que aflora a formação cognitiva integral, em âmbito pe<strong>da</strong>gógico, político esocial. Portanto, consi<strong>de</strong>ram que a Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância é mais viável às especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s<strong>da</strong> agricultura, pois o método tradicio<strong>na</strong>l não se a<strong>da</strong>pta bem quando comparado a Pe<strong>da</strong>gogia<strong>da</strong> Alternância, uma vez que esta última permite que jovem não perca o vínculo com areali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>rural</strong>. Ain<strong>da</strong>, segundo os monitores, esta metodologia é interessante por consi<strong>de</strong>raraspectos peculiares dos alunos, possibilitando atuarem <strong>de</strong> forma coerente com sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>,aliando teorias e práticas aprendi<strong>da</strong>s <strong>na</strong> CFR, em prol do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.Já os alunos <strong>de</strong>stacam outros motivos que influenciaram <strong>na</strong> escolha pelo ensino <strong>da</strong>CFR <strong>de</strong> Altamira, conforme apresentado <strong>na</strong> Figura 01.Possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>r e trabalhar <strong>na</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>Educação diferencia<strong>da</strong>22,722,7Adquirir conhecimentos técnicosFalta <strong>de</strong> escola <strong>na</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>Influência dos pais13,613,613,6Convite dos professores9,1Menor tempo para conclusão do Ensino Fun<strong>da</strong>mental4,50 5 10 15 20 25Frequência (%)Figura 01. Aspectos que motivaram os alunos a optar pelo ensino <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, 2010.


17Neste caso, constatou-se que os principais aspectos que motivam os jovens estu<strong>da</strong>r <strong>na</strong>CFR <strong>de</strong> Altamira são a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>r e trabalhar <strong>na</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> agrícola eeducação diferencia<strong>da</strong>, ambas com 22,7% <strong>de</strong> frequência.Esta educação basea<strong>da</strong> <strong>na</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância oferece aos alunos característicaspeculiares, que valorizam o saber empírico acrescido <strong>de</strong> conhecimentos teóricos e práticosque são repassados pelos monitores através <strong>de</strong> aulas presenciais, bem como através <strong>de</strong>experimentos práticos. Além disso, permite ao jovem aliar os estudos aos trabalhos em suasproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, favorecendo a permanência no campo, ficando evi<strong>de</strong>nte que o ensino permite apromoção do indivíduo enquanto ser social.Tal situação foi resumi<strong>da</strong> por Coombs (1976, p. 56), on<strong>de</strong> enfatiza que―a educação não é um fim em si, mas um dos meios essenciais <strong>de</strong> preparar os jovenspra uma vi<strong>da</strong> produtiva e útil ao meio em que serão chamados a evoluir; igualmenteum dos meios <strong>de</strong> promover o progresso econômico e social em seu conjunto.‖A possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>r e paralelamente efetuar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sreflete a vonta<strong>de</strong> dos jovens <strong>de</strong> contribuírem com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>familiar</strong>, uma vez que,através <strong>da</strong> força <strong>de</strong> trabalho, promovem uma ren<strong>da</strong> extra à suas famílias. Tal iniciativaevi<strong>de</strong>ncia a vonta<strong>de</strong> ou necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> permanência no campo e aprimoramento dosconhecimentos para posterior aplicação e promoção do <strong>de</strong>senvolvimento local.Baruffi e Cimadon (1989 apud VISBISKI e WEIRICH NETO, 2004, p. 5), explicamque trabalho e as relações <strong>de</strong> produção <strong>na</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais, ―formam valores e estruturamuma organização social diferencia<strong>da</strong> do contexto urbano, exigindo, portanto que as açõeseducativas sejam nortea<strong>da</strong>s pelas características que lhe são peculiares‖.Neste contexto, é relevante a atuação <strong>da</strong> CFR, que busca em seus pilaresmetodológicos atuar <strong>de</strong> acordo com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos jovens, e é <strong>de</strong> acordo com essa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>que são feitos os planos <strong>de</strong> estudo, os planos <strong>de</strong> aula e as experiências práticas. Taisativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m influenciar diretamente no cotidiano dos jovens em suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s,permitindo a estes atuarem <strong>de</strong> forma diferencia<strong>da</strong>, consi<strong>de</strong>rando os conhecimentos técnicosadquiridos no tempo escola, que neste caso, po<strong>de</strong>m também ser levados para o tempocomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.Surge também como um dos motivos que os levaram a escolher a CFR <strong>de</strong> Altamira(13,6%) a falta <strong>de</strong> escolas <strong>na</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Esse <strong>da</strong>do evi<strong>de</strong>ncia o quão precário ain<strong>da</strong> é osistema educacio<strong>na</strong>l do campo <strong>na</strong> região, oferecendo poucas opções <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento eestudo aos jovens do campo.


