11. INTRODUÇÃOA atual formação escolar dos jovens rurais contribui para sua inserção no mercado <strong>de</strong>trabalho urbano, sendo o Brasil um dos países latino-americanos com os piores indicadoresem matéria <strong>de</strong> educação do campo (ABRAMOVAY, 2001). Nos últimos trinta anos, o meio<strong>rural</strong> brasileiro vem sofrendo um fenômeno chamado êxodo <strong>rural</strong>, que significa a evasão dohomem do campo, cujo resultado é o estabelecimento <strong>de</strong> agricultores <strong>na</strong>s gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, <strong>na</strong>busca <strong>de</strong> melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>. Diante disso, surge uma alter<strong>na</strong>tiva viável: aeducação volta<strong>da</strong> para a formação profissio<strong>na</strong>lizante para os agricultores através <strong>da</strong>s CasasFamiliares Rurais, cujo ensino é diferenciado <strong>da</strong>s escolas regulares (QUADROS eBERNARTT, 2007).Tomando como exemplo experiência surgi<strong>da</strong> <strong>na</strong> França, em 1935, com as MaisonFamiliale Rurale, surgem no Brasil, no fi<strong>na</strong>l <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1960, as Escolas FamíliasAgrícolas (EFA) e nos anos 80, as Casas Familiares Rurais (CFR), com um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ensinodiferenciado que consi<strong>de</strong>ra a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos jovens do campo, contemplando em seu trabalhoeducativo a profissio<strong>na</strong>lização do produtor <strong>rural</strong>, através <strong>da</strong> busca permanente <strong>da</strong> melhoria <strong>da</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> no campo (PASSADOR, 2000; PALILOT, 2007).As Casas Familiares Rurais são escolas diferentes porque além <strong>de</strong> assegurarconhecimento técnico e científico sobre agricultura, proporcio<strong>na</strong>m aos jovens umconhecimento básico dos conteúdos <strong>da</strong> gra<strong>de</strong> curricular do Ensino fun<strong>da</strong>mental. Portanto,buscam conciliar a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> o jovem prosseguir seus estudos e ao mesmo tempo, atuar<strong>na</strong> agricultura, sem prejuízo para suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no campo (QUADROS e BERNARTT,2007).Para esta proposta educacio<strong>na</strong>l foi a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> a Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância como umaforma <strong>de</strong> educação escolar capaz <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r às especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>s educacio<strong>na</strong>is para jovensagricultores, pois compreen<strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> formação que possibilita aos jovens umaaprendizagem teórico-prática e uma formação geral e técnica (WOLOCHEN et al., 2009).Desse modo,―A pe<strong>da</strong>gogia <strong>de</strong> alternância é uma alter<strong>na</strong>tiva que surgiu para a educação nocampo, mais especificamente <strong>na</strong>s Casas Familiares Rurais, com o objetivo <strong>de</strong>promover uma educação, formação e profissio<strong>na</strong>lização eficaz e concreta maisapropria<strong>da</strong> à reali<strong>da</strong><strong>de</strong> do campo. Tendo em vista que a tendência atual é <strong>de</strong> que osjovens se <strong>de</strong>sloquem para as gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s em busca <strong>de</strong> novas alter<strong>na</strong>tivas <strong>de</strong>sobrevivência diferente <strong>da</strong>s quais se encontram seus pais, a Pe<strong>da</strong>gogia <strong>de</strong>Alternância busca incentivar a permanência do jovem <strong>na</strong> sua própria região, criandoalter<strong>na</strong>tivas <strong>de</strong> trabalho e ren<strong>da</strong>, numa perspectiva <strong>da</strong> economia solidária‖(PALARO, 2008, p.2).
2Segundo Gimonet (1999), a alternância compreen<strong>de</strong> espaços <strong>de</strong> tempo e local <strong>de</strong>formação, isto é, <strong>de</strong> períodos socioprofissio<strong>na</strong>is e situação escolar. Portanto significa umamaneira <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r pela vi<strong>da</strong>, partindo <strong>da</strong> própria vi<strong>da</strong> cotidia<strong>na</strong>, <strong>da</strong>s experiências <strong>familiar</strong>es,sociais e profissio<strong>na</strong>is, valorizando o saberes adquiridos em ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>sses contextos.Na Amazônia, especificamente no Estado do Pará, região tipicamente <strong>rural</strong>, estaproposta se <strong>de</strong>senvolveu ape<strong>na</strong>s a partir <strong>de</strong> meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1990, <strong>na</strong> regiãoTransamazônica, no município <strong>de</strong> Medicilândia. Após a criação <strong>da</strong> primeira CFR <strong>na</strong>Transamazônica, houve a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se constituir outras, existindo no ano <strong>de</strong> 2006 mais<strong>de</strong> 20 Casas no Estado (PORTILHO e MAGALHÃES, 2006; PEREIRA e MONTE, 2008).A partir <strong>de</strong>ssas experiências surgiu em 1999 a Associação <strong>da</strong>s Famílias <strong>da</strong> CasaFamiliar Rural <strong>de</strong> Altamira, em 2004 iniciou-se a construção <strong>da</strong> se<strong>de</strong> e somente no ano <strong>de</strong>2007 a CFR <strong>de</strong> Altamira iniciou suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, tendo como missão educar e qualificarjovens, filhos e filhas <strong>de</strong> agricultores, através <strong>da</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância, em prol do<strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> agricultura <strong>familiar</strong> regio<strong>na</strong>l, oportunizando <strong>de</strong>ssa forma, melhorquali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> para as famílias do campo (CASA FAMILIAR RURAL DE ALTAMIRA,2009).O objetivo principal <strong>de</strong>sta pesquisa foi a<strong>na</strong>lisar a influência <strong>da</strong>s práticas pe<strong>da</strong>gógicas eos conhecimentos técnicos transmitidos <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira <strong>na</strong> dissemi<strong>na</strong>ção e adoção <strong>de</strong>técnicas <strong>de</strong> produção pelos jovens educandos, verificando os resultados <strong>de</strong>ssas ações e suacontribuição para o <strong>de</strong>senvolvimento pessoal dos atores envolvidos, bem como do meio aoqual pertencem.A pesquisa objetiva ain<strong>da</strong>: Avaliar a opinião <strong>da</strong>s famílias em relação à qualificação oferta<strong>da</strong>, bem como apercepção <strong>de</strong>las em relação a mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> comportamentos dos educandos a partir <strong>da</strong>inserção ao mo<strong>de</strong>lo pe<strong>da</strong>gógico praticado <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira; Verificar a importância <strong>da</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s famíliasdos jovens que estu<strong>da</strong>ram <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira; Verificar se os jovens colocam em prática em suas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s as experiênciasagrícolas <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s e ensi<strong>na</strong><strong>da</strong>s <strong>na</strong> CFR <strong>de</strong> Altamira, i<strong>de</strong>ntificando como oaprendizado adquirido po<strong>de</strong>rá ser utilizado <strong>na</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> ou comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> origemdos mesmos.
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