5uma alter<strong>na</strong>tiva <strong>de</strong> ensino-formação para os jovens resi<strong>de</strong>ntes no meio <strong>rural</strong>. Asdiscussões sobre um Projeto Piloto <strong>da</strong> CFR aconteceram <strong>na</strong> Transamazônica, a partir<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1994, através <strong>de</strong> um encontro, em Altamira, promovido peloMovimento pela Sobrevivência <strong>na</strong> Transamazônica (MPST), em parceria com oLaboratório Agroecológico <strong>da</strong> Transamazônica (LAET), que contou com a presençado assessor <strong>da</strong>s Casas Familiares Rurais no Brasil‖ (ARCARFAR, 1999, p. 3).O projeto CFR <strong>na</strong> Transamazônica teve início no ano <strong>de</strong> 1995, no município <strong>de</strong>Medicilândia - Pará, através <strong>de</strong> um convênio <strong>de</strong> cooperação técnica entre Governo do Estadoe enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> região para apoio e funcio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong> CFR. O sucesso <strong>de</strong>ssa ação precursorafez com que a i<strong>de</strong>ia se expandisse para outros municípios vizinhos, que culminou no Projeto<strong>de</strong> Consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Produção Familiar Rural e Contenção dos Desmatamentos <strong>na</strong> Região <strong>da</strong>Transamazônica e Xingu, formalizado através <strong>de</strong> um contrato entre a Fun<strong>da</strong>ção Viver,Produzir e Preservar (FVPP), o Banco Nacio<strong>na</strong>l do Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) e Governo do Estado do Pará, em 2003 (PEREIRA e MONTE, 2008). Segundo osmesmos autores, os <strong>de</strong>fensores do projeto <strong>na</strong> região enfrentaram muitos obstáculos para aconsoli<strong>da</strong>ção do mesmo, principalmente o movimento social organizado li<strong>de</strong>rado peloMovimento Pela Sobrevivência <strong>da</strong> Transamazônica - MPST (hoje FVPP) com realização <strong>de</strong>várias manifestações para efetivação <strong>de</strong>sta parceria: carava<strong>na</strong>s à Belém e Brasília,acampamentos, reuniões, audiências com órgãos <strong>de</strong> Governos, trabalho voluntariado <strong>de</strong>monitores, <strong>de</strong>ntre outras ações.Após a criação <strong>da</strong> primeira CFR <strong>na</strong> Transamazônica, houve a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> seconstituir outras CFR, atualmente existindo mais <strong>de</strong> 20 Casas só no Estado do Pará, geri<strong>da</strong>spela Associação <strong>da</strong>s Casas Familiares Rurais - ARCAFAR/Norte-Nor<strong>de</strong>ste (PORTILHO eMAGALHÃES, 2006). A partir <strong>da</strong> experiência em Medicilândia, outras CFR surgiram <strong>na</strong>região, <strong>de</strong>ntre elas a Casa Familiar Rural <strong>de</strong> Altamira. No ano <strong>de</strong> 1999, criou-se umaComissão Provisória <strong>da</strong> Associação <strong>da</strong>s Famílias <strong>da</strong> Casa Familiar Rural <strong>de</strong> Altamira e no ano<strong>de</strong> 2001 fundou-se a Associação <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente regulariza<strong>da</strong>. Em 2004, iniciou-se a construção<strong>da</strong> se<strong>de</strong> em um terreno doado pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais <strong>de</strong>Altamira - STTR (CASA FAMILIAR RURAL DE ALTAMIRA, 2009).A CFR <strong>de</strong> Altamira iniciou suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no ano <strong>de</strong> 2007, recebendo o nome <strong>de</strong> CFRJosé Delfino Neto, home<strong>na</strong>gem a um agricultor que se <strong>de</strong>stacou como um dos principaisarticuladores <strong>na</strong> consoli<strong>da</strong>ção do projeto no município. Tem como missão educar e qualificarjovens, filhos e filhas <strong>de</strong> agricultores, através <strong>da</strong> Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância, por meio <strong>da</strong>construção do conhecimento, habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e atitu<strong>de</strong>s necessárias ao bom <strong>de</strong>sempenhoprofissio<strong>na</strong>l, utilizando eficientemente tecnologias mais avança<strong>da</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>
