7é o espaço <strong>familiar</strong> e a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> origem e o segundo é a escola on<strong>de</strong> o educandocompartilha os saberes que possui com os outros atores e reflete sobre eles em basescientíficas, e em segui<strong>da</strong>, retor<strong>na</strong> à família e a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> a fim <strong>de</strong> continuar realizando suaspráticas cotidia<strong>na</strong>s (ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> técnicas agrícolas), mas agora se embasando <strong>na</strong>s práticas eteorias estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s <strong>na</strong> CFR.―Uma justificativa para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> metodologia <strong>da</strong> alternância consiste emque o mo<strong>de</strong>lo tradicio<strong>na</strong>l, por problemas <strong>de</strong> concepção, quase que ignora a reali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>rural</strong>‖(ROSA e TEIXEIRA, 2009, p. 1). Ou seja, a escola pública tradicio<strong>na</strong>l possui um sistemaeducacio<strong>na</strong>l voltado quase exclusivamente para a área urba<strong>na</strong>. A metodologia educativaadota<strong>da</strong> <strong>na</strong>s CFR possui com uma série <strong>de</strong> ferramentas pe<strong>da</strong>gógicas que favorecem aanimação dos princípios <strong>de</strong>ssa pe<strong>da</strong>gogia. Essas ferramentas <strong>de</strong>vem ser construí<strong>da</strong>s pelospróprios sujeitos do processo educativo, integrando todos os atores envolvidos (jovens,famílias, professores/monitores) e os tempos/espaços (CFR e proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>familiar</strong> <strong>rural</strong>),consi<strong>de</strong>rando as <strong>de</strong>man<strong>da</strong>s <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m cultural, econômica e social.Segundo Gimonet (1999), a alternância po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> educação e <strong>de</strong> formação, uma pe<strong>da</strong>gogia para o jovem, por respon<strong>de</strong>r as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>sessenciais <strong>de</strong>ssa i<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma vez que favorece e realiza os principais anseios do jovem, que sãoter um lugar e conquistar um estatuto, agir, ser bem sucedido, ser reconhecido e amado,crescer. Além disso, permite ao jovem a<strong>de</strong>ntrar no espaço dos adultos, possibilitandoencontrar uma utili<strong>da</strong><strong>de</strong>, uma posição social, uma consi<strong>de</strong>ração, um reconhecimento. Aalternância, portanto, põe o jovem em ação, o colocando em um estatuto profissio<strong>na</strong>l, queestabelece, por sua vez, uma relação com o trabalho e a profissão, incluindo as exigências, osvalores e as aprendizagens correspon<strong>de</strong>ntes.Enten<strong>de</strong>-se então, que os espaços pe<strong>da</strong>gógicos <strong>de</strong> formação não ocorrem ape<strong>na</strong>s emsala <strong>de</strong> aula, mas também nos espaços <strong>de</strong> produção, <strong>da</strong> família, <strong>da</strong> convivência com asocie<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong> cultura, dos serviços, <strong>de</strong>ntre outros. Segundo Baptista (2003 apud PALILOT,2007, p. 26), ―a educação está referencia<strong>da</strong> aos processos mais variados, enfatizando a suadimensão formal, informal e outras, efetivamente acontecendo em <strong>casa</strong>, nos sindicatos,igrejas, no interrelacio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong>s pessoas e <strong>na</strong>turalmente <strong>na</strong> escola‖.Dentro dos procedimentos teóricos que fun<strong>da</strong>mentam esta pe<strong>da</strong>gogia, existemalgumas limitações especifica<strong>da</strong>s a seguir:―Os gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios presentes nos espaços/tempos, talvez, sejam o <strong>da</strong> prática <strong>da</strong>transversali<strong>da</strong><strong>de</strong> do conhecimento no dia a dia e a relação <strong>de</strong> constante negociaçãoentre os atores envolvidos: as famílias lavradoras e os monitores. Ambos mantêm
8uma relação <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são/resistência quanto aos conhecimentos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> categoria, quenomeamos como os ―ditos tradicio<strong>na</strong>is‖ (dos lavradores) e os ―ditos acadêmicos‖(dos monitores)‖ (PORTILHO e MAGALHÃES, 2006, p.1).Conforme Beg<strong>na</strong>mi (2002), as CFR apresentam quatro princípios básicos, os quais sãochamados <strong>de</strong> pilares <strong>da</strong> alternância, estabelecidos ao longo <strong>da</strong> história do movimento <strong>da</strong>Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância: 1°) uma associação <strong>de</strong> famílias que compartilha do po<strong>de</strong>reducativo; 2°) um método pe<strong>da</strong>gógico específico; 3°) uma formação integral e perso<strong>na</strong>liza<strong>da</strong>;e 4°) o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e solidário.O processo <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> informações alavancado pela família permitediscussões e reflexões que promovem motivação aos jovens, que alimentam sua curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>por intermédio do processo <strong>de</strong> ensino-aprendizagem, que po<strong>de</strong> ocorrer tanto <strong>na</strong> CFR como<strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> própria família e/ou comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ou seja, ao mesmo tempo em que estimula oquestio<strong>na</strong>mento para adoção <strong>da</strong>s inovações, ain<strong>da</strong> prepara e <strong>de</strong>sperta, o aluno, geralmentefilho <strong>de</strong> agricultor, a participar e ter <strong>de</strong>safios a serem superados, quando se pensa em suarelação junto à sua proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>rural</strong> e social <strong>de</strong> sua região (PALILOT,2007).Em suma, a Pe<strong>da</strong>gogia <strong>da</strong> Alternância está fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> <strong>na</strong> concepção <strong>de</strong> que a vi<strong>da</strong>ensi<strong>na</strong> mais que <strong>na</strong> escola formal, valorizando o apren<strong>de</strong>r pelo fazer concreto do cotidiano,<strong>na</strong>s experiências com a família e com outros atores.3. MATERIAL E MÉTODOS3.1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOSCompreen<strong>de</strong>m instrumentos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> <strong>da</strong>dos utilizados neste estudo, a <strong>de</strong>limitaçãodo espaço <strong>da</strong> pesquisa, os critérios <strong>de</strong> amostragem, bem como a estrutura dos recursos queforam utilizados para embasar e <strong>da</strong>r resultados a esta pesquisa.Optou-se como abor<strong>da</strong>gem metodológica a pesquisa exploratória utilizando-se <strong>da</strong>observação, registro, classificação e interpretação dos fatos ou <strong>da</strong>dos por meio <strong>da</strong> análisedocumental <strong>de</strong> projetos pe<strong>da</strong>gógicos e situações do cotidiano pertinentes ao estudo realizado.Segundo Palilot (2007, p. 40) ―a pesquisa exploratória tem por fi<strong>na</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> proporcio<strong>na</strong>r aopesquisador maior <strong>familiar</strong>i<strong>da</strong><strong>de</strong> com o problema em estudo com vistas a torná-lo maisexplícito‖. Para Malhotra (2001), o objetivo principal <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> pesquisa é possibilitar a
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