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ção dentro de uma comunidade ou de uma região ou<br />

de uma cidade e acho que é um desafio. Na próxima<br />

vez, convide-a para falar sobre esse assunto, porque<br />

acho que vou querer assistir, mas é uma bela provocação,<br />

acho que temos que pensar nisso mesmo para<br />

mudar e para transformar para melhor.<br />

Cristiano: Para completar que tudo isso que<br />

eu falei é abrangente o suficiente para contemplar<br />

também o esporte de rendimento. Quando se fala<br />

nas experiências de autoconfiança, existe a dimensão<br />

técnica muito específica e de técnica psicológica<br />

que é necessária para que o atleta realmente, com o<br />

tempo, tenha seu desempenho e que isso não está<br />

fora. Mas também não podemos ficar sentados nessa<br />

vitrine do rendimento e perder isso como a única<br />

dimensão do esporte.<br />

Leandro: Vou tentar, também, dar alguns “pitacos”<br />

aqui. Acho que uma questão que existe no<br />

Brasil hoje enquanto sistema é que a gente tem claro<br />

que quem avalia o rendimento é o COB. Algumas<br />

confederações já têm isso, claro, “não, eu cuido do<br />

rendimento”, beleza, quem cuida do educacional, eu<br />

digo quem, instituição, quem vai ser? Secretaria de<br />

Educação ou Secretaria de Esporte? Serão os profissionais.<br />

Quem serão?<br />

Porque a gente não tem isso claro, vai conforme.<br />

E dentro de uma secretaria municipal, que nem a de<br />

Ribeirão, joga para cima o palitinho que cair: - vai você!<br />

E quando não é indicação política como a gente vê<br />

nas nuances. Então, assim, não tem os papéis claros<br />

dentro do sistema, quem cuida da educação, quem vai<br />

ser? Quem cuida da participação esportiva da população<br />

em geral, quem vai ser? Ministério qual, secretaria<br />

qual? Feito isso, depois poderemos falar se está bom<br />

ou ruim, porque a gente ainda está num passo atrás,<br />

de quem é o papel, no Ministério do Esporte, tem secretarias,<br />

esporte, educação. Então, se tem, deveria<br />

ser papel delas, mas não fazem, por vários motivos,<br />

“Quem cuida da participação<br />

esportiva da população em geral,<br />

quem vai ser? Ministério qual,<br />

secretaria qual? Feito isso, depois<br />

poderemos falar se está bom ou<br />

ruim, porque a gente ainda está<br />

num passo atrás, de quem é o<br />

papel, no Ministério do Esporte, tem<br />

secretarias, esporte, educação”.<br />

desde recurso financeiro pequeno para o país inteiro,<br />

e até sobreposição. Na Rússia, por exemplo, existe<br />

uma comunicação entre o ministério do esporte, da<br />

educação e da saúde, e os caras conversam, dizendo<br />

que “o esporte é bom porque vai ter uma questão<br />

aqui de resultado com relação a atendimento de saúde<br />

da população”; eu tenho que falar com o Ministério<br />

do Esporte e fazer programas comuns e não sobrepostos,<br />

porque aqui temos um monte de programas,<br />

cada um de um ministério de partido “x” e cada um faz<br />

a mesma coisa ao mesmo tempo e ao mesmo tempo<br />

não faz nada. Métrica de avaliação para eu terminar,<br />

quem já trabalhou em setor público, qual é o índice de<br />

avaliação, número, quantos atendimentos tiveram?<br />

Esse número não quer dizer qualidade, então, acho<br />

que aí já é algo a longo prazo que a gente tem que começar<br />

a mudar mentalidade. Eu trabalho em dois projetos<br />

aqui: um na Secretaria Municipal de São Paulo e<br />

outro no governo do estado; eu mostro os números<br />

e falo “esses números querem dizer isso, a qualidade<br />

deles é essa”, se alguém falar “esse número é baixo”,<br />

tudo bem, mas a qualidade dele é essa. Tem um projeto<br />

do qual eu participei, não sei se vocês sabem, mas<br />

tem curso de tecnólogo em organização do esporte,<br />

aqui em São Paulo, é chegando em São Paulo vindo de<br />

Guarulhos, na Ponte Aricanduva, ali era a favela Bela<br />

Vista, era um dos maiores pontos de tráfico da cidade<br />

de São Paulo, desapropriaram, um governador desapropriou<br />

(José Serra), depois ele segue candidato, vem<br />

lá o Goldman, limpou a área, disse que “ a população<br />

iria usar” e o Alckmin lançar a pedra fundamental, fez<br />

a escola, a população vai usar, então, ia ser o segundo<br />

ponto de maior tráfico de luxo de São Paulo, então,<br />

eles fizeram a escola, cercou, só que a população<br />

quer usar, e ela tem direito de usar, então fizeram um<br />

projeto para a população usar e hoje a população de<br />

toda faixa etária tem acesso ao esporte e quando eu<br />

estava lá falei que esporte educacional não é rendimento,<br />

a população idosa vai fazer atividade física, vai<br />

ter atendimento médico que eles nunca tinham visto<br />

na vida, é o que dava para fazer. Se eu pudesse faria<br />

mais, mas dentro ali do projeto, agora está lá, 1.500<br />

pessoas da comunidade utilizando. “O governo não<br />

assinou a procuração do projeto”, o que eles fazem?<br />

Fogo na rua. É uma iniciativa isolada dentro do universo<br />

Brasil, seria muito bom se isso fosse conectado a<br />

outras coisas, se ali tivesse um posto de saúde, se<br />

a população jovem pudesse ter acesso a cotas para<br />

entrar na escola e estudar o curso de organização do<br />

esporte, são tantas possibilidades, só que estamos<br />

num passo atrás, ainda. É papel de quem? Vamos fazer<br />

de qual forma? A gente não tendo isso, fica tudo<br />

pontual. “Ainda bem que você estava lá, Leandro, e<br />

você conseguiu fazer isso”.<br />

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CADERNOS TEMáTiCOS CRP SP Psicologia do Esporte: Contribuições para a atuação profissional

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