18Diante disso, Prazeres (2008) enfatiza que―A importância <strong>da</strong> educação para os povos <strong>da</strong> Amazônia e especificamente docampo é um direito e um instrumento fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong> acesso à cultura, a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia ea inclusão social. Portanto, a educação <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>fendi<strong>da</strong> como direito <strong>na</strong>perspectiva <strong>de</strong> levar em consi<strong>de</strong>ração as diferentes reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s amazônicas e quepossa oportunizar aos sujeitos do campo com aquisição <strong>de</strong> conhecimentos quepossam ser utilizados <strong>na</strong> vi<strong>da</strong>, permitindo-lhes criar uma conexão com a reali<strong>da</strong><strong>de</strong>,respeitando as diversi<strong>da</strong><strong>de</strong>s regio<strong>na</strong>is, culturais e sociais‖ (PRAZERES, 2008, p. 3).Perante essa afirmativa, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> educação do campo po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>fendi<strong>da</strong> quandoincorpora<strong>da</strong>s nos seus pilares os conhecimentos populares, contemplando <strong>de</strong>sse modo, adiversi<strong>da</strong><strong>de</strong> amazônica, forma<strong>da</strong> pelos povos <strong>da</strong> floresta (indíge<strong>na</strong>s, quilombolas, pescadores,seringueiros, lavradores, roceiros, agricultores), sendo, portanto, notório que trabalharsomente um único mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> educação para todos tor<strong>na</strong>-se inviável e insustentável para apermanência <strong>de</strong>stes atores em suas reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s (PRAZERES, 2008).Aparece como outra variável importante (13,6%) <strong>de</strong> influência <strong>na</strong> opção dos alunospelo estudo <strong>na</strong> CFR, a aquisição <strong>de</strong> conhecimentos técnicos relativos às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas,principalmente, por po<strong>de</strong>rem atuar com maior eficiência em suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Com igualfrequência aparece a influência dos pais.Para os pais, os aspectos que motivaram a opção pela CFR foram o convite dosprofessores/monitores, com 37,5% <strong>de</strong> frequência, o que evi<strong>de</strong>ncia a influência que essesprofissio<strong>na</strong>is têm entre os membros <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, seguido <strong>da</strong> oferta <strong>de</strong> uma educaçãodiferencia<strong>da</strong> para a formação dos filhos, com 25,0% <strong>de</strong> frequência (Figura 02).Convite dos monitores37,5Educação diferencia<strong>da</strong>25,0Falta <strong>de</strong> escola <strong>na</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>12,5Situação Fi<strong>na</strong>nceira12,5Vonta<strong>de</strong> do filho12,50 10 20 30 40Frequência (%)Figura 02. Aspectos que motivaram os pais dos educandos a optar pelo ensino <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong>Altamira, 2010.


19Em relação às opiniões sobre a metodologia e educação oferta<strong>da</strong>s <strong>na</strong> CFR, para osalunos ambas são excelentes (53%) e boas (47%). Os pais avaliaram a metodologia comomuito boa (62,5%), avança<strong>da</strong> (25,0%) e importante (12,5%). Portanto, pais e alunos estãosatisfeitos com o ensino <strong>da</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, principalmente em razão <strong>da</strong> propostametodológica que incorpora situações relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s ao cotidiano e às reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s regio<strong>na</strong>is,além <strong>de</strong> oportunizar aos alunos maior aprendizado prático por meio <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong> campo, porcontemplar em sua gra<strong>de</strong> curricular discipli<strong>na</strong>s volta<strong>da</strong>s para práticas agrícolas.Tortora e Ber<strong>na</strong>rtt (2009) expõem que―Há influências <strong>da</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância <strong>na</strong> vi<strong>da</strong> e no <strong>de</strong>senvolvimentosustentável do jovem agricultor, uma vez que o jovem e sua família buscam em seutrabalho, ações volta<strong>da</strong>s a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> local <strong>de</strong>senvolvendo potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s existentescom enfoque <strong>na</strong> melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> família com o comprometimentosocial e ambiental, isto se firma <strong>de</strong> maneira visível nos resultados <strong>de</strong>sempenhadospelo jovem junto com sua família‖ (TORTORA e BERNATT, 2009, p.10).Assim, a própria comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> constitui-se como uma associação que participaativamente do processo <strong>de</strong> existência e manutenção <strong>da</strong> CFR, e a família, ao mesmo tempo emque compõe a associação, é contempla<strong>da</strong> com os novos conhecimentos que os alunos recebem<strong>na</strong> CFR. E neste caso, família e CFR estão intrinsecamente liga<strong>da</strong>s pelos benefícios que umaoferece à outra.4.2.2. Limitações e dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para o ensino <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> AltamiraSegundo os monitores as principais limitações para a formação do jovem <strong>na</strong> CFRestão relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s infraestrutura (laboratórios experimentais, melhorias no acervobibliográfico e construção <strong>de</strong> um laboratório <strong>de</strong> informática), com 28,6% <strong>de</strong> frequência; comigual percentagem <strong>de</strong> frequência <strong>de</strong>stacam ain<strong>da</strong> a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> maior engajamento <strong>da</strong>sfamílias e maior envolvimento em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s diversas (28,6%). Tal constatação está <strong>de</strong> acordocom Gnoatto et al. (2006, p.11), on<strong>de</strong> ressaltam ―para que o crescimento ocorra, é necessárioque a educação em alternância tenha uma associação <strong>de</strong> base <strong>familiar</strong> e profissio<strong>na</strong>l, que sejaresponsável pela sua gestão, orientação e formação‖. Batistela (1997) <strong>de</strong>staca que aparticipação <strong>da</strong> família é um suporte <strong>de</strong> ação educativa, pois po<strong>de</strong> atuar em dois planos:―1º. No plano intelectual: ca<strong>da</strong> família participa <strong>na</strong> formação <strong>de</strong> seu filho, sejaatravés do levantamento <strong>de</strong> sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e acompanhamento <strong>de</strong> experiência, seja <strong>na</strong>discussão dos elementos apontados.


202º. No plano coletivo: em associação, a família é parte ativa <strong>na</strong> gestão <strong>da</strong> escola, <strong>da</strong>educação e formação dos filhos‖ (BATISTELA,1997, p. 48).Outra constatação diz respeito aos recursos fi<strong>na</strong>nceiros disponíveis para custeio <strong>da</strong>CFR e <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s (28,6%), principalmente a realização <strong>de</strong> mais aulas práticas(14,3%), fun<strong>da</strong>mentais para melhor qualificação dos jovens <strong>na</strong> CFR (Figura 03).Infra-estrutura28,6Maior envolvimento <strong>da</strong>s famílias28,6Investimento fi<strong>na</strong>nceiro28,6Aulas práticas14,30 5 10 15 20 25 30Frequência (%)Figura 03. Limitações para formação <strong>de</strong> alunos <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, segundo os monitores,2010.Dentre as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s enfrenta<strong>da</strong>s para estu<strong>da</strong>r <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, os alunos<strong>de</strong>stacam a dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso, principalmente no período chuvoso com 41,2% <strong>de</strong>frequência; dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s fi<strong>na</strong>nceiras (41,2%), longas distâncias <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s à CFR(11,8%). Com 5,9% dos entrevistados afirmaram não enfrentar nenhum tipo <strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>.Portanto, as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento juntamente com as fi<strong>na</strong>nceiras foram para osestu<strong>da</strong>ntes as principais limitações durante os três anos em que estu<strong>da</strong>ram <strong>na</strong> CFR. Para ospais, as maiores dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s são: fi<strong>na</strong>nceiras com 66,7% <strong>de</strong> frequência, distância para<strong>de</strong>slocamento (11,1%), a falta <strong>de</strong> transportes (11,1%) e os outros 11,1% sem dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Percebe-se então, que a Região Amazônica ain<strong>da</strong> está à margem <strong>de</strong> políticas públicasvolta<strong>da</strong>s para a Educação do Campo, pois as estra<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acesso e vici<strong>na</strong>is são malconserva<strong>da</strong>s agravando a situação com o aumento <strong>da</strong>s chuvas, prejudicandoconsi<strong>de</strong>ravelmente os jovens que precisam se <strong>de</strong>slocar para escolas <strong>da</strong>s zo<strong>na</strong>s <strong>rural</strong> e urba<strong>na</strong>,muitas vezes não conseguindo chegar às escolas.Em relação a possíveis avanços que po<strong>de</strong>riam ocorrer para melhoria <strong>da</strong> formaçãotécnica dos jovens <strong>na</strong> CFR foram citados pelos alunos: maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> aulas práticas;construção <strong>de</strong> um laboratório <strong>de</strong> informática; maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> visitas às proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos


21educandos; curso <strong>de</strong> informática; ampliação <strong>da</strong> biblioteca e melhorias no acervo; maiorassidui<strong>da</strong><strong>de</strong> dos professores; maior investimento público; maior contribuição dos órgãospúblicos (assistência e recursos fi<strong>na</strong>nceiros); maior quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cursos técnicos; construção<strong>de</strong> laboratórios para fins diversos, etc.Monteiro (2009, p. 41), ao pesquisar jovens egressos <strong>da</strong> Casa Familiar Rural <strong>de</strong> Xaxim(SC) i<strong>de</strong>ntificou que os principais instrumentos pe<strong>da</strong>gógicos que influenciam em umaformação técnica a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> são as visitas <strong>de</strong> estudo (aulas práticas) e visitas as proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s,―pois é com eles que se po<strong>de</strong>m realizar as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s práticas <strong>na</strong> busca do bem estar <strong>da</strong>s famíliasdo meio <strong>rural</strong> e o jovem consegue verificar se seu conhecimento está sendo realmente válido paraa sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>‖. Portanto, mais visitas seriam necessárias para que os monitores pu<strong>de</strong>ssemconhecer as principais limitações e potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> estabelecimento e orientar osalunos sobre a melhor maneira <strong>de</strong> atuarem consi<strong>de</strong>rando a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>produção.Os pais <strong>de</strong>stacaram como dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s a falta <strong>de</strong> apoio fi<strong>na</strong>nceiro (62,5%), aquanti<strong>da</strong><strong>de</strong> reduzi<strong>da</strong> <strong>de</strong> visitas <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s (25,0%) e insuficiência <strong>de</strong> estrutura física <strong>na</strong>CFR (12,5%), conforme Figura 04:Apoio fi<strong>na</strong>nceiro62,5Visitas <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s25,0Estrutura física <strong>da</strong> CFR12,50 10 20 30 40 50 60 70Frequência (%)Figura 04. Opinião dos pais sobre o que po<strong>de</strong>ria ser melhorado <strong>na</strong> formação técnica dosjovens <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, 2010.Portanto, pais e monitores possuem as mesmas opiniões sobre melhorias necessárias<strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, que influenciariam em um ensino <strong>de</strong> melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong>. No entanto,possíveis avanços esbarram <strong>na</strong> questão fi<strong>na</strong>nceira, uma vez que a instituição recebe poucoapoio fi<strong>na</strong>nceiro para manutenção. A CFR possui um convênio com o Estado, firmado emparceria com a FVPP, para pagamento dos professores e outro convênio com a Prefeitura


22Municipal <strong>de</strong> Altamira - PMA, que custeia dois monitores, um caseiro e uma meren<strong>de</strong>ira. As<strong>de</strong>spesas relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s à alimentação são provi<strong>da</strong>s pelos pais dos alunos, que pagam uma taxa<strong>de</strong> R$20,00 por alternância.Para os monitores a principal dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> é trabalhar <strong>de</strong> forma interdiscipli<strong>na</strong>r, poismuitos não possuem formações específicas volta<strong>da</strong>s para áreas agrícolas e têm que trabalharos temas geradores, consi<strong>de</strong>rando o conhecimento empírico dos educandos e repassar outrosconhecimentos, proporcio<strong>na</strong>ndo qualificação técnica à esses alunos. Além disso, <strong>de</strong>stacaramque não há uma formação pe<strong>da</strong>gógica continua<strong>da</strong> volta<strong>da</strong> a a<strong>de</strong>quação <strong>da</strong> Base Comum àBase Técnica, o que prejudica a atuação interdiscipli<strong>na</strong>r e a formação multidiscipli<strong>na</strong>r dosprofessores.Segundo Gnoatto et al. (2006), a interdiscipli<strong>na</strong>ri<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma caminha<strong>da</strong> no processoeducativo que objetiva a realização do homem como pessoa, em to<strong>da</strong>s as suas dimensões,superando o individualismo e a <strong>de</strong>sesperança, integrando política e socialmente o jovem emseu meio.Logo, quando não há um planejamento <strong>de</strong> ensino e apoio para uma formaçãoprofissio<strong>na</strong>l que permita a atuação interdiscipli<strong>na</strong>r dos professores, os alunos serãoprejudicados, pois―A prática <strong>da</strong> interdiscipli<strong>na</strong>ri<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma medi<strong>da</strong> eficaz para elimi<strong>na</strong>r o problema <strong>da</strong>fragmentação dos conteúdos programáticos, transmitidos através <strong>de</strong> diferentescomponentes curriculares (...) é necessário que haja no planejamento ereplanejamento <strong>de</strong> ensino um trabalho coletivo, já que todos vão realizar juntos aseleção dos conteúdos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> componente, procurando interagirmultidiscipli<strong>na</strong>rmente os conhecimentos que serão transmitidos aos alunos‖(AZEVEDO, 1998, p.122).4.3. INFLUÊNCIA DA CFR NA FORMAÇÃO DE JOVENS DO CAMPO4.3.1. Adoção <strong>de</strong> inovações técnicas <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>sOs educandos concluintes do Ensino Fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira em 2010 estãonuma faixa etária compreendi<strong>da</strong> entre 16 e 32 anos, sendo aproxima<strong>da</strong>mente 70% do sexomasculino e 30 % do sexo feminino. Em relação à tendência masculi<strong>na</strong> em CFR, Carneiro(2005) relata em suas pesquisas que normalmente isso ocorre porque as moças não têm um<strong>papel</strong> social relevante <strong>na</strong> sucessão <strong>familiar</strong>, como é no caso dos rapazes. Elas, por não serem


