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“Acho que é muito simples a gente<br />

falar do futebol, culpar o futebol,<br />

e falar que o esporte no Brasil<br />

é somente futebol. Se olharmos<br />

um pouco mais profundamente,<br />

veremos que o futebol é sim o que<br />

está na mídia”.<br />

E o esporte era basicamente um privilégio<br />

de quem era bom. A gente fala do futebol como a<br />

expressão máxima do esporte no Brasil, mas sabemos<br />

que tem um pouco mais do que isso. Acho que<br />

é muito simples a gente falar do futebol, culpar o<br />

futebol, e falar que o esporte no Brasil é somente<br />

futebol. Se olharmos um pouco mais profundamente,<br />

veremos que o futebol é sim o que está na mídia.<br />

Acabou de sair o diagnóstico do esporte, é o esporte<br />

mais praticado pelos brasileiros, mas não temos<br />

somente isso dentro da nossa cultura esportiva. O<br />

que acontece no final do século XX para começar<br />

a mudar o panorama do esporte no Brasil, alguém<br />

sabe? O que acontece no final do século XX, final da<br />

década de 80, começo dos anos 90? Qual é a grande<br />

transformação que o Brasil sofre? Não estou falando<br />

mais de esporte, estou falando de Brasil.<br />

“Então, quando falamos no<br />

esporte entendido no Brasil<br />

somente como rendimento, quase<br />

<strong>30</strong> anos depois da promulgação<br />

da Constituição, vemos que há<br />

algo errado nessa história. Porque<br />

já estamos chegando em <strong>30</strong><br />

anos que o esporte é um direito<br />

constitucional, direito de todo<br />

cidadão brasileiro”.<br />

Vocês sabem, vamos lá que é para ninguém<br />

dormir na última palestra! Temos a Constituição de<br />

1988 estabelecida, e ali o esporte passa de privilégio,<br />

porque não tinha regulação nenhuma, até havia<br />

algumas regulações, mas sempre voltadas para o<br />

esporte de rendimento, e com a Constituição ele<br />

passa a ser um direito. Então, quando falamos no<br />

esporte entendido no Brasil somente como rendimento,<br />

quase <strong>30</strong> anos depois da promulgação<br />

da Constituição, vemos que há algo errado nessa<br />

história. Porque já estamos chegando em <strong>30</strong> anos<br />

que o esporte é um direito constitucional, direito<br />

de todo cidadão brasileiro. É efetivado ou não? Aí é<br />

uma grande história para discutirmos. O fato é que<br />

a gente começa a ter um outro cenário de esporte.<br />

Não é mais somente o bom e o melhor, ou aquele<br />

que tem as qualidades específicas para o esporte<br />

de rendimento que começa a praticar esportes.<br />

Começamos a ver pessoas com deficiência envolvendo-se<br />

cada vez mais com o esporte. Terceira<br />

idade envolvendo-se com o esporte nas diferentes<br />

formas - e aqui falando do esporte em um contexto<br />

mais amplo, ainda que as fotos sejam da competição.<br />

Mas, pensando nas práticas corporais como<br />

um todo, vemos crianças começando a praticar<br />

um esporte, e se pensar em um esporte diferente<br />

para as crianças também, que não é mais primeiro,<br />

segundo, terceiro, mas pensamos como podemos<br />

adequar a experiência esportiva para elas. Então,<br />

algumas coisas começam a mudar na passagem de<br />

século que tivemos. E eu trago isso não somente<br />

por uma questão pessoal, porque construo a minha<br />

carreira profissional justamente nessa transição de<br />

visão de esporte, mas acho que é fundamental entendermos<br />

o processo histórico e o dinamismo que<br />

existe no processo histórico da construção do esporte<br />

enquanto política pública ou enquanto campo<br />

de atuação profissional, para a gente “sacar” qual<br />

é o espaço que vocês, como psicólogos, ou como<br />

profissionais do esporte interessados pela Psicologia<br />

do Esporte, têm de fazer política enquanto<br />

profissional. Então, esse é o esporte no Brasil hoje.<br />

isso está na lei. É assim que ele é dividido. Existem<br />

três principais manifestações, esporte e educação,<br />

participação em esporte de rendimento, e aí subdivisões<br />

e alguns princípios gerais que deveriam ou<br />

que devem orientar cada uma dessas diferentes<br />

manifestações esportivas. isso é familiar a vocês,<br />

já viram, discutiram, conhecem. isso é bom, é ruim?<br />

Qual a opinião de vocês a respeito dessa estruturação<br />

da concepção de esporte no Brasil? Alguém<br />

arrisca? Funciona? É assim mesmo?<br />

47<br />

CADERNOS TEMáTiCOS CRP SP Psicologia do Esporte: Contribuições para a atuação profissional<br />

Não identificado: Antes do início da sua fala<br />

estávamos aqui em uma sala conversando um pouco<br />

sobre isso. E esse sistema, se não me engano, era<br />

chamado de piramidal, é a base do acesso ao esporte,<br />

pela participação, educação e no topo da pirâmide<br />

o esporte de alto rendimento. A questão é que<br />

crianças, jovens atletas de alto rendimento, estão já<br />

entrando no topo da pirâmide. Então, eu não sei se<br />

isso é o ideal, respondendo um pouco a sua pergun-

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