pdf-2016-08-04-18-35-30
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106<br />
respiração o tempo todo e principalmente satisfação<br />
e equilíbrio psíquico. Eu dizia para eles que é<br />
assim: “A partir do momento em que vocês entram<br />
na sala”, eu contava assim que a preparação psicológica<br />
é como se fosse o equilíbrio da gangorra,<br />
do lado de lá você tem o que você precisa, você é<br />
exigido em termos de resultado e do lado de cá,<br />
o objetivo é você estar presente. E eu acreditava<br />
e era esse o meu foco, que estando presente ele<br />
ia conseguir desenvolver o melhor do potencial<br />
dele para chegar no resultado. Acabei escolhendo<br />
desse tempo todo do trabalho com os atletas da<br />
natação algumas vivências para estar ilustrando<br />
para vocês; coloco como a primeira imagem o<br />
trabalho de cooperação, porque ela, realmente, foi<br />
superimportante nas vivências de grupo, principalmente,<br />
e o que eu tenho como fundamentação<br />
teórica é a linha junguiana, então, eu gosto muito<br />
daquele trabalho da tipologia e eu faço uma relação<br />
da tipologia com os quatro elementos, com<br />
materiais que se relacionam com os elementos,<br />
então, dependendo do momento em que eu estou<br />
trabalhando, eu uso aquela atividade da direita, é<br />
um trabalho com fogo, que é fundamental, a gente<br />
trabalhar esse elemento com o atleta que é o<br />
arriscar: será que vai dar certo? Será que eu vou<br />
conseguir? A gente pode pensar até na questão:<br />
quantos de vocês pularam fogueira alguma vez na<br />
vida? Tem gente que pula e tem gente que: “Será<br />
que eu vou conseguir?”, esse medinho, essa incerteza<br />
é um elemento e uma característica que a<br />
gente desenvolve com fogo, e até tem aquela expressão:<br />
“Não mexe com fogo que você faz xixi na<br />
cama”, então eu sempre brincava assim: “Vamos<br />
ver se você consegue se concentrar, fazer a atividade<br />
sem derramar a vela, senão vai ser um terror<br />
aqui na mesa”; então, foi um exemplo até para lembrar<br />
e poder ilustrar para vocês que cada atividade<br />
e cada qualidade de material tem uma característica<br />
psicológica a ser trabalhada. Essa atividade<br />
foi uma atividade em grupo, onde eles fizeram a<br />
construção de um jardim, trabalhamos muito a<br />
questão do espaço sagrado de cada um e o que<br />
cada um pode trazer para o grupo,e o outro, foi um<br />
trabalho com massa corrida e anilina que são dois<br />
componentes extremamente opostos, anilina você<br />
não tem como controlar nada, e a massa corrida<br />
- quem já brincou de massa corrida - é algo que<br />
colocamos para um lado, vai para o outro, temos<br />
extremamente controle e o objetivo desse dia foi<br />
justamente trabalhar a questão dos opostos. E outra<br />
coisa que acontecia, chegávamos na segundafeira<br />
no local da competição e, na segunda-feira à<br />
noite, havia uma primeira reunião técnica onde o<br />
treinador passava algumas questões importantes<br />
para eles e depois acontecia também uma vivência<br />
onde a Arteterapia foi fundamental ou o recurso<br />
dos jogos cooperativos. Em algumas competições,<br />
eu também fiz algumas atividades na arquibancada,<br />
então, o Beto também, que é o preparador físico,<br />
estava presente, ele fazia o aquecimento todo<br />
mundo junto que participa aqui de natação, que<br />
cada um faz o seu aquecimento, o objetivo não era<br />
esse: “Pessoal, vamos começar o nosso aquecimento?”,<br />
então, todo mundo junto e isso, gente, dá<br />
uma força, todo mundo aquecer junto, todo mundo…<br />
primeiro que todo mundo já está com o mesmo<br />
uniforme, já é um coisa gostosa: “Temos um grupo”,<br />
não é? Aí houve um trabalho de aquecimento<br />
e eu lançava sempre um desafio, alguma atividade<br />
para que eles pudessem dar uma descontraída,<br />
dar uma relaxada e foco na atividade. E aí a semana<br />
da competição, eu acompanhava eles, eu diria<br />
que a primeira competição, eu fiquei muito perdida,<br />
não sabia muito bem o que eu ia propor e a minha<br />
sorte foi que a competição foi em Santos, então eu<br />
fui, quando eu vi o hotel e vi o que tinha, falei: “Já<br />
sei”, eu precisava voltar, eu voltei, peguei o meu kit<br />
Arteterapia e montei uma sala de bastidores, que<br />
eu brinco com eles. Então, eu criei uma sala não<br />
só nessa competição como nas outras demais que<br />
houve e o treinador e os atletas passaram esse<br />
retorno para mim: “Olha, não dá para viajar na competição<br />
sem ter esse trabalho junto com a gente”,<br />
porque, assim, a competição é muito cansativa,<br />
acontece de manhã, tem a hora do almoço, descanso,<br />
tem aqui outras nadadoras, ex-nadadoras,<br />
aí chegava à noite, jantava e ficava aquele horário<br />
ocioso, então alguns ficavam pensando na competição<br />
do dia seguinte, os outros ficavam no quarto<br />
sozinhos, não tinha o que fazer e aí eles disseram<br />
o quanto essa criação dessa salinha – entre aspas<br />
– que eu falei, eles falavam assim: “Vai ter salinha<br />
nessa competição?”. “Vai, vai ter salinha”, e não era<br />
só uma salinha. Então, acho que dá para ver ali, eu<br />
tentava trazer e proporcionar um espaço gostoso,<br />
onde eles ficavam juntos, ou existiam alguns desafios,<br />
que cada temporada eu criava um desafio<br />
novo. Aqui são algumas imagens também de… e aí,<br />
outra coisa que aconteceu, isso foi acontecendo,<br />
o pessoal da biomecânica tinha o seu cantinho na<br />
sala, dependendo do tamanho do hotel, geralmente<br />
era uma sala de convenções. Ou a gente ficava<br />
num canto, essas atividades da Arte Terapia e biomecânica<br />
no outro, fisioterapeuta no outro, massagista<br />
no outro, ou aconteceu em alguns hotéis<br />
um pouco menores que era todo mundo junto, era<br />
uma bagunça deliciosa, porque todo mundo ficava