23candi<strong>da</strong>tas à sucessão, são mais estimula<strong>da</strong>s a continuar seus estudos ―formais‖, e assimacabam afastando seus projetos pessoais <strong>da</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>.Constatou-se que os alunos se sentem aptos a atuarem profissio<strong>na</strong>lmente, mesmo queo Ensino Fun<strong>da</strong>mental ofertado <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira ape<strong>na</strong>s habilite-os em Agricultura. Noentanto, a junção <strong>de</strong> conhecimentos técnicos, práticos e empíricos que possuem, <strong>de</strong>sperta avonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> agirem em prol do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s.O aprendizado adquirido <strong>na</strong> CFR, segundo os pais e alunos, po<strong>de</strong> ser utilizado através<strong>da</strong> implementação <strong>de</strong> projetos e técnicas inovadoras; reuniões <strong>na</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> com o objetivo<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar o interesse <strong>de</strong> seus membros para incorporação <strong>de</strong> novas técnicas agrícolas;orientação técnica aos vizinhos; diálogos com a família e a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre outras.To<strong>da</strong>via, os pais reagem <strong>de</strong> forma diferencia<strong>da</strong> quando os jovens <strong>de</strong>sejam implementarexperiências/projetos <strong>na</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>. Verificou-se que em 76,5% <strong>da</strong>s famílias dos jovensentrevistados a aceitação para a implantação <strong>de</strong> novas técnicas agrícolas é boa, apesar <strong>de</strong>alguns pais terem visão mais tradicio<strong>na</strong>l, on<strong>de</strong> a introdução <strong>de</strong> tecnologias muitas vezes não ébem vin<strong>da</strong>, principalmente porque muitos dizem que ―o que vem <strong>da</strong>ndo certo não <strong>de</strong>ve sermexido‖. Através do diálogo os jovens afirmam conseguir modificar esta concepção, fazendocom que os pais aceitem e muitas vezes colaborem <strong>na</strong> implantação do projeto. Outros 23,5%afirmaram que a aceitação dos pais em relação à adoção <strong>de</strong> novas práticas agrícolas é difícil eestá diretamente liga<strong>da</strong> ao tipo <strong>de</strong> projeto que é apresentado à família, enfatizando que asmaiores restrições surgem principalmente, quando o projeto está relacio<strong>na</strong>do à preservação domeio ambiente, como plantio <strong>de</strong> roça sem queimar, conservação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> preservaçãopermanente ou recomposição <strong>de</strong>ssas áreas, entre outras.Verificou-se que 100% dos entrevistados conseguem manter diálogo com a família e<strong>na</strong> maioria dos casos, há apoio <strong>da</strong> família quando querem implantar inovações <strong>na</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>.Mesmo que em alguns casos obtenham certa resistência dos pais, o dialogo tem sidofun<strong>da</strong>mental para que estes assimilem os conhecimentos adquiridos pelo filho e passem aapoiá-lo em seus projetos. Constatou-se que os jovens recebem maior apoio <strong>da</strong>s mães, porserem as pessoas mais próximas, visto que os pais geralmente permanecem a maior parte dotempo nos afazeres do campo.Em relação ao interesse dos alunos em <strong>de</strong>senvolver projetos apresentados <strong>na</strong> CFR, osmonitores <strong>de</strong>stacaram ser níti<strong>da</strong> a vonta<strong>de</strong> dos jovens em continuar realizando novas práticasem suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Verificou-se que 100% dos estu<strong>da</strong>ntes afirmou que já colocou emprática alguma experiência/projeto <strong>de</strong>senvolvido <strong>na</strong> CFR. Dentre os projetos implementadospelos alunos <strong>de</strong>stacam-se: horta orgânica ou agroecológica, manejo <strong>de</strong> cacauais, composto


24orgânico, enxertia, produção <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>s <strong>de</strong> essências florestais, suinocultura, plantio <strong>de</strong>mandioca, entre outros.Ribeiro (2008) explica essa relação entre ensino e trabalho como sendo situaçõessinergéticas contempla<strong>da</strong>s pela Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância, pois para a autora,―a Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância é uma expressão polissêmica que guar<strong>da</strong> elementoscomuns, mas que se concretiza <strong>de</strong> diferentes formas: conforme os sujeitos que asassumem, as regiões on<strong>de</strong> acontecem as experiências, as condições que permitem oulimitam e até impe<strong>de</strong>m a sua realização e as concepções teóricas que alicerçam suaspráticas. Com esse cui<strong>da</strong>do e <strong>de</strong> modo amplo, po<strong>de</strong>-se dizer que a Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong>Alternância tem o trabalho produtivo como princípio <strong>de</strong> uma formação humanistaque articula dialeticamente ensino formal e trabalho produtivo‖ (RIBEIRO, 2008,p.5).Portanto, a CFR tem colaborado para adoção <strong>de</strong> novas técnicas nos sistemas <strong>de</strong>produção, o que po<strong>de</strong> refletir em di<strong>na</strong>mização econômica e melhoria <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> <strong>da</strong>s famílias,pois os conhecimentos técnicos agregados ao conhecimento empírico culmi<strong>na</strong>m em novasexperiências, contribuindo significativamente para promoção do <strong>de</strong>senvolvimento local.Segundo os alunos, 82,4% dos projetos implementados obtiveram bons resultados,<strong>de</strong>vido à boa produção e utili<strong>da</strong><strong>de</strong> tanto para consumo <strong>familiar</strong> quanto para ven<strong>da</strong> (<strong>de</strong> acordocom o tipo <strong>de</strong> projeto); 5,9% dos projetos conseguiram resultados excelentes (alta produção);5,9% alcançaram resultados ruins, pois não houve produção significativa e outros 5,9% ain<strong>da</strong>não alcançaram resultados, por terem sido implementados há pouco tempo (Figura 05).Excelente5,9Bom82,4Ruim5,9Sem resultado5,90 20 40 60 80 100Frequência (%)Figura 05. Avaliação dos alunos quanto aos resultados dos projetos implantados em suasproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, 2010.