6agricultura <strong>familiar</strong>, em prol <strong>de</strong> uma melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, oportunizando concluir oensino fun<strong>da</strong>mental e/ou médio profissio<strong>na</strong>lizante necessários para o exercício pleno <strong>da</strong>ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia no campo (CASA FAMILIAR RURAL DE ALTAMIRA, 2009).To<strong>da</strong>s as experiências cita<strong>da</strong>s são fun<strong>da</strong>mentais para a compreensão dos processoseducativos que se <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam no Estado do Pará, <strong>na</strong>s escolas formais em que o tempocomuni<strong>da</strong><strong>de</strong> e o tempo escola estão dissociados, assim como a relação escola/ trabalho estãocoloca<strong>da</strong>s como elementos dicotômicos no processo <strong>de</strong> aprendizagem <strong>na</strong>s CRF, portanto,diferem <strong>da</strong> educação escolar oficial, normativa, marca<strong>da</strong> por um mo<strong>de</strong>lo burocrático <strong>de</strong>escola. ―Essas experiências são frutos <strong>da</strong> organização popular, dos movimentos sociais eenti<strong>da</strong><strong>de</strong>s não-gover<strong>na</strong>mentais e gover<strong>na</strong>mentais que caminham <strong>na</strong> direção <strong>da</strong> construção <strong>de</strong>uma educação popular‖ (OLIVEIRA, 2008, p. 15).2.2. PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIAAs Casas Familiares Rurais têm como princípio norteador <strong>de</strong> seu projeto educativo aPe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância, utilizando-se mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> tempos/espaços educativo,alter<strong>na</strong>ndo ciclos <strong>de</strong> estudo <strong>na</strong>s Casas Familiares Rurais e ciclos <strong>na</strong>s proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s rurais dosestu<strong>da</strong>ntes, oportunizando a divisão do tempo entre o estudo e o trabalho <strong>na</strong>s uni<strong>da</strong><strong>de</strong>sprodutivas (PORTILHO e MAGALHÃES, 2006). Desse modo,―A Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> alternância compreen<strong>de</strong> o ver, julgar e agir <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> educando emtempo real no meio presencial, ou seja, <strong>na</strong> Casa Familiar Rural e <strong>na</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>produção <strong>familiar</strong>. As ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s do educando tanto no momento presencial comojunto à família, são orienta<strong>da</strong>s pela equipe <strong>de</strong> educadores, através <strong>de</strong> instrumentospe<strong>da</strong>gógicos que integram a participação <strong>da</strong> família e a convivência com oconhecimento já elaborado, científico‖ (HILLESHEIM et al., 2010, p. 1).Além disso,―A Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância procura conciliar o trabalho <strong>na</strong> proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>rural</strong> coma educação, utilizando <strong>de</strong> métodos pe<strong>da</strong>gógicos como a interdiscipli<strong>na</strong>ri<strong>da</strong><strong>de</strong> e temasgeradores no processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem [...]. Desta forma, a educação nãofica limita<strong>da</strong> às ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula. Este processo propicia ao jovem aelevação <strong>da</strong> sua autoestima, a permanência em seu meio e uma forte relação com suafamília. A metodologia <strong>de</strong> ensino, que não dispersa o estu<strong>da</strong>nte <strong>da</strong> família e nem <strong>da</strong>escola, compreen<strong>de</strong> além <strong>da</strong>s discipli<strong>na</strong>s básicas <strong>de</strong> uma escola tradicio<strong>na</strong>l,temáticas relacio<strong>na</strong><strong>da</strong>s à vi<strong>da</strong> associativa e comunitária, ao meio ambiente e évolta<strong>da</strong> totalmente ao <strong>de</strong>senvolvimento integral do jovem‖ (GNOATTO, et al.,2006, p. 8).Com essa concepção, Palilot (2007) explica que alternância significa o processo <strong>de</strong>ensino-aprendizagem que acontece em espaços e territórios distintos e alter<strong>na</strong>dos. O primeiro
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