25Segundo avaliação dos pais, tomando como base a produção e produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>alcança<strong>da</strong>s em ca<strong>da</strong> experimento, os resultados dos projetos foram bons (72%) e ótimos (28%),o que evi<strong>de</strong>ncia a satisfação com as inovações incorpora<strong>da</strong>s às suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s sob orientação<strong>de</strong> seus filhos.Os monitores <strong>de</strong>stacaram que, por adquirirem uma gama <strong>de</strong> conhecimentos, oseducandos estão preparados para serem ci<strong>da</strong>dãos discipli<strong>na</strong>dos e não ape<strong>na</strong>s técnicos, poistiveram a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer cursos extracurriculares, conviver com diferenças, respeitarhorários, experiências essas que agregam a vi<strong>da</strong> profissio<strong>na</strong>l, enfatizando, que por seremfilhos <strong>de</strong> agricultores, morarem no meio <strong>rural</strong>, os educandos se aperfeiçoam para tor<strong>na</strong>rem-seprofissio<strong>na</strong>is competentes, em prol <strong>de</strong> suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Há ain<strong>da</strong> troca <strong>de</strong>informações, uma vez que os alunos <strong>de</strong>têm <strong>de</strong> saberes empíricos e trocam experiências comcolegas e monitores, principalmente no que diz respeito ao gerenciamento <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s.4.3.2. Perspectivas dos jovens e influência <strong>da</strong> CFR <strong>na</strong> formação pessoal dos educandosVerificou-se que a convivência <strong>na</strong> CFR foi importante para alunos que adquiriramconhecimento, qualificação e apren<strong>de</strong>ram a conviver com pessoas diversas, e essasexperiências po<strong>de</strong>rão ser leva<strong>da</strong>s para a vi<strong>da</strong> profissio<strong>na</strong>l. Para os alunos, a formação ajudou a<strong>de</strong>finir as áreas que preten<strong>de</strong>m atuar futuramente como Agronomia, Engenharia Florestal,Medici<strong>na</strong> Veterinária ou mesmo continuar <strong>na</strong> agricultura. Portanto, os alunos dão muitacredibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ao aprendizado recebido <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira e consi<strong>de</strong>ram os conhecimentosadquiridos uma base para <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> a seus estudos.A educação, portanto, possui objetivos diversos, que incluem aspectos teóricos,absorção <strong>de</strong> conhecimentos e relações pessoais, como evi<strong>de</strong>nciado por Knob e Coro<strong>na</strong> (2009):―A educação <strong>de</strong>ve hoje ser pensa<strong>da</strong> como uma preparação para a vi<strong>da</strong>, tratando <strong>de</strong>garantir a segurança do emprego e aptidão para o trabalho, <strong>de</strong> permitir a ca<strong>da</strong> umsatisfazer a <strong>de</strong>man<strong>da</strong> <strong>de</strong> uma socie<strong>da</strong><strong>de</strong> em rápi<strong>da</strong> evolução, assim com as mu<strong>da</strong>nçastecnológicas que condicio<strong>na</strong>m hoje, direta ou indiretamente, ca<strong>da</strong> aspecto <strong>da</strong>existência e, fi<strong>na</strong>lmente, <strong>de</strong> conseguir respon<strong>de</strong>r à busca <strong>da</strong> felici<strong>da</strong><strong>de</strong>, do bem-estare <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>‖ (KNOB e CORONA, 2009, p. 19).A maioria dos alunos formandos do Ensino Fun<strong>da</strong>mental tem uma relação <strong>de</strong> carinhocom a CFR, bem como com os monitores, uma vez que os anos <strong>de</strong> convivência e estudosproporcio<strong>na</strong>ram muitas experiências novas, conhecimentos e mu<strong>da</strong>nças, inclusivecomportamentais e <strong>familiar</strong>es. Segundo os alunos, o convívio com outras pessoas (alunos e


26monitores) durante os anos <strong>de</strong> estudo em muito contribuiu para melhorar a convivência e odiálogo com os <strong>familiar</strong>es e a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Afirmaram que a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> passou a <strong>da</strong>r maiscredibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e respeito a eles, proporcio<strong>na</strong>ndo maior interação. Outros <strong>de</strong>stacaram melhorias<strong>na</strong> leitura, caligrafia, oratória e a maneira <strong>de</strong> se comunicar.Segundo os pais, houve mu<strong>da</strong>nças principalmente no comportamento dos filhos, quepassaram a dialogar mais com a família e vizinhos, pois em alguns casos os filhos eram muitotímidos e após a inserção <strong>na</strong> CFR, passaram a ser mais comunicativos e discipli<strong>na</strong>dos.As respostas dos jovens em relação às principais mu<strong>da</strong>nças que ocorreram em suasvi<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira po<strong>de</strong>m ser resumi<strong>da</strong>s <strong>na</strong> Figura 06:Melhorou o dialogo com a família e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>64,7Mais conhecimentos17,6Maior credibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e respeito <strong>da</strong> família e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>17,60 15 30 45 60 75Frequência (%)Figura 06. Mu<strong>da</strong>nças ocorri<strong>da</strong>s <strong>na</strong> vi<strong>da</strong> dos jovens após a entra<strong>da</strong> <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, 2010.Em estudo semelhante ocorrido no município Xaxim, Santa Catari<strong>na</strong>, Monteiro (2009)expôs que 70% dos educandos <strong>da</strong> CFR afirmaram ter ocorrido mu<strong>da</strong>nças significativas nomodo <strong>de</strong> agir e <strong>de</strong> pensar <strong>na</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> e com a família após a sua inserção <strong>na</strong> CFR, sendo que ograu <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sses alunos variou <strong>de</strong> bom, muito bom e ótimo.Em relação à permanência dos filhos <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e consequentemente <strong>na</strong>agricultura, 57% dos pais afirmaram <strong>de</strong>sejar que os filhos permaneçam <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s,usando os conhecimentos e técnicas adquiridos durante os anos <strong>de</strong> estudo <strong>na</strong> CFR. Os outros43% disseram que a escolha quanto a profissão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>da</strong> vonta<strong>de</strong> dos filhos, e que nãointerferirão nesta <strong>de</strong>cisão.Os educandos <strong>de</strong>stacam pretensão em <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> a seus estudos, principalmenteem áreas volta<strong>da</strong>s para agricultura ou Ciências Agrárias. Desses, 76% preten<strong>de</strong>m fazer oEnsino Médio Técnico <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, 12% preten<strong>de</strong>m cursar o Ensino Médio em outra


27escola <strong>na</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e conciliar os estudos com um trabalho, 6% querem cursar o Ensino MédioTécnico em Castanhal – PA e os 6% restantes não <strong>de</strong>sejam prosseguir os estudos.Quanto ao futuro profissio<strong>na</strong>l dos jovens, 29,4% dos educandos afirmaram quepreten<strong>de</strong>m continuar sendo agricultores; 47% preten<strong>de</strong>m atuar em profissões relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s asCiências Agrárias (Agronomia, Engenharia Florestal e Medici<strong>na</strong> Veterinária) e 17,6%<strong>de</strong>sejam atuar em profissões não relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s ao campo (Figura 07).Agricultura29,4AgronomiaEngenharia Florestal23,523,5Profissão não volta<strong>da</strong> para agricultura ou áreas afins17,6Medici<strong>na</strong> Veterinária5,90 10 20 30Frequência (%)Figura 07. Áreas <strong>de</strong> atuação pretendi<strong>da</strong>s pelos jovens educandos <strong>da</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, 2010.Os educandos que afirmaram preten<strong>de</strong>r atuar em profissões volta<strong>da</strong>s para CiênciasAgrárias enfatizaram que estas profissões serão váli<strong>da</strong>s para que possam atuar <strong>na</strong>s suasproprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, promovendo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>stas, uma vez que, mesmo que queiram atuar<strong>na</strong>s referi<strong>da</strong>s profissões, não preten<strong>de</strong>m abando<strong>na</strong>r <strong>de</strong>finitivamente suas raízes rurais.Em estudo semelhante em Santa Catari<strong>na</strong>, Estevam (2003) revelou expectativas dosjovens <strong>da</strong> CFR, em relação ao seu futuro profissio<strong>na</strong>l, após o término do curso. Neste caso,87,2% dos entrevistados aspiravam continuar <strong>na</strong> profissão <strong>de</strong> agricultor, enquanto ape<strong>na</strong>s12,8% pretendiam continuar os estudos, em profissões associa<strong>da</strong>s ao meio <strong>rural</strong>, como técnicoagrícola e engenheiro agrônomo. Diferentemente <strong>de</strong>ssa constatação, a maior parte dos jovens<strong>da</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira preten<strong>de</strong> continuar os estudos e seguir profissões relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s aativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s agrícolas. Tal discrepância entre os dois estudos po<strong>de</strong> estar relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> a fatoresparticulares <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> região, uma vez que, no Sul e Su<strong>de</strong>ste do país, as condições para apermanência dos jovens no campo são melhores (escola, estra<strong>da</strong>s, energia, tecnificação <strong>da</strong>produção), enquanto que <strong>na</strong> região Norte, esses atrativos são limitados ou inexistentes.Sobre o Projeto Profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> do Jovem - PPVJ as temáticas escolhi<strong>da</strong>s foramCacauicultura (50%), Psicultura (18,8%), Bovinocultura (12,5%), Avicultura (6,3%),


28Suinocultura (6,3%) e Mandiocultura (6,3%). O tema do PPVJ escolhido por ca<strong>da</strong> um dizrespeito a sua reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>monstrando áreas com maior afini<strong>da</strong><strong>de</strong>, o que irá evi<strong>de</strong>nciar suascapaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver alter<strong>na</strong>tivas para o seu próprio meio, através <strong>da</strong>s habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s econhecimentos adquiridos ao longo <strong>de</strong> sua formação. Com estes projetos, os jovens <strong>de</strong>verãobuscar soluções próprias e particulares para ca<strong>da</strong> situação específica, <strong>de</strong>vendo se mostrarcapazes <strong>de</strong> solucio<strong>na</strong>r problemas a partir dos recursos <strong>familiar</strong>es, comunitários e locais.Em relação a avaliação geral dos pais sobre a CFR <strong>de</strong> Altamira, 57,1 % avaliaramcomo boa, uma vez que proporcio<strong>na</strong> aos filhos a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seus estudos, além <strong>de</strong> ser umambiente seguro, com profissio<strong>na</strong>is competentes e qualificados, que trocam e repassamconhecimentos e experiências com os alunos, agregando informações para ambas as partes;28,6% avaliaram como ótima, afirmando ficarem <strong>de</strong>spreocupados, pois os filhos apren<strong>de</strong>mnovas técnicas que po<strong>de</strong>rão ser coloca<strong>da</strong>s em prática <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s; 14,3% avaliam a CFRcomo importante para a formação dos jovens, haja vista que os educandos recebem umadiscipli<strong>na</strong> rigorosa, que influencia <strong>na</strong> vi<strong>da</strong> pessoal dos mesmos, on<strong>de</strong> passam a agir compontuali<strong>da</strong><strong>de</strong>, enfim, passam a ter mais responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre seus atos, principalmenteàqueles que dizem respeito a sua atuação profissio<strong>na</strong>l.5. CONCLUSÃOOs resultados <strong>da</strong> pesquisa evi<strong>de</strong>nciam que a CFR <strong>de</strong> Altamira tem contribuídopositivamente <strong>na</strong> formação profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> seus educandos, refletindo significativamente <strong>na</strong>adoção <strong>de</strong> inovações técnicas <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, em alguns casos, influenciado diretamente <strong>na</strong>di<strong>na</strong>mização econômica <strong>da</strong>s famílias, assim como <strong>na</strong> melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>.Verificou-se que 100% dos estu<strong>da</strong>ntes colocaram em prática alguma experiência ouprojeto <strong>de</strong>senvolvido <strong>na</strong> CFR, tendo boa aceitação por 76,5% <strong>da</strong>s famílias. Cerca <strong>de</strong> 88%<strong>de</strong>ssas experiências obtiveram resultados classificados como bom ou excelente, enquanto que5,9% ruins.Para os atores entrevistados, seria necessária a realização <strong>de</strong> mais visitas dosmonitores para acompanhamento dos jovens durante o espaço comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, para melhorconhecerem as potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e limitações <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> estabelecimento agrícola e orientar osalunos sobre a melhor maneira <strong>de</strong> atuarem em suas reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s. O diálogo com as famílias e omaior conhecimento dos estabelecimentos, possibilitaria aos monitores melhor orientação aoseducandos, para atuação eficiente em suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s.


29Para os monitores a principal dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> encontra<strong>da</strong> para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>sativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s foi trabalhar a interdiscipli<strong>na</strong>ri<strong>da</strong><strong>de</strong>, problema este que po<strong>de</strong>ria ser amenizado sehouvesse uma formação pe<strong>da</strong>gógica continua<strong>da</strong>.Quanto ao futuro profissio<strong>na</strong>l dos jovens, 29,4% dos educandos <strong>de</strong>stacam preten<strong>de</strong>rcontinuar como agricultores; 47% atuar em profissões relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s às Ciências Agrárias e17,6% profissões não relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s ao campo. Entretanto, os jovens que afirmaram quereratuar em profissões relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s às Ciências Agrárias <strong>de</strong>stacam que estas oportunizam ovínculo com o <strong>rural</strong>, ou seja, os educandos preten<strong>de</strong>m adquirir conhecimentos técnicos eespecíficos para po<strong>de</strong>rem também coloca-los em prática em suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s.Mesmo com algumas dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s em termo <strong>de</strong> estruturas e recursos fi<strong>na</strong>nceiros, pais,alunos e professores estão satisfeitos com a metodologia <strong>de</strong> ensino <strong>da</strong> CFR e seus resultadosalcançados durante o período <strong>de</strong> formação <strong>da</strong> primeira turma do Ensino Fun<strong>da</strong>mental. Noentanto, <strong>de</strong>stacam a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> maior investimento público para o seu funcio<strong>na</strong>mento emanutenção.


306. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASABRAMOVAY, R. O capital social dos territórios: repensando o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>rural</strong>.Brasília: UNESCO, 2001 In: Economia Aplica<strong>da</strong>. Vol. 6, Nº.2, 2001. p. 379-397.ASSOCIAÇÃO REGIONAL DAS CASAS FAMILIARES RURAIS DO PARÁ(ARCAFAR). Proposta Pe<strong>da</strong>gógica <strong>da</strong>s Casas Familiares Rurais do Pará. 1999.AZEVEDO, J. A. A formação <strong>de</strong> técnicos agropecuários e a alternância no Estado <strong>de</strong> SãoPaulo: uma proposta inovadora. Tese (Doutorado em Educação), Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> EstadualPaulista, Marília, 1998.185 p.BARDIN, L. Análise <strong>de</strong> Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2002.BATISTELA, A. C. Filosofia e Posicio<strong>na</strong>mento Para a Educação no Meio RuralPe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância. Dissertação (Mestrado em Educação), Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Católica doRio Gran<strong>de</strong> do Sul, Porto Alegre – RS, 1997. 161 p.BEGNAMI, J. B. Experiência <strong>da</strong>s Escolas Famílias Agrícolas (EFA’s) do Brasil. In:Seminário Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância – Formação em Alternância eDesenvolvimento Sustentável, II, 2002. Brasília. A<strong>na</strong>is do II Seminário Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>da</strong>Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância – Formação em Alternância e Desenvolvimento Sustentável.Brasília: UNEFAB, 2002. p. 106-117.BOONE, L. E.; KURTZ, D. L. Marketing contemporâneo. Rio <strong>de</strong> Janeiro: LTC, 1998. 564p.BRASIL. Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases <strong>da</strong> Educação Nacio<strong>na</strong>l (Lei nº 9.394). Brasília, DF:1996.CARNEIRO, M. J. Juventu<strong>de</strong> <strong>rural</strong>: projetos e valores. In: ABRAMO, H.; BRANCO, P. M.D. (Orgs.). Retratos <strong>da</strong> juventu<strong>de</strong> brasileira: análises <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. SãoPaulo: Instituto Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia/Fun<strong>da</strong>ção Perseu Abramo, 2005. p. 243-262.CASA FAMILIAR RURAL DE ALTAMIRA. Projeto Político Pe<strong>da</strong>gógico <strong>da</strong> CasaFamiliar Rural <strong>de</strong> Altamira – José Delfino Neto. 2009. 43 p.CONCAGH, V. B. A Escola Família Agrícola no Espírito Santo. Ca<strong>de</strong>rno Pesquisa, SãoPaulo, n. 68, fev. 1989. p. 89-98.COOMBS, P. H. O planejamento <strong>da</strong> educação extra-escolar: algumas observaçõesprelimi<strong>na</strong>res. In: ____. Projeto: tipologia <strong>da</strong> educação extraescolar. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1976.p. 57-65.ESTEVAM, D. O. A Previdência Social Rural e o seu <strong>papel</strong> <strong>na</strong> manutenção dos jovens e <strong>de</strong>seus <strong>familiar</strong>es no campo: o caso <strong>da</strong> CFR <strong>de</strong> Armazém–Santa Catari<strong>na</strong>–Brasil. In: CongressoInter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> Re<strong>de</strong> Mundial <strong>de</strong> Ren<strong>da</strong> Básica <strong>de</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, 13, 2010. A<strong>na</strong>is do 13ºCongresso Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>da</strong> Re<strong>de</strong> Mundial <strong>de</strong> Ren<strong>da</strong> Básica <strong>de</strong> Ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. São Paulo, 2010.18 p.


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APÊNDICES34


35APÊNDICE I – Questionário AlunoUNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁCAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRAFACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICAPesquisa: O PAPEL DA CFR DE ALTAMIRA NA FORMAÇÃO TÉCNICA DE JOVENS DO CAMPOQUESTIONÁRIO - ALUNONome:1. I<strong>da</strong><strong>de</strong>: Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino2. Nome do Pai:3. Nome <strong>da</strong> Mãe:4. Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>:5. Telefone: Outro contato:6. O que o(a) motivou a estu<strong>da</strong>r <strong>na</strong> CFR?Nº. Questionário:7. O que você acha <strong>da</strong> metodologia <strong>de</strong> ensino adota<strong>da</strong> pela CFR?8. De que maneira o aprendizado adquirido <strong>na</strong> CFR po<strong>de</strong>rá ser utilizado <strong>na</strong> sua proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> oucomuni<strong>da</strong><strong>de</strong>?9. Você possui bom diálogo com a família?10. Como é a aceitação <strong>de</strong> sua família para a implantação <strong>de</strong> novas práticas/projetos <strong>na</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>?11. Já colocou em prática <strong>na</strong> sua proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> alguma experiência/projeto <strong>de</strong>senvolvido ou apresentado<strong>na</strong> CFR?11.1. Se sim, quais foram os resultados?11.2. Qual sua avaliação <strong>de</strong>sse projeto?12. Como o aprendizado e as práticas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s <strong>na</strong> CFR são válidos para a sua vi<strong>da</strong> profissio<strong>na</strong>l?13. Quais mu<strong>da</strong>nças ocorreram <strong>na</strong> sua vi<strong>da</strong> (família e proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>) após entra<strong>da</strong> <strong>na</strong> CFR?14. Quais as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para estu<strong>da</strong>r <strong>na</strong> CFR?15. O que po<strong>de</strong>ria ser melhorado <strong>na</strong> formação técnica do jovem <strong>na</strong> CFR?16. Você preten<strong>de</strong> continuar <strong>na</strong> agricultura ou outra profissão?17. Você preten<strong>de</strong> continuar os estudos?18. Qual o seu Projeto Profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong>?


36APÊNDICE II – Questionário PaisUNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁCAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRAFACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICAPesquisa: O PAPEL DA CFR DE ALTAMIRA NA FORMAÇÃO TÉCNICA DE JOVENS DO CAMPOQUESTIONÁRIO - PAIS1. Nome: Nº. Questionário:2. I<strong>da</strong><strong>de</strong>: Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino3. Pai/Mãe <strong>de</strong>:4. Comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>:5. O que o(a) motivou a colocar seu (a) filho(a) para estu<strong>da</strong>r <strong>na</strong> CFR?6. O que você acha <strong>da</strong> metodologia <strong>de</strong> ensino adota<strong>da</strong> pela CFR?7. De que maneira o aprendizado adquirido pelo seu/sua filho(a) <strong>na</strong> CFR po<strong>de</strong>rá ser utilizado <strong>na</strong> suaproprie<strong>da</strong><strong>de</strong> ou comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>?8. Seu/ sua filho (a) já colocou em prática <strong>na</strong> sua proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> alguma experiência/projeto <strong>de</strong>senvolvidoou apresentado <strong>na</strong> CFR?Se sim, quais foram os resultados?Qual sua avaliação <strong>de</strong>sse projeto?9. Como o aprendizado e as práticas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s <strong>na</strong> CFR são válidos para a sua vi<strong>da</strong> profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong>seu (ua) filho (a)?10. Houve mu<strong>da</strong>nças <strong>na</strong> vi<strong>da</strong> <strong>de</strong> seu(ua) filho(a) em relação à família, comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e/ou proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>,após entra<strong>da</strong> <strong>na</strong> CFR?11. Quais as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s para manter seu (ua) filho (a) estu<strong>da</strong>ndo <strong>na</strong> CFR?12. O que po<strong>de</strong>ria ser melhorado <strong>na</strong> formação técnica do jovem <strong>na</strong> CFR?13. Você quer que seu(ua) filho(a) continue <strong>na</strong> agricultura ou outra profissão? Por quê?14. Qual a sua avaliação sobre a CFR/ Altamira?


37APÊNDICE III – Questionário MonitoresUNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁCAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRAFACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÔMICAPesquisa: O PAPEL DA CFR DE ALTAMIRA NA FORMAÇÃO TÉCNICA DE JOVENS DO CAMPOQUESTIONÁRIO – PROFESSOR/MONITOR1. Nome: Nº. Questionário:2. I<strong>da</strong><strong>de</strong>: Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino3. Formação:4. Por quais discipli<strong>na</strong>s é responsável?5. Qual a sua opinião sobre a metodologia <strong>de</strong> ensino adota<strong>da</strong> <strong>na</strong> CFR?6. Você percebe interesse dos alunos em trabalhar ou <strong>de</strong>senvolver projetos apresentados <strong>na</strong> CFR?7. Qual a sua atuação no monitoramento <strong>da</strong>s tarefas/experiências <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s dosalunos?8. Qual a frequência <strong>de</strong> visitas dos monitores para acompanhar os jovens em suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s?9. Foi possível acompanhar todos os jovens <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s?10. A turma já elaborou o Projeto Profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> do Jovem?11. Você acompanha diretamente o (a) aluno (a) <strong>na</strong> realização do Projeto Profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Vi<strong>da</strong> doJovem?12. Como o aprendizado e as práticas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s <strong>na</strong> CFR são válidos para a sua vi<strong>da</strong> profissio<strong>na</strong>l doaluno?13. O que po<strong>de</strong>ria ser melhorado <strong>na</strong> formação técnica do jovem <strong>na</strong> CFR?14. Quais os <strong>de</strong>safios encontrados para lecio<strong>na</strong>r <strong>na</strong> CFR